22- Course i love him.

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                     xPov.Emmax

Não tinha entendido o motivo pelo qual ela havia me tratado com tamanha grosseria aquela noite, mas considerando a bagunça que se tornou a sua sala e pelo torturante barulho de choro que ouvi, conclui que algo de ruim tinha acontecido e que ela não gostaria de falar sobre. Resolvi dar um espaço respeitoso para ela pensar e voltei para casa, amanhã era amanhã, depois a gente resolvia.

Acordei antes do despertador, estava realmente preocupada com Regina e em como ela estava se sentindo. Aquela mulher era dona do sorriso mais lindo do mundo, me fazia questionar todas as leis existentes do quão inadmissível era não existir uma sequer que condenasse quem fizesse as mulheres bonitas sofrerem.
Fui atrás do meu celular perdido sobre a cama com esperança de encontrar alguma mensagem dela sobre a noite passada, mas nada, ao invés disso tinha uma mensagem de Ruby na qual dizia.

"Hey, Emma! Tudo bem? Bom, Regina pediu para avisar que está dispensada das tarefas de hoje. Nos vemos na próxima semana? Beijinhos. "

Eu queria jogar o celular na parede, mas o coloquei sobre a mesa de cabeceira e suspirei com os olhos fechados.

Por que ela estava me evitando?

Me levantei e fui até a cozinha, tomei uma xícara de café tão grande que me faria ficar acordada por uma semana inteira. Um dia sem ver Regina não era um dia completo, eu precisava vê-la para pelo menos dizer que o dia não foi tão ruim assim, aquilo estava errado, alguma coisa tinha de fato acontecido e ela não queria me contar. Acabei buscando por milhares de motivos que a fizesse se comportar como estava se comportando e nenhum fazia o menor sentido.

O tempo passava tão devagar que até pensei que o relógio estava me desafiando, o livro que lia parecia ter ficado ainda maior e eu nunca o terminava, mas não podia culpá-lo, já que a cada parágrafo que passava, olhava para o relógio na esperança do tempo passar mais rápido.

Era esgotante não ter nada para fazer quando se tinha uma angustia gigantesca dentro do peito, por isso a melhor opção era cuidar da saúde e jurar que funcionaria de alguma forma. Coloquei uma roupa adequada e fui fazer uma caminhada no parque mais próximo no bairro, aproximadamente 7km sem parar e no fim, estava completamente renovada. Estava na fila para comprar uma garrafa de água quando notei a criança que corria alegremente no tanque de areia. As visitas ao parque estavam acontecendo com mais frequência do que o esperado e apesar do motivo me gerar dúvidas, era muito gratificante assistir Henry brincar ali. Ele era uma criança surpreendentemente bonita e isso era graças a genética de Regina e muito além, também era uma criança muito criativa que fazia do tanque de areia uma cena de crime repleta de mistérios a serem desvendados.

Ele estava tão entretido em sua brincadeira que não notou quando me aproximei, sorri gentilmente para Anna que estava sentada no banco ao lado e ela correspondeu o sorriso, aos poucos me aproximei e coloquei minhas mãos sobre os olhos do garoto, cobrindo-os com as minhas palmas. Suas pequenas mãos seguiram até as minhas e ele tentou adivinhar pelo tato.

–Mamãe?– Gritou cheio de esperança, já tentando tirar minhas mãos de seus olhos para saber se tinha acertado.
– Errou feio.
–Emma!— O menor gritou alegremente e praticamente pulou em meu colo, abraçando com força o meu pescoço.
– Que abraço mais gostoso. – Apertei ele um pouco mais e aproveitei cada segundo daquele gesto simples de amor puro.
— Desculpa, mas quem é você mesmo?
A voz que vinha por trás de mim era desconhecida aos meus ouvidos, acabei virando rapidamente para avistar o homem que estava parado com duas casquinhas de sorvete nas mãos, tão confuso quanto eu quando percebi finalmente quem era aquele senhor.
— Perdão. Eu sou Emma Swan. — Soltei o garoto aos poucos do meu abraço, mas ele não se afastou, agarrou minhas pernas e ficou paradinho ali.
Minha leitura dos comportamentos de Henry diante do pai não foi muito positiva, ainda mais considerando que até onde eu tinha conhecimento sobre aquela história, ele não precisaria estar ali.
–Está tudo bem, Henry?– Continuei olhando para Robin enquanto falava com Henry na esperança de que ele me contasse se tivesse algo de errado.
–Por que não estaria, Emma Swan?– Robin enfatizou meu nome e sobrenome com tom de deboche e soberba que me fez ficar ainda mais confusa.
–Bom, você está aqui, presumo que algo não está certo.
— E o que você considera errado ao ver um pai levando seu filho ao parque enquanto sua esposa está no trabalho? São tempos atuais, Swan, eu apoio a ideia de inverter os papéis.  — O sorvete estava derretendo e escorrendo entre os dedos daquela imensa mão.
— Ex-esposa. — Corrigi.
— Não me pareceu tão ex ontem à noite.
Meu punho cerrou no mesmo minuto que aquela estupidez foi lançada da boca torta daquele homem. Eu tinha certeza que o objetivo dele era me causar ciúmes, mas eu não acreditaria em nada do que fosse  dito por ele.
— Olha, eu não o conheço, senhor, não tenho motivos para ficar aqui ouvindo tanta insensatez.
— Acha mesmo que Regina permitiria que eu estivesse aqui com Henry se não tivéssemos reatado? Por favor, imaginei que fosse um pouquinho mais esperta, Swan. Agora vejo que te coloquei em uma posição muito maior do que deveria, você não é uma ameaça tão grande assim. — Ele me analisou da cabeça aos pés e em seu rosto demonstrava pena. — Tivemos uma longa conversa na noite anterior, ela voltou atrás no divórcio e no pedido de guarda unilateral, optou por voltar para a casa de onde nunca deveria ter saído e por uma renovação de casamento. — Manteve-se sério a cada palavra dita.

M̶Y̶ ̶M̶Y̶̶S̶T̶E̶R̶Y̶̶.Onde histórias criam vida. Descubra agora