Capítulo 1

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Any Gabrielly

Porque nenhuma coisa pode ser um pouquinho fácil pra mim? Eu tinha que acordar atrasada justamente no dia da minha entrevista, que ódio.

Estou no meu quarto, terminando de me arrumar, coloquei uma calça jeans, uma blusa social de manga curta, com uma sapatilha, amarro meu cabelo e faço um make suave.

Escuto a campainha toca, e a minha mãe grita.

—Priscila: eu atendo filha

— tá bom -grito de volta.

Passa uns dois minutos, e a Sina entra no meu quarto.

—Sina: tá linda amiga -sorrimos e ela vem me abraçar.

— obrigada -termino de colocar meus brincos- o problema é que eu tô atrasada, falta uma hora pra entrevista, e daqui até lá, são uma hora e meia de ônibus -falo chateada.

—Sina: eu sei, é por isso que eu vim, vou te levar de carro -ela senta na cama- então pode ficar tranquila, podemos sair daqui faltando uns 30 minutos

— obrigada sininho, mas não quero abusar de você -ela revira os olhos- é sério, eu preciso...

—Sina: "ser responsável e independente, sem precisar da ajuda de ninguém" -fala debochando, a frase que eu sempre digo- será que você pode parar com isso, poxa Gabrielly, somos amigas desdo 6 anos, eu te considero minha irmã, meus pais te amam como filha, assim como a tia Pri me ama como filha também, você tem que parar de querer carregar o mundo na costas, deixa de ser um pouco orgulhosa e aceita ajuda das pessoas que te ama

— mas meu pai sempre me ensinou a não depender dos outros, e você sabe disso

—Sina: eu sei disso Any, e não acho que ele ou você esteja errado, mas você também não pode negar minha ajuda, sou sua melhor amiga, sua irmãzinha mais velha

— apenas meses mais velha -ela mostra a língua.

—Sina: não importa, eu ainda sou, e você tem que me respeitar -rimos- mas é sério, para com isso e aceita a minha ajuda -assenti- ótimo, aliás já estava me esquecendo, tomar aqui -ela mexe na bolsa dela e me entrega um papel.

— oque é isso? -pergunto pegando a folha.

—Sina: meu pai mandou te entregar, é o comprovante lá de casa

— SINA -a repreendo.

—Sina: será pode aceitar a nossa ajuda assim, já que você não aceita o nosso dinheiro, é o mínimo que meus pais e eu conseguimos fazer

— não precisa Sina, eu agradeço muito tudo oque você e a sua família... -ela me interrompe.

—Sina: nossa família Any, todos nós somos uma família, já cansamos de chamar você e a tia Pri pra morar com a gente, você sabe que lá seria bem melhor pro tratamento dela -eu suspiro.

— eu sei, mas eu prefiro continuar na minha casa, eu amo muito todos vocês, mas isso é uma coisa nossa, e você sabe

—Sina: eu sei, mas então aceita o nossa ideia, meus pais já combinaram que se alguém ligar lá pra casa, vamos fingir que você é filha deles -fico insegura- aceita vai, você não reclama que não consegue um emprego bom, por causa da localização da sua casa, que todos sabem que o bairro daqui, só tem gente errada, segundo as pessoas, aqui só mora bandido, é um bairro perigoso, pra nós não, pois já somos acostumados, mas pra quem ver de fora, é sim

— eu vou aceitar essa ajuda, porque a casa é de um bairro nobre, próximo ao seu bairro, e eu preciso muito desse emprego, não posso perder essa chance -sorrimos- só espero que eles sejam gente boa -sussurro baixinho.

Babysitter - BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora