37 - Our family.

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Se passaram algumas semanas desde que recebemos nossos vizinhos para um brunch de condomínio. Felizmente as coisas estavam fluindo da melhor maneira, conseguimos domar a turbulência que era um bebê de um mês e aos poucos tudo se tornava uma rotina mais fácil de lidar. Cansativo, mas realizável. Era um domingo de sol quando decidimos passar a tarde na piscina, posicionamos Soph em sua cadeira de descanso elétrica que se movimentava lentamente para os lados do lado de fora, na área coberta para que não ficasse exposta ao sol, mas ainda visível aos olhos.

— Esse é o máximo que você consegue fazer? — Provocou Emma depois de assistir o pulo de Henry na água. — Olha e aprende. — Ela correu e pulou na piscina, segurando os joelhos para fazer mais impacto na água e fazer com que os respingos fossem maiores.
— Emma! — Gritei, depois de ser atingida por uma quantidade considerável de água de onde estava deitada tomando sol.
— Perdão, minha Rainha. — Ela limpou a água dos olhos e cruzou os braços sobre a borda da piscina.
— Agora você vai ter que entrar, mamãe. — Henry esticou a mão para Emma bater e ela fez. Um complô.
— Então vocês são um time, não é?
— Exato. Contra você e Soph que não gostam de água.
— Não, Henry, você não está ouvindo? — Encenou a loira, colocando a mão na orelha. — Soph disse que está do nosso lado. Somos três contra ela.
— Pois vocês já perderam, me recuso a abandonar meu astro rei para entrar na água gelada.
Voltei a me deitar, posicionando uma toalha sobre o rosto e deixando o corpo exposto ao sol. Quando menos esperei, Emma contornou minha cintura com seus fortes braços e me arrastou até a piscina, onde se jogou junto comigo na água. Voltei a superfície, jogando o cabelo molhado para trás e limpando os resquícios de água do rosto.
— Vitória da mamãe E. — Gritou o meu filho.
— Bate aqui. — Eles outra vez tocaram a mão um do outro. Um silêncio surgiu, enquanto eu a encarava com uma falsa fúria.
— Ops. Acho que deu ruim aqui, garoto. — A loira coçou a nuca e nadou para a escada, saindo rapidamente da piscina.
— Irei arrancar o seu coração com minhas próprias mãos. — Rapidamente saí da água e corri para alcançá-la.
Emma seguiu para o jardim e me aguardou chegar para segurar meus braços e usar as pernas para me desequilibrar e me deitar no chão, depois se deitou por cima e prendeu meus punhos contra o gramado, acima dos ombros, passando a linha da cabeça. Henry ria no fundo.
— Assume que perdeu.
— Nem que a minha vida dependa disso.
— Então você vai ficar aqui para sempre.
— Acho que posso viver tranquilamente com isso. — Sussurrei.
— Garanto que vou viver melhor. — Ela tocou meus lábios com os seus e me roubou um beijo lento que movimentava as borboletas do meu estômago.
— Mamãe! Tem alguém na entrada. — Henry gritou, apontando para o portão que dividia a frente da casa dos fundos.
Emma lamentou. Eu podia sentir que sim. Se levantou e buscou por uma toalha, enrolou no corpo molhado e seguiu para a entrada da casa. Eu fui verificar Soph mais de perto, ela estava posicionada estrategicamente em um pouco da varanda que ainda estava parcialmente fresco por conta do ar-condicionado. Dormia tranquilamente bem. Vesti o roupão e foi o tempo certo para Emma aparecer com o assistente social ao seu lado.
— Joshep. Olá. — Fiquei claramente desconfortável por estar de biquini na presença do homem que tinha tanto para falar sobre nós. Me sentia pisando em ovos quando ele aparecia.
— Regina, como vai? — Aparentemente ele estava com o humor melhor do que da última vez.
— Perfeitamente bem e você?
— Eu estou ótimo. — Ele sorriu. — Parece uma tarde animada por aqui.
— Muito! — Gritou Henry antes de mergulhar.
— Estamos aproveitando o dia de sol. — Completou Emma.
— Que ótimo. Trago boas notícias.
— Mesmo? — Meu coração errou as batidas. Rapidamente segui em direção a mesa do jardim e puxei uma cadeira para me sentar, esperando que ele se aproximasse para que pudéssemos conversar sobre.
— As entrevistas foram avaliadas pelo conselho. Vocês estão aptas para a guarda provisória.
— O que isso significa exatamente? — Emma sentou-se ao meu lado e apertou com força a minha mão.
— Significa que irão passar por um período de adaptação com a Soph. A guarda provisória faz com que vocês tenham responsabilidades sobre o bebê até que a tenhamos a decisão final.
— Isso é ótimo! — Foi impossível conter o sorriso de felicidade.
— Sim, é muito positivo.
— Somos gratas. — Emma também sorriu.
— Bom, mas é importante ressaltar que vocês precisam manter as boas opniões. Nada fora do comum pode acontecer nesse período ou o juíz pode ir contra a guarda definitiva.
— Estamos falando de quanto tempo?
— Em geral é em até 6 meses. Então o responsável do caso entrará em contato para marcar a audiência.
— Certo.
— Agora um conselho pessoal. Ok? A Soph é de vocês agora. Toda atenção é necessária nesse tempo, pois a guarda provisória pode ser revogada a qualquer momento.
— Claro, estamos cientes. — Prontamente concordei.
— E não existe nenhuma possibilidade de vocês faltarem no encontro com o juiz. É inaceitável.
— Combinado.
— Vejo vocês em alguns meses.
— Obrigada por tanto, Joshep.
Só aguardamos ele sair para os gritos de alegria serem libertados. Finalmente.
— Você tem noção do que acabou de acontecer?
— Tenho! — Emma me sustentou no colo e me girou no ar. Contornei seu pescoço com meus braço e levei meus lábios de encontro aos dela, selando em um beijo com tamanha felicidade.
Encostei minha bochecha sobre a dela e viramos para o lado para obter a imagem de Henry carregando Soph nos braços em nossa direção.
— Ouviu, Soph? Agora temos as mesmas mamães. — Encostou seu nariz no pequeno nariz do bebê. Emma me colocou no chão com cuidado para que eu pudesse correr imediatamente para eles.
— Vocês são tudo na minha vida. — Abracei as duas crianças e deixei um beijo apertado contra a testa do garoto.
— Agora somos uma família? — Ele nos olhou como quem perguntava sobre o nosso relacionamento.
— Desde sempre e para sempre, Henry.

Ter Soph em nossas vidas foi o motivo pelo qual Henry conseguiu nos ver como um casal novamente. Ele estava feliz com o rumo das coisas e eu ainda mais.

— Temos que comemorar. — Disse a loira.
— Eu concordo plenamente.

Por escolha do meu filho, jogamos os colchões na sala e assistimos todos os filmes que ele gostava, comemos besteiras que nunca eram consumidas em dia de semana e aproveitamos o maior presente que a vida nos proporcionou. A nossa família.

M̶Y̶ ̶M̶Y̶̶S̶T̶E̶R̶Y̶̶.Onde histórias criam vida. Descubra agora