12- The dinner.

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Ela me afastou com as palmas das mãos contra minha barriga, talvez devido ao susto que levou, me virei rapidamente para olhar quem tinha sido o ser maravilhoso que atrapalhou tudo isso e ele parecia constrangido.

–Sem problemas! Mas não será necessário, não iremos jantar aqui está noite.– Ela respondeu simpática e eu estava perdida.

Como assim não jantaríamos ali? Como assim ele nos atrapalhou de besteira?

O mesmo deu a volta e entrou na casa na qual ele estaria abrigado conosco para nos servir e fazer as obrigações domésticas, assim que sumiu de nossas vistas, me virei para Regina que já estava com o seu sorriso magnífico estampado nos lábios.
–Não iremos jantar aqui então?– Falei me sentando de volta na borda da piscina enquanto a observava sair da mesma com classe.
–Não.
–E esse jantar seria um encontro?– Ergo uma sobrancelha, convencida.
–Se gosta de coisas clichês, podemos dizer que sim. Eu prefiro dizer que estou levando minha mulher para jantar.– Disse certa de sua opinião e deu de ombros, buscando por uma toalha para secar seu corpo e seu cabelo molhado. Eu honestamente fiquei boquiaberta com a resposta. Só hoje pude perceber o quanto gostava dela e ela já estava me chamando de sua? Muito provavelmente era só controversa dela em relação a Granny quando me chamava de 'pequena menina'. Porém, sua? De fato eu era dela.
Não demorou muito até escurecer e começarmos a nos arrumar para o jantar, minha roupa havia sido casual, queria ser eu mesma com Regina aquela noite, eu queria que ela gostasse de mim bem assim como sou. Diferente de mim, Regina caprichou na roupa e maquiagem, mesmo não precisando de tudo aquilo.
–Está perfeita, Swan.– Ela disse sorrindo, assim que se aproximou e eu balancei a cabeça sem jeito.

A anfitriã me levou para jantar em um restaurante à beira mar, um deck reservado especialista em frutos do mar. Pedimos por uma salada de entrada, polvo à lagareiro como prato principal e para beber um Muse de Miraval, um vinho rosé de Provence muito fino, com notas de citrinos e frutos vermelhos que ficaria perfeito para acompanhar este prato estruturado e equilibrar o azeite que ia no polvo.

–Sabe que hoje em dia eu me interesso muito por culinária por sua causa?– Sorri, comendo um pouco da salada e ela fez o mesmo.
–Parece que estou te influenciando positivamente então.– Se gabou.
— Mas será que Regina Mills cozinha tão bem quanto se interessa por culinária?
— Pode apostar que sim. — Ela piscou.
–Posso te perguntar uma coisa?— Disse depois de um curto tempo em silencio, entre uma garfada e outra na salada.
–Mesmo já sendo uma pergunta, pode fazer.– Debochou da minha falha de sempre.
–O que nós temos, Regina? Como eu posso considerar tudo isso? — Mudei o tom de minha voz para quem realmente tinha uma certa dúvida.
— Me diz você, o que está acontecendo?– Afastou seu prato e passou a me encarar intrigada, enquanto limpava o canto da boca com um guardanapo.
— Eu não posso dizer por nós, ainda mais porque definitivamente não sei o que você sente por mim, já que nunca conversamos sobre isso antes. — Afastei meu prato, assim como ela e agora o vinho me deixava mais tranquila para desabafar sobre o assunto. — Eu ainda não sei o que é o amor, Regina, mas se ele realmente tem alguma definição, é o seu sorriso. Eu presenciei seus dias mais tristes e quero ter a honra de presenciar os dias mais felizes da sua vida também. Eu quero muito viver ao seu lado o tempo que a vida me permitir e quero aproveitar todos os segundos que puder de tudo isso. — Implorei desesperadamente para mim mesma que eu não estivesse enganada sobre os meus sentimentos por Regina. Eu não aguentaria mais um amor fracassado para a coleção.
— Ah, Emma. Eu que tanto julguei a capacidade de Ruby em fazer amizades, me encontrei inconformada quando ela me mostrou uma foto sua dizendo que te entrevistaria para a vaga na empresa, porque segundo ela você era a pessoa perfeita para estar ali. E eu não pude negar, você é realmente perfeita em tudo. Eu nunca permiti que ninguém me visse em uma posição vulnerável e você me deixa tranquila para. Estou arriscando comportamentos com você que eu nunca faria, mas está sendo a aventura mais gostosa da minha vida te mostrar o mundo e dividir ele com você. Estou me sentindo viva novamente depois que Robin levou o meu filho de mim. — Ela levou ambas as mãos para encontrar as minhas e as apertou, pouco antes de acariciar o meu rosto com a destra.
— Eu não vou me arrepender de te amar?
— Eu espero que não.

Finalizamos o jantar e foi definitivamente a melhor noite de todas, tivemos conversas leves sobre as nossas vidas e bebemos mais vinho do que podíamos aguentar. Assim que chegamos em casa, abandonamos os sapatos no meio do percurso até o quarto principal, estava definitivamente muito tarde e estávamos bêbadas o suficiente para dividir o mesmo banheiro enquanto escovávamos os dentes e em meio a conversas e risadas, nos encontramos sentadas no corredor uma ao lado da outra, talvez porque a gente se entendia nesse jeito de conseguir se aconchegar em qualquer lugar quando estávamos juntas ou talvez porque sabíamos que quando fossemos cada qual para seu quarto, estaríamos distantes outra vez.

— Então ela esteve com você até mesmo nesses lugares?– Ela perguntou enquanto me olhava.
— Ah, sim. Ela sempre esteve lá, em todas as fases da minha vida e sempre implicando comigo.– Balancei a cabeça, sorrindo.
— De um jeito ruim?
— Granny não sabia ser uma pessoa ruim, por mais que tentasse.— Abaixo o olhar, fitando o chão.
Foi tão pouco tempo em silêncio até que senti a mão de Regina segurar a minha e entrelaçar nossos dedos calmamente, levantei meu olhar para o dela que já me retribuía com um sorriso sem jeito e eu correspondi tranquila com a situação.
— Você é maravilhosa, sabia?— Falei depois de um tempo, selando meus lábios aos dela com calma. — Acho que eu vou me deitar, já está bem tarde. — Sussurrei em seguida.
— Ah, sim. Está bem tarde. — Se levantou e esticou a mão para que eu levantasse também, o fiz. Logo caminhou até a porta de seu quarto e eu já parada em frente a minha, a olhava com um sorriso estampado no rosto.
–Boa noite, senhorita Swan.– Sussurrou.
–Uma ótima noite, meu bem.– Sorri e logo entrei para o quarto, encerrando o clima que sempre formamos quando estamos juntas.

M̶Y̶ ̶M̶Y̶̶S̶T̶E̶R̶Y̶̶.Onde histórias criam vida. Descubra agora