28 - Come on with me.

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Estava tomando minha xícara de café, depois de um longa noite de sono, me vi acordada e ainda exausta. Os olhos fechavam automaticamente, enquanto a destra segurava a xícara perto do rosto, esperando por um novo gole.

É estranho pensar que me sinto muito melhor na minha correria no trabalho, agendando reuniões, participando de palestras, prestigiando amigos em eventos, do que em casa de férias. Nas férias eu não existo, me sinto cansada todos os dias e nunca recupero as energias totalmente.

Finalmente era o dia do encontro com Ingrid, assim tive a chance de sair da minha zona de conforto e me levar ao abate. Fazia muito tempo que eu não saia sério com alguém, no intuito de conhecer romanticamente falando, não sei, depois de tanto fracassar nos relacionamentos, comecei a acreditar que talvez eu não fosse feita para estar com alguém.

Termino de tomar o café de uma só vez e balanço o corpo com o intuito de expulsar o sono a força, sem dar muitas opções para o meu inconsciente, em seguida peguei minha bolsa e sai, seguindo em direção ao cabeleireiro, até porque era um encontro de verdade e eu não podia estar menos que perfeita.
As horas no salão demoraram uma eternidade para passar, não que eu tivesse um cabelo que dá trabalho, mas buscava por algo inovador, diferente, que me fizesse olhar no espelho e despertar automaticamente. Foi justamente o que as meninas no salão me ofereceram, um corte mais moderno e jovial, uma boa hidratação e um brilho impecável. Podia até respirar levemente dessa vez.

A briga a seguir era a respeito das roupas, de frente para o meu closet era onde se encontrava o próximo surto, tantas peças, nenhuma combinação que me agradasse. Eu precisava de algo diferente e foi nesse pensamento que encontrei uma roupa que Ruby havia me dado de presente anos atrás, sempre abominei e hoje cogitei a usá-la. Era um vestido na cor Champagne, curto, justo, com cortes diferentes em lugares completamente aleatórios, de uma manga longa só, deixando o outro ombro visível e com um decote central que deixava o colo dos seios para jogo. Me lembro bem de minha reação quando Ruby me presenteou com algo daquele tipo, quase cai para trás na cadeira do escritório, "para de ser caretona, Satãn, ele é descolado e sexy.", Ruby era uma adolescente. Provei o vestido e depois de pensar muito cheguei a conclusão de que tinha que ser ele, do contrário eu não estaria sendo impulsiva e fazendo as coisas de um jeito diferente do que eu geralmente faço, como era os planos.

Depois de pronta, encaminhei uma mensagem para Ingrid informando que ela já podia me buscar, me lancei no sofá e decidi ligar de vídeo para o meu filho.

Henry e Emma – Oi, mamãe. – Disseram em uníssono do outro lado da câmera.
Henry e Emma – Uau. – Disseram em uníssono outra vez, depois que repararam como eu estava vestida.
Regina – Como vocês são bobos. Respondi envergonhada.
Henry – Onde você vai toda bonitona assim?Questionou meu filho, este que depois de grande decidiu ter um ciúmes absurdo de mim.
Regina – Bom, meu segurança, eu tenho um encontro. – Falei convencida e no mesmo segundo perdi a imagem de Emma na tela do celular. A escolha dela em sair deu uma movimentada no meu estômago, minha intenção não era afrontá-la.
Henry – E quem deixou? – Ele me cutucou de volta e eu não aguentei segurar a risada.
Regina – Meu filho, para de me perturbar, eu imploro. Como você está, tudo bem?
Henry– Tudo ótimo, mamãe, já até pensei no que quero fazer no meu aniversário.
Regina– Jura? E o que é, posso saber?
Henry– Quero ir viajar para uma cachoeira com meus amigos, tudo bem? Vocês nos levam? Pode falar com a mãe deles? A mamãe Emma disse que falaria, mas concordamos em dizer que é mais capaz dos pais permitirem se for você falando, nem todo mundo confia muito nas maluquices dela. – Rimos juntos e concordei com a cabeça da conclusão que eles tiraram.
Regina– Tudo bem, pode me encaminhar o número dos seus colegas que eu solicito o número das mães e tento convencê-las de que podem confiar na minha responsabilidade para acompanhar vocês. Mas veja bem, filho, não pode ser muitas crianças, não podemos dar atenção para todas de uma só vez, escolha os mais próximos e pronto. Agora eu preciso desligar. Te amo, viu? Juízo! – Finalizei depois de receber uma mensagem de Ingrid dizendo que já estava na porta.
Henry – Beijos, mamãe, eu te amo também. – Acenou com a mãozinha ao se despedir.

M̶Y̶ ̶M̶Y̶̶S̶T̶E̶R̶Y̶̶.Onde histórias criam vida. Descubra agora