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Na primeira vez que Keisuke Baji te viu você estava impecável. Cabelos longos voando com o vento e o sorriso gentil saboreando seus lábios, ele pensava que graças a pancada de mais cedo estivesse bem diante de um anjo, com os olhos bondosos clamando por seu bem estar. Naquele dia ele se apaixonou, ele nao soube como ou quandonisso aconteceu, e muito menos o porquê, mas ele sabia que se era você estava tudo bem.

Na segunda vez que ele te viu, descobriu que eram da mesma escola, se perguntava como não havia lhe notado antes ─ Talvez porque faltava em excesso pra arranjar encrenca com garotos mais velhos ─ Mas la estava você, bem diante de seus olhos e segurando um livro de matemática como se fosse a própria biblia sagrada. Sorrindo para ele, com as bochechas coradas e se desculpando por ter esbarrado em seu ombro, mesmo que ele apreciasse isso.

Baji percebeu que te amava quando se beijaram pela primeira vez. Corpos quentes e unidos ele soube que era em seus braços que gostaria de ficar para todo o sempre.

E então as primeiras juras de amor vieram, susurradas em uma noite fria e sob a neve densa que caia em Tóquio ele lhe fez essa confissão ─ Eu te amo. Era uma palavra tão simples mas foi recebida de bom grado por você, que não demorou muito a susurrar um "Eu também" com o peito coberto de amor. Então o namoro nao demorou a vir, e nem a primeira noite de amor e a vida era complicada demais mas nunca pra vocês. 

Ele amava e era amado, e essa sensação era boa pra caralho. 

Keisuke percebeu isso quando notou que nada nesse mundo supriria você, nenhum toque, nenhum olhar, nada. Você era incrivelmente única em sua vida, era seu primeiro amor, sua primeira namorada e sua primeira chance de lutar contra o mundo.

Ele sabia que não acharia alguém como você em qualquer esquina ou num bar às 19h da noite, não, você era especial.

Quando o acidente aconteceu ele sentia que poderia a qualquer momento levar um tiro na cabeça, que não seria relevante porquê morrer era definitivamente melhor do que viver sem você. Quando soube que não se lembrava, sabia que possuia uma chance em um milhão para lhe fazer feliz novamente, mas se sentia impotente.

Seus irmãos não deixariam com que se aproximasse e nem que a visse por longe. Sua cabeça sangrando e seus olhos tristes naquele dia ainda eram memórias frescas em sua mente ─ Se sentia merecedor da dor. Como pode lhe deixar afundar dessa forma? Como pode não estar lá, quando Kisaki cruelmente tentou acabar com a sua vida. Aquele sorriso que ele via todos os dias, não estava mais lá, saber que você nem se lembrava dele doia profundamente.

Todos os momentos, tudo que passaram juntos jogado a memorias vazias do que um dia foi um amor. Tudo isso porque Baji não sabia lidar bem com partidas.

Ele não poderia lhe deixar ir, não, nao você. Não importa o quão desesperado Mikey parecia com aquilo, você era tão importante para o lider da Tohman, por que porras ele queria te apagar das memórias de seus amigos? Keisuke nao entendia isso, mas não o questionava, talvez fosse a forma que ele criou para preencher o vazio em seu próprio peito.

Ou talvez estivesse escondendo algo muito maior por baixo dos panos. Não saberiamos.

Mas Baji se sentia grato por estar onde estava agora, mesmo que sem memórias e com os Haitani caçando sua cabeça, lá estava você. Deitada em seu peito em mais uma noite em que ele fugiu para sua casa.

Nada poderia parar ele, não enquanto você existisse.

Por que estamos fazendo isso? ─ Você perguntou, a voz susurrada enquanto acariciava a mão de Baji ─ Se encontrando como se fossemos algo além de amigos.

─ Um dia você vai entender, e quando entender, eu poderei  finalmente socar a cara dos seus irmãos e do Mikey. ─ Ele disse. E sentiu-se feliz ao ver que voce ria fraco enquanto dava soquinhos em seu peitoral.

Hey Keisuke. ─ Se levantou, agora encarando os olhos felinos de Baji sob a noite escura. Se esgueirou um pouco e então seus lábios tocaram nos dele.

Foi leve, um beijo simples apenas para saber que sim, você também estava de acordo com qualquer merda que fossem fazer agora.

Não entendia o porque mas seu peito confiava secretamente em Baji para isso.

Quando se afastaram ele sorriu, lhe encarando mais perfeitamente. Seus dedos passearam pelas bochechas dele e então se abraçaram novamente.

Ali naquele quarto não eram nada além de um amor escondido, e enquanto tivessem isso, estava tudo bem porquê lutariam um pelo outro

HAITANI, baji keisuke.Onde histórias criam vida. Descubra agora