Capítulo 17

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 Ao perceber sua aproximação, Sofia rapidamente deixou seu copo na mesa mais próxima antes de se virar para ele.

— Ainda é muito cedo para você dizer isso.

— Pelo menos você está se esforçando mais. — Gabriel apontou com a cabeça para o copo abandonado na mesa.

— Não é por você, acredite. — E ruborizou.

Ela realmente ficava adorável ruborizada, destacava ainda mais as mechas ruivas do seu cabelo. Ou ele pensava que eram ruivas. No entanto, Gabriel sabia que de adorável ela não tinha nada, ela não era uma pessoa fácil de lidar e não tinha metade da doçura de sua irmã.

Antes que ele pudesse responder, Arthur se aproximou.

— Doce Sofia, aceita dançar?

Gabriel preferiu se afastar para o bar antes de ouvir a resposta de Sofia e, na sequência outra mulher o abordou.

— Atormentando muitas moças inocentes, Gabe?

Cecília, a qual o conhecia desde pequeno por ser irmã de Tomás, foi ver o motivo de ele estar com um sorriso tão maquiavélico. A postura relaxada com o corpo um tanto jogado na banqueta do bar se contrapunha aos olhos analíticos de Gabriel. Provavelmente ele estava planejando algum plano para sua próxima conquista.

— Você sabe que de inocente elas não tem nada, Sissi. — Cecília riu.

— Não sei se todas elas sabem o tamanho da encrenca que você é.

— Garanto que todas sabem onde estão se metendo, não faço promessas vazias.

Quando era jovem, Cecília teve uma quedinha por Gabriel, porém, quando viu que ele nunca se abriria para ela, resolveu seguir em frente e deixar o amigo do irmão em paz. Tinham passado bons momentos juntos nas férias, na praia e na casa de campo da família Hurst.

— Não tenho certeza disso. E como andam as coisas? Por trás desse sorriso você parece cansado.

— Trabalhando bastante, como sempre. E você está linda, como sempre!

Cecília realmente estava linda com aquele vestido verde que ressaltava a cor dos seus olhos. Tão linda quanto... e seus olhos voltaram para onde ele estava anteriormente. Sofia ainda conversava com Arthur.

— Muito gentil Gabe, como sempre. — Cecília agradeceu repetindo as palavras dele para provocá-lo. Contudo, ele nem percebeu. Ela acompanhou o olhar dele até a mesa do outro lado da pista e viu o motivo da distração. Ela apontou para Sofia e Arthur conversando.

— Parece que nosso querido primo foi mais rápido do que você e encontrou sua nova vítima.

— Eu fico com pena.

— Dela? Eu também, mal sabe como ele é inconveniente e esnobe. — Cecília concordou

— Dele!

— Dele?! — Cecília olhou para ele confusa. — Como assim, Gabe?

— A futura cunhada de Tomás já derrubou duas bebidas em mim. E só encontrei com ela duas vezes! Não sei se meu guarda-roupa vai durar até o casamento.

Cecília não conseguiu controlar o riso.

— Tenho certeza de que foram acidentes. Conversei com ela no jantar de noivado e ela parece bem normal. Ela não iria te perseguir como suas ex-namoradas.

— Elas me perseguem porque não conseguem ter o suficiente.

— Ah, por favor, Gabe, não precisa ser tão convencido comigo, eu sei que seu coração é um bloco de gelo. Já tentei e falhei, lembra?

O olhar de Gabriel se suavizou e ele encarou Cecília:

— Você sabe que eu nunca tive a intenção de magoar você, não sabe?

— Eu sei, agora eu sei, mas quem pode controlar um coração jovem apaixonado? — Cecília respondeu e sorriu ao tocar o braço de Gabriel.

— Você é ótima Sissi.

— Eu também acho. Mas então, voltando ao nosso objeto de estudo...

— Não vamos analisar a garota, Sissi.

— Vamos sim Gabe. Você pode se surpreender. Sabia que ela esteve no exterior até recentemente?

— É mesmo?

— Viu só, já percebo interesse no seu tom de voz.

— Eu estava sendo educado.

— Não se incomode, eu te conheço melhor do que isso. Continuando, depois que ela voltou, resolveu abrir seu próprio negócio de doces para eventos e está indo muito bem. Ela que fez os doces do jantar de noivado e fará os do casamento. Você provou?

— Ainda não tive a oportunidade, minha camisa foi molhada antes disso. — E deu um sorriso irônico para Cecília.

— São muito bons, e não digo isso só porque logo seremos todos uma grande família. Ela realmente parece ser uma boa pessoa, Gabe. Então, por favor, não estrague tudo se envolvendo com ela.

— Eu nem sonharia com isso — e novamente o sorriso maquiavélico apareceu.

— Gabe, você é como um irmão pra mim, assim como Eric. Os três mosqueteiros, não é assim que vocês se chamavam?

Gabriel assentiu. Sissi tinha razão, eles eram a sua família, onde encontrou o amor e apoio para crescer que não encontrou nos seus próprios parentes de sangue. Cecília continuava com o discurso dos tempos de infância

—... E eu a donzela a ser resgatada nas suas peripécias. Ela não é uma donzela, ela cuida muito bem da própria vida, então fique longe dela para não criar problemas para Tomás e Alice. Elas são muito unidas, pelo que Ali me contou.

— Sissi, eu não pretendo ir a lugar nenhum com ela. Na verdade, já tenho outros planos. — E olhou na direção da moça que o acompanhou até a mesa.

— Gabriel Lanvini, menos, por favor.

Mas ele já estava partindo.

— Sissi, sempre um prazer. — E pegou a mão dela e deu um beijo.

— Sempre um galanteador — Sissi respondeu rindo — Aproveite sua noite.

Gabriel foi em direção da moça apenas para desviar a atenção de Cecília. Encontrou Tomás e Alice perto da porta do restaurante se despedindo dos amigos de Alice. Resolveu aproveitar o momento para a sua despedida e encerrar a noite.

Sofia que assistia de longe a interação entre Cecília e Gabriel não pode acreditar que ele daria em cima da irmã do próprio amigo. E depois ainda foi atrás de uma garçonete. Ele não tinha escrúpulos não?

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