Capítulo 58

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POV Hashirama

No dia seguinte eu acordei e aproveitei o tempo que Mito estava dando banho na Aika para chamar as quatro para conversar, não deixaria minha esposa ficar se sentindo assim.

— Primeiro eu quero falar que sou muito grato a ajuda de todas vocês, o que fizeram foi muito importante nesse mar de insegurança que o primeiro filho trás, só que eu queria pedir pra vocês darem espaço pra Mito exercer a maternidade dela.

— Como assim? — Mei perguntou com a expressão fechada enquanto.

— Deixem ela fazer as coisas do jeito dela as vezes, pode ser diferente de vocês mas nem sempre ta errado. O que eu tô querendo dizer é que eu sei que vocês só estão querendo ajudar, mas a Mito ta se sentindo invadida como mãe — as quatro prestavam atenção em mim e eu busquei ser o mais delicado possível — Se não derem espaço para ela exercer a maternidade ela não vai aprender, claro que alguns conselhos são bem vindos, mas ficar colocando porém em tudo que ela fez só ta magoando aquela mãe de primeira viagem. Então eu queria pedir por favor, para pararem de querer tudo do jeito de vocês.

— Achamos que estávamos ajudando — Saori disse cabisbaixa — Ela devia ter chamado nossa atenção.

— Ela ficou com medo de chatear vocês, porque ela é muito grata a toda a ajuda que vem recebendo.

— Mas ela ta certa, na minha vez eu odiava que ficassem dando opinião em tudo, eles já tinham criado os deles, era a minha vez de criar as minhas — Suyen suspirou — E olha eu aqui fazendo a mesma coisa.

Depois disso eu notei com elas ajudavam com as coisas da casa e da Aika, mas os cuidados com a nossa menininha elas deixavam mais por conta da Mito, com excessão da Mei que sempre queria opinar em tudo.

— Hashirama — Ashina me chamou quando estava no jardim com a Aika nos braços tomando sol e observando Ryotaro com pouco mais de dois anos brincando entre as flores.

— Olha o vovô, Aika — ela bocejou — Não seja mau educada.

— Ela é preguiçosa como a mãe — ele comentou rindo e se sentando ao nosso lado — Já olhei o selo, está tudo certo, fez um bom trabalho.

— Não fiz mais que minha obrigação que é zelar por elas.

— Você vai ser um pai incrível, já está sendo na verdade, você realmente exerce sua paternidade e faz sua parte nessa jornada exaustiva de ter um bebê — ele apertou meu ombro — tenho orgulho de você, filho!

Fiquei emocionado com a demonstração de carinho dele e nós continuamos no jardim por um tempo, até a Aika chorar querendo o peito da mãe dela.

...

Nossa bebezinha já tinha cinco meses e estavamos mais acostumados com nossa rotina de noites mal dormidas. Porém essa noite Mito pediu que eu fosse dormir porque tinha tido um dia cheio no trabalho e graças ao cansaço não foi nenhum esforço apagar em nossa cama. No dia seguinte quando acordei a casa estava silenciosa, fui até o quarto da bebê e encontrei Mito na poltrona de amamentação dando leite enquanto olheiras profundas tomavam seus olhos cansados.

— Bom dia, Hashi — ela forçou um sorriso e eu me aproximei, beijando seus cabelos.

— Bom dia, linda — Aika terminou de mamar e eu a peguei — Deixa que eu faço arrotar, vai dormir um pouco.

— Certo, ela passou a noite toda em claro, vou cochilar um pouquinho, quando tiver que ir pro trabalho me acorda, por favor — ela beijou minha bochecha antes de ir para nosso quarto.

Me arrumei para o trabalho e estava ao ponto de chamar Mito, mas eu olhei para minha esposa cansada, que havia acabado de pregar os olhos e não achei justo que ela fosse acordada quando não tinha nem meia hora de sono, principalmente por ter me deixado dormir a noite inteira. Então peguei a manta que Mito usava para transportar a bebê no tronco sem precisar das mãos, prendi em meu ombro como uma tipóia e aninhei nossa filha ali, a levando para o trabalho comigo e deixando um bilhete no berço.

"Levei ela para o escritório comigo, pode descansar bem, eu cuido dela.
Amamos você!"

— Olha só, Aika, aqui é o escritório do papai e logo você vai poder bagunçar essa sala toda — falei quando entrei com ela e fomos surpreendidos pela voz de Tobirama.

— Não vai não, ela vai ser organizada, diferente do pai — ele se aproximou a acariciou aquela bochecha gordinha — Por que ela está aqui?

— Mito passou a noite em claro com ela sentido cólicas, não quis acorda-la e trouxe a Aika — dei de ombro e meu irmão deu um pequeno sorriso.

— Fez muito bem, elas tem sorte de ter você — sorri para o discreto e raro elogio que meu irmão mais novo me fez.

O início da manhã foi tranquilo no trabalho, Aika quis resmungar algumas vezes, mas como estava de barriguinha cheia eu conseguia acalma-la. Fui chamado no centro de inteligência para me reportarem uma invasão a nossa fronteira, quando cheguei lá com minha filha nos braços eu fui informado que um dos invasores havia sido capturado, para não deixar Aika perto dele a coloquei no colo de uma das mulheres da barreira e entrei na sala de investigação.

— Que porra é essa? — perguntei assustado quando vi o homem espumando a boca.

O guarda responsável abriu sua boca e encontrou a capsula de um veneno.

— É como se ele soubesse que ia ser pego — Madara comentou coçando o queixo, debatemos mais um tempo enquanto Tobirama revirava o cadáver procurando sinais de qual vila ele seria.

— Cadê a Aika? — perguntei quando saí da sala e não a vi no colo da guarda.

— Sua esposa passou aqui há alguns minutos e a pegou — ela respondeu e os outros assentiram concordando.

Ela podia pelo menos ter me dado um beijo, pensei chateado e voltei para a minha sala. Continuei resolvendo questões burocráticas até ser surpreendido com a porta se abrindo e minha esposa risonha surgindo através dela.

— Bom dia, Tobirama — ela apertou o ombro dele e veio em minha direção — Bom dia de novo, lindo, meu leite ta vazando, cadê nossa filha? Saiu com o Madara? — eu e Tobirama ficamos em choque — Ei, o que foi?

— Você pegou ela.

— Não peguei não, eu tava dormindo até agora — ela respondeu rindo e em seguida ficou séria — Hashirama, cadê nossa filha?

— Fomos ver um prisioneiro que havia invadindo a vila, ele deixou a Aika com uma guarda e entrou na sala, o homem tinha se matado e quando saímos os guardas falaram que você havia pego a bebê — Tobirama explicou e ela saiu em disparada da minha sala em direção ao centro de inteligência.

— QUEM DE VOCÊS ENTREGOU MINHA FILHA PRA UM ESTRANHO? — Mito perguntou irritada e eu me aproximei.

— Eu a entreguei para a senhora.

— Eu cheguei na torre agora, não tem como ter sido pra mim — minha esposa já estava desesperada e eu me sentia da mesma forma.

— Jutsu de transformação — Tobirama concluiu e segurou os ombros da Mito — calma, ela não tem culpa. Vamos tentar rastrear a Aika, nós dois como fizemos com a Kyuubi.

— A minha menininha, Tobirama, eu tô com medo — ela falou quando chegamos ao meu escritório e explicamos ao Madara.

— Eu sei — meu irmão disse com a voz mais grave que o normal.

A Aliança - Hashirama SenjuOnde histórias criam vida. Descubra agora