Capítulo 2

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 Sofia não soube responder, pois de fato estava tudo como ela imaginou. Abaixou os ombros e desistiu:

— Tudo bem, acho que está perfeito.

— Está mesmo. — Marta sorriu para filha — Você passou tanto tempo fora, vá aproveitar a festa e conversar com seus amigos.

— São amigos de Alice e Tomás, mãe. Como estive fora, não tive tanto contato.

— Vivian está aqui, vocês são bem próximas que eu sei.

— Vou procurá-la, realmente ainda não conversei com ela. — Sofia aquiesceu.

— E como poderia? Desde que voltou você só pensa em trabalhar. Cadê o equilíbrio? — Marta contrapôs.

— Eu preciso alavancar meu negócio, mãe. Não posso deixar os contatos esfriarem. E você sabe que eu tenho grandes planos. Os eventos estão indo bem, a confeitaria também apesar de sua abertura recente, agora...

— Agora é a vez da franquia de doces populares — cortou Marta — Eu sei filha, eu já ouvi isso mais de mil vezes. Mas a vida não é só trabalhar, principalmente...

— Você e o papai demoraram a compreender isso — foi a vez de Sofia interromper.

— Por isso que não queremos que vocês cometam o mesmo erro. Quando Alice resolveu estudar medicina, eu achei que ela seria como nós, mas ela se envolveu no curso de direito e conheceu Tomás. E olha onde estamos? — Marta olhou em volta com as mãos para cima. E continuou: — Agora é a sua vez Sofia.

— De casar, mãe? — Sofia ironizou.

— Não, de aproveitar a vida. — Marta foi direta — Você sabe que eu e seu pai ensinamos que vocês podem fazer o que quiserem, só depende de vocês e de mais ninguém. Se um casamento for parte dos planos, tudo bem, o importante é que seja uma escolha sua e você esteja feliz com ela. O que não significa que você não possa ter boas companhias ao longo da vida, amigas — Marta olhou bem dentro dos olhos de Sofia — e amigos.

— Eu sei que a liberdade que vocês nos ensinaram é muito mais do que muitos pais querem para os filhos, mas o meu foco agora é a carreira, mãe. Acho que estou no momento certo de arriscar e tentar um novo negócio.

Marta foi irredutível e contrapôs a filha:

— Você precisa de um pouco mais de moderação no trabalho e menos na vida social. Você já conheceu os amigos de Tomás?

— Conheci o Eric, mas ele namora a Samanta, mãe.

— O Eric não sabe o que é bom pra ele, um menino tão querido precisa de uma moça adorável como ele.

— Não podemos dar palpite nos relacionamentos dele, nem somos tão próximos assim.

— Ele é como um irmão para Tomás, e Tomás agora é da família, logo...

— Eu entendi seu raciocínio, dona Marta, mas ainda acho melhor que ninguém saiba dos seus planos para o namoro dele.

— Tudo bem, essa batalha você venceu. Mas tem outros rapazes que você pode fazer amizade — e adicionou um tom sugestivo ao dizer a última palavra. — Tem o Arthur, primo de Tomás, Gabriel, amigo dele também, tem o Daniel, amigo de faculdade de Alice, e muitos outros amigos. Basta você se afastar desses doces e se misturar na festa. — Dito isso, Marta foi por trás de Sofia e a direcionou novamente para o salão. — Não quero ver você perto dessa mesa novamente.

Sofia não teve outra escolha senão se afastar. Decidiu procurar Vivian para colocar o papo em dia, o que não foi muito difícil de fazer, pois ela estava usando um vestido curto vermelho vivo com um decote bastante generoso.

— Oi Viv!

— Sofi, que saudade! — Vivian deu um abraço apertado em Sofia. Apertado mesmo.

— Eu também. Não conseguimos conversar tanto nas vezes em que saímos com Alice e Tomás.

— Pois é, Sofi, foram noites de reconhecimento, eu preciso de foco para colocar uma aliança no dedo.

— Você tem certeza de que essa é a melhor forma de encontrar um marido? — questionou Sofia.

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