Capítulo 5

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POV Hashirama

Mito é uma mulher linda, se sorrisse seria ainda mais, seu corpo nu era deslumbrante, me dando vontade de me deliciar por horas ali, sua intimidade era apertada demais até para meus dedos e tendo medo de machuca-la a penetrei com delicadeza, mesmo assim não foi suficiente, devia ter conversado com ela, mas tive medo de constrange-la ainda mais.

Eu me senti um completo lixo pelo que fiz com Mito, sabia desde o começo que ela não queria se casar comigo, mas não pensei que me detestaria ao ponto de nem responder aos meus estímulos, era como se até seu corpo me odiasse. No início achei que ela tivesse tensa e nervosa por ser a primeira vez, então conduzi tudo com gentileza e delicadeza, tentando transmitir segurança para a minha esposa, mas no momento em que eu gozei e vi a expressão de nojo em seu rosto, eu me senti o pior homem do mundo, era como se tivesse ferido um anjo.

Meu coração apertou quando vi a expressão de dor dela ao se mover, mas fiquei quieto, não sabia o que dizer a ela, depois quando ela se levantou, gemeu de dor e andou como as pernas abertas até o banheiro eu senti meus olhos marejados, o sangue no lençol branco tinha uma cor viva, assim como na pele clara entre suas pernas.

Depois de um tempo ouvi Mito chorando alto dentro do banheiro, parecia estar sufocando e eu quis entrar lá para abraça-la e dizer que tudo ficaria bem, mas tinha consciência de que era a última pessoa que ela queria ver diante dos seus olhos agora. Ainda assim, quando seu choro ficou mais desesperado eu me aproximei silenciosamente da porta do banheiro, mas antes de tocar a maçaneta a ouvi implorar.

— Não me toca mais, por favor — as lágrimas desceram pelos meus olhos e eu me sentei na cama, abraçando meus joelhos chorando em silêncio.

Depois de um tempo minhas lágrimas cessaram e eu notei pelo chakra que Mito provavelmente havia dormido embaixo do chuveiro. Troquei aquele lençol com sangue e fui até a porta grande que separava o quarto do outro cômodo, respirei fundo e abri lentamente, vendo aquele ser pequeno e frágil dormindo embaixo do chuveiro, com os cabelos vermelhos espalhados ao redor do corpo e marcas de arranhões em seus braços e pernas, como se quisesse arrancar a pele onde toquei.

— Me perdoe, Mito — sussurrei enquanto a tirava de baixo da água, fiz um clone para segura-la enquanto eu secava seu corpo e a levava para a cama, cobri minha esposa e beijei sua testa antes de deixar nosso quarto e ir beber um pouco de saquê.

No dia seguinte saí de casa antes mesmo dela ter acordado, deixando avisado a cozinheira que deveria servir o que Mito preferisse para o café da manhã. Cheguei no escritório e me sentei na minha mesa, sob os olhares confusos de Madara e Tobirama.

— Ontem foi sua lua de mel, o que está fazendo aqui? — meu irmão perguntou.

— Eu disse várias vezes ao longo dessa semana que deveriamos ter cancelado esse casamento — respondi sem emoção.

— Não foi consumado? — Madara perguntou erguendo a sobrancelha.

— Eu queria que não tivesse sido — abaixei a cabeça — seria melhor do que ver o olhar de nojo da minha esposa para mim enquanto estava em cima dela. Mito nunca será feliz!

— Mas irmão, você não poderia cancelar, é melhor para nossos povos — Tobirama falou, me olhando com pesar.

— E como Mito fica nisso, Tobirama? — soquei a mesa — Pensei que com o tempo ela poderia sentir algo por mim, mas depois do que aconteceu ontem sei que é impossível, ela me odeia e eu a machuquei.

— Hashirama, eu disse que deveria ser gentil na primeira vez dela — Madara falou.

— E eu fui, mas ela não queria isso, não importa o quão gentil eu tenha sido, ainda assim a machuquei porque o corpo dela não queria o meu!

— Sinto muito, Hashirama, mas já está feito — Tobirama falou, pegando uma pilha de papéis e depositando na minha frente.

Trabalhei o resto do dia e quando voltei para casa no fim da tarde vi Mito sentada no jardim, em frente as tulipas que mandei plantar quando soube que eram as flores favoritas dela, ao lado de Saori enquanto via Kantaro arremessar shirikens em uma árvore.

— Como estão? — perguntei me aproximando delas e vi os ombros de Mito ficarem tensos.

— Bem — Saori respondeu pelas duas — Ainda bem que chegou, partiremos daqui a pouco e Ashina-sama queria que jantassemos todos juntos.

A ruiva saiu levando Kantaro para dentro de casa e eu me sentei no banco ao lado de Mito.

— Não me respondeu como está — falei mantendo a voz gentil.

— Estou bem — ela respondeu com o olhar perdido nas tilupas e eu suspirei, seria complicado ter uma estranha em minha casa, mais ainda uma estranha que não me dava nenhuma abertura.

Continuamos sentados olhando para as flores, o silêncio era um tormento para mim e eu balançava minhas pernas sem parar, até Mei aparecer na varanda.

— Sei que como recém casados querem passar muito tempo juntos — ela falou alto, chamando nossa atenção — Mas o jantar está pronto!

Mito praticamente saltou do banco e entrou em casa sem me esperar, quando chegamos a sala de jantar ela se sentou e apertou a mesa, contendo uma careta de dor, nesse momento eu abaixei a cabeça, me sentindo extremamente culpado por isso.

Após o jantar nos despedimos de todos e eles entraram em uma carruagem rumo ao porto, Mito abraçou fortemente o irmão e eu pude ouvi-la sussurrar pedindo que Saori cuidasse de Satoru. Me perguntei se algum dia minha esposa se preocuparia comigo como se preocupa com ele e quando ela encolheu os ombros ao ficar sozinha comigo eu percebi que não!

A Aliança - Hashirama SenjuOnde histórias criam vida. Descubra agora