15- Please tell me it's a lie.

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— Alô? — Disse sonolenta ao atender o celular em plena madrugada. — Neal? — Balancei a cabeça para tentar despertar. – Aconteceu algo?
–Aconteceu, nada de tão preocupante, mas acho que você gostaria de saber.
–Só diz, antes que eu acabe dormindo novamente.– Brinquei, enquanto me sentava na cama para ouvir a grande fofoca que ele tinha para me contar.
–Então, nós homens decidimos invadir a despedida da Ruby agora pelo final da festa e tornar tudo um after só. Adivinha quem vai levar Regina para casa? — Fiquei em silêncio esperando ele concluir. — Tá bom, se não quer chutar, eu te conto. A ruiva gostosa. — Falou empolgado como se fosse a maior fofoca do dia e eu permaneci em silêncio. — Eu sei que você não a considera ruiva, mas esse é o apelido dela por aqui agora. Elas ficaram juntas a festa inteira. — Ele estava nitidamente muito bêbado.
— Tudo bem, eu já entendi. — Não consegui esconder a chateação no tom de minha voz.
— Você está bem?
— Eu estou ótima. — Respondi e logo desliguei a chamada.
Levei as mãos para cobrir o rosto e tentar assimilar tudo que foi me dito naquela ligação. Não sabia se de fato eu deveria acreditar em um homem que tinha interesses românticos em mim há tão pouco tempo, assim como não sabia se podia confiar nos comportamentos de Pamela para com Regina. Era óbvio que elas sentiam algo uma pela outra, mas achei que eu tinha chegado para mudar isso de alguma forma. E ainda tinha o fato de que ninguém nunca me contou que raios de "história diferente" foi essa que elas tiveram. Foi assim que minha cabeça quase explodiu para tentar entender o que tinha acontecido. Eu queria acreditar em Regina, eu precisava acreditar nela, mas as chamadas caindo na caixa postal só faziam minha mente vagar para a cena das duas indo embora da festa juntas.
Estava buscando ser forte, mas meu coração se encontrava em puro desespero e chateação.
Não demorou muito até o interfone tocar e Archie anunciar, era ela em meu portão, pedi para que a deixasse subir e limpei as lágrimas, como quem não sabia de nada, apenas para dar a ela a chance de se explicar sozinha. Regina abriu a porta do apartamento lentamente e se arrastou até meu quarto, o cheiro do álcool havia roubado o aroma doce que sua pele tinha e ela parecia exausta, me levantei para ir ao seu encontro e ajudei até que ela finalmente pudesse se sentar na beira da cama.

