19- First date.

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Seria o dia do nosso encontro oficial, por tanto Regina encontrou alguém para ficar no meu lugar no trabalho durante a manhã, precisava de um tempo para a ficha cair que teria um encontro com Regina Mills, caramba! Estava fitando o teto pensativa quando o interfone tocou.

–Pois não?– Atendi.
–Boa tarde, Emma! Hm, tem um rapaz aqui dizendo que precisa falar com você urgente.– Me questionei de quem podia ser, mas se era realmente importante e me conhecia, então podia subir.
–Manda subir.– Falei curiosa e fui direto a porta, no segundo em que agarrei a maçaneta, senti a pressão contra a porta para abrir.
Logo o garoto entra completamente pasmo, jogando a sua mochila de aviõezinhos em cima do sofá e andando de um lado para o outro.
–Olá, Henry.– Falei confusa com a cena que estava observando naquele momento.
–Bom, foi incrível o que você fez! Eu estava olhando o gato em cima da árvore e virei bem rapidinho para pegar a minha pá, mas você já tinha colocado ele no chão. Foi supimpa, Emma.– Segurei a risada e acenei com a cabeça positivamente para não tirar o encanto da criança e o fato dele nem ter imaginado que o gato simplesmente pulou da árvore.
–Posso saber como você fez para chegar até aqui — Questionei, já que não é da natureza de uma criança chegar sozinha em algum lugar.
–Anna, a baba. Mamãe disse para ela aonde ficava e ela me trouxe, enquanto a mamãe surta por causa de roupa.– O menino se sentou no sofá e ficou me olhando.
Henry era um garoto muito especial, ele era pequeno, mas tinha tamanho conhecimento sobre tudo e todas as coisas, era muito inteligente.
–Nem me diga, eu simplesmente não sei o que vou vestir, fazer e nem onde podemos ir. — Acabei desabafando, enquanto me sentava ao seu lado no sofá.
–Eu te ajudo.
–Eu ficaria muito grata.– Me levantei e estiquei a mão para ele que agarrou no mesmo minuto.
Chegamos no quarto e ele se sentou na beira de minha cama, seus pés balançavam sobre o ar e ele sorria de uma forma que não cabia em meu peito, abri a porta do guarda roupa e olhei para o mesmo confusa.
— Bom, tem dias que eu estou meio sonolento e escuto a mamãe falando sobre você, enquanto acha que estou dormindo.– Mordi meu lábio inferior esperando que ele continuasse, adoraria saber o que Regina falava sobre mim enquanto achava que ninguém a escutava.
–Ela diz que ama quando você é simples. Gosta quando você é você. – Balancei a cabeça positivamente, não queria que fosse algo extravagante e nem nada muito simples, tirei de lá um vestido de veludo todo preto, com uma fenda na coxa direta, de mangas longas e um par de botas pretas que iam até os joelhos. Mostrei para Henry e ele continuou a sorrir.
–Você vai ficar linda assim.– Depositei um beijo demorado em sua testa e me sentei ao seu lado na cama.
–Mas me diz, o que mais ela fala sobre mim?
–Ela diz que ama como você sabe ler ela. Eu não entendi essa, Emma, a mamãe não é um livro de dinossauros. — Gargalhei da indignação repentina. — Ela já falou que o seu sorriso é muito bonito e que borboletinhas vão morar na barriga dela toda vez que ela sente o cheiro do seu cabelo. — Obviamente ele tinha decorado todas as frases que sua mãe havia dito em um dia qualquer, embora não entendesse o real significado delas. Ele se aproximou e respirou fundo com alguns fios do meu cabelo próximo ao seu nariz e eu aguardei seu veredito.
— E então?
— Eu acho que mamãe anda comendo borboletas demais.
Pressionei as mãos contra minha própria barriga e fiz um breve movimento de vai e vem, enquanto perdia o fôlego de tanto rir daquele comentário.
— Eu te amo, mini Mills. Eu te amo. — Me recuperava das risadas e ele deu de ombros.
–Ela ama sushi, vinho e qualquer coisa que tenha salada.
— Essa é a Regina.
— Sim, faz aula de tênis toda quarta, só sobe de escada, corre e bebe água.
— Estou em desvantagens, garoto. Ela é boa demais.
–Você vai se sair bem, Emma, é só usar alguns de seus poderes.– Ele deu de ombros, me abraçou forte e eu correspondi com o mesmo bem apertado.