– O que faz aqui tão tarde? — Perguntei e ela nada me respondeu. — Está tudo bem, Regina?
O rímel borrado no canto de seus olhos entregava que ela havia chorado e por mais triste que eu estivesse, aquele detalhe havia partido ainda mais o meu coração. Aproximei meus lábios dos seus novamente, mas antes de tocá-los pude sentir as mãos macias dela me afastando.
–Eu preciso falar com você.– Evitava meus olhos, ela aparentava estar arrependida e isso me trazia uma sensação ruim de ter falhado em confiar nela.
— Eu não sei se quero ouvir o que tem para me dizer.
— Já te contaram, não foi? — Assenti positivamente com a cabeça e permaneci em silêncio. — Me deixa te contar a minha versão.– Ela praticamente implorou.
—  Só não me diz que vocês se beijaram.
— Pamela me beijou.
— Não me importa quem deu inicio, só me importa saber se você o permitiu. — A tristeza pouco a pouco ia se transformando em raiva dentro do meu peito. — Quer saber de uma coisa? Eu não admiro muito a Pamela, mas confesso que considero ela uma mulher muito corajosa. Ela não me deve nada, nem respeito por mim, isso porque ela não me conhece e não sabe do que vivemos nos últimos dias. Ela é só mais uma mulher que corre atrás daquilo que deseja e está certa por isso. Sabe quem me deve alguma coisa? A mulher que me chamou de amor, ela sim me deve no mínimo respeito e consideração antes de tomar atitudes baseadas no álcool. — Uma lágrima insistente caiu de meu rosto e antes que eu pudesse fazer alguma coisa, Regina secou ela com as costas da mão, tinha arrependimento em seu olhar. Ela foi respeitosa e me deixou falar tudo o que eu precisava sem me interromper nenhuma vez sequer.
— Acho que eu quero que você vá embora.
— Você acha? Está baseando tudo o que aconteceu em uma história que alguém te contou, Emma. Não quer ouvir de mim?
— Se a história se confirmar, vai doer muito ouvir as palavras saírem de sua boca, Regina.
— Então eu vou embora. — Ela se levantou.
— Não, tudo bem, me conta. — Puxei seu braço de volta e limpei o restante das lágrimas incessantes. Eu precisava deixar ela se explicar, tinha consciência e consideração por isso.
— Eu estava me sentindo muito mal naquele lugar, a energia caótica era diferente de toda a paz que eu estava carregando da nossa viagem juntas. Passei a noite inteira conversando com a Pamela e contando dos momentos incríveis que passamos juntas. Mas eu estranhei no momento exato que percebi que tudo o que eu falava estava sendo tratado com desdém. Ela estava com ciúmes, tentou me convencer durante horas que você não era a pessoa que ia me fazer feliz e quando ela percebeu que eu não aceitaria tal comportamento, foi quando ela me puxou a força e me beijou. Eu não prolonguei o beijo, Emma, se é o que você queria saber. Eu me levantei no mesmo minuto e fui me dedicar a passar o resto da noite com Ruby que era o verdadeiro motivo para eu estar ali.
— É sobre isso que eu quero dizer quando te falo que ela não respeita nada e nem ninguém, merda. — Empurrei seus ombros com ambas as mãos e em um ato de desespero ela abraçou o meu corpo.
— Eu sei, peço desculpas.
— Estou com raiva por ainda sim você desejar tanto manter a amizade com alguém como ela. — O rosto estava rosado com o misto de emoções que passava naquele momento.
Regina me observou em silêncio e não tardou em me beijar, em seus lábios pude sentir o champanhe rosé brut e provavelmente muita vodka também, mas meu coração se enraiveceu ainda mais por pensar que Pamela provavelmente sentiu a mesma coisa. Furiosamente joguei seu corpo contra a cama e arranquei a única peça de roupa que cobria meu corpo, aos poucos nos livramos também do seu vestido caro. Passei a beijá-la de modo feroz, enquanto minhas mãos apertavam seus seus seios firmes e morenos. Tivemos uma breve guerra com ad mãos até nossos corpos estarem completamente colados e finalmente despido de toda vestimenta, podendo assim levar dois de meus dedos até a boca de Regina que os chupou sem pensar duas vezes e os encaixei em seu sexo com mais facilidade por estarem úmidos.
Aproveitava de seus lábios doces enquanto a morena gemia um pouco mais alto a cada estocada, fazendo com que suas unhas deixasse um rastro em minhas costas, entre os movimentos circulares que meus dedos faziam em seu sexo foi que Regina alcançou seu ápice e logo desci até o mesmo para degustar do seu sabor incrível.
– Emma.– Ela gemia um tanto rouca, apertando suas mãos sobre o lençol da cama por não aguentar e  eu não podia negar que nenhum som no mundo me tirava de orbita como os gemidos de Regina implorando por mais de mim. Empurrou seu quadril ao meu encontro quando tomei o clitóris entre os lábios e o suguei. Seu gosto era incomparável.
— Emma, por favor. — Seus gemidos abafados, cansados e contínuos anunciavam que havia atingido seu segundo orgasmo e com calma afasto os lábios do sexo da morena agora realizada, arrasto meu corpo sobre o seu ao subir de volta e me deitar na cama, selando nossos lábios.
– Você é ainda mais gostosa do que eu imaginava.– Sussurrei, chupando seu liquido que estava em meus dedos e ela sorriu assistindo aquilo e tentando se recompor.
Ficamos deitadas por um tempo em completo silêncio, a respiração estava ofegante e ficamos encarando o teto sem saber como proceder.
–Acredita em mim, aquilo não significou nada e eu verdadeiramente estou ouvindo meu coração que insiste em me dizer que estou amando você.

Eu não pude responder nada, estava sentindo muitas coisas ao mesmo tempo, apenas virei meu corpo e repousei minha cabeça em seu peito, abraçando seu corpo junto ao meu. Acabamos dormindo no calor do mesmo abraço, desejando que aquele tempo de paz fosse infinito.

M̶Y̶ ̶M̶Y̶̶S̶T̶E̶R̶Y̶̶.Onde histórias criam vida. Descubra agora