Quando Henry foi embora era quase a hora de começar a me arrumar e como sabem, estava atrasada ou meu nome não era Emma Swan, em tão pouco tempo Regina chegaria e eu ainda estava penteando os cabelos molhados, baguncei os cachos que caíam em meus ombros, fechei o zíper da bota e limpei o borrado do batom, pronto. Regina chegou e eu desci com uma certa pressa, estava com o coração nas mãos e por mais que seja clichê, estava pronta para entregar a ela.

–Olá, namorada.– Sussurrei ao observá-la tão linda encostada no carro como de costume. 
Ela estava com um vestido vermelho completamente apertado, ao contrário do meu o dela tinha alças bem finas, um blaser preto repousando nos ombros e um salto preto, bem maravilhosa, podia estar de blusão e meias que ainda seria linda para mim.
–Oi, namorada.– Ela segurou em minha mão e depositou um beijo em meus lábios, antes de abrir a porta para mim e eu a olhei constrangida.
–Hm, será que eu posso dirigir? – Arrisquei.
–Claro que pode.– Entregou a chave em minhas mãos, sorrindo e passou pela porta em que ela mesma tinha aberto, dei a volta e entrei no mesmo também.
–Posso só saber onde vamos?– Ela usava o espelho do quebra sol para passar gloss nos lábios rosados.
–No.– Segurei a risada, mantendo meus olhos na estrada depois de já ter dado partida no carro.

Regina não fazia a menor ideia de qual era meus planos e eu estava torcendo para que ela gostasse, fui direto para um restaurante de comida japonesa e entrei no estacionamento pela parte de trás, evitando que ela pudesse ler o nome do restaurante e tirar suas conclusões. Assim que voltei, coloquei a sacola na parte de trás do carro e continuei a dirigir, a cada segundo que passava Regina me perguntava onde estávamos indo e eu como sempre, mudava de assunto rapidamente, quando por fim chegamos, no topo de um monte que não ficava muito longe e dava para ver a cidade inteira.

–Emma

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–Emma.. Isso..– Gaguejou ainda observando o lugar.
– É muito maravilhoso, não é? Eu costumava vir aqui depois da escola, mas nunca compartilhei isso com ninguém.– Sorri, olhando seu rostinho de admiração e ela ficou em silêncio, me olhou com um meio sorriso e depositou um beijo em minha testa, era um beijo sincero.
–Obrigada por me trazer aqui.– Segurou em minha mão e entrelaçou nossos dedos.
–Eu sabia que ia gostar!– Afirmei.

Apanhei a sacola com a comida, a bolsa térmica e duas taças, abri uma toalha no chão e nos sentamos ali para observar a incrível vista. Desfrutamos de diversas peças de comida japonesa, assim como Henry indicara e também brindamos com um bom e frutado vinho Sauvignon Blanc. Ela me falava como era feliz por me conhecer e como estava surpresa com a escolha certa de comida, eu tratava de dizer a cada minuto como ela era bonita. Contamos fatos sobre a gente, compartilhamos histórias de felicidade e tristeza sobre as nossas vidas e tudo de um jeito leve e descontraído. Aquela noite era um sonho.

— Então, é isso.– Ela suspirou, repousando sua mão em minhas coxas.
–É uma pena que tenha acabado, foi tudo muito bom.– Sorri, acariciando seu rosto.
–Não vai embora, não.– Ela me apertou em um abraço, depositando vários beijos em meu pescoço.
–Amanhã eu tenho que trabalhar, sabia? E o apelido da minha chefe é Rainha Má.– Brinquei, pouco antes de segurar seu rosto e depositar um beijo delicado em seus lábios. — Até amanhã, meu amor.– Finalizei com um selinho demorado.
–Até amanhã, minha mulher.– Ela correspondeu e ficou a me olhar sair do carro e seguir direto para casa.

Sabe quando você se da tão bem com alguém que parece que você já a conheceu em outras vidas? Como se tivesse encontrado a sua alma gêmea? Com Regina era assim.

Foi ali o nosso primeiro encontro, no lugar onde eu sabia que podia ser eu e depositar minhas emoções, seguir o meu coração sem medo do julgamento. Levei uma pessoa especial para um lugar especial e tive a certeza de ter feito algo certo.

M̶Y̶ ̶M̶Y̶̶S̶T̶E̶R̶Y̶̶.Onde histórias criam vida. Descubra agora