Capítulo 43

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[Nota da autora: hoje não foi um bom dia e eu quase não postei, só quero dormir pra receber outro dia amanhã, mas não podia deixar vocês na mão, então como prometido o de quarta ta pago ❤️]

POV Hashirama

Já fazia um mês que Mito havia retornado de sua terra natal e não podia estar mais estranha, ficava constantemente perdida em pensamentos e mal falava comigo, quando falava era praticamente para me chamar para transar. Não que eu não gostasse, mas esse parecia ser nosso único contato ultimamente, visto sua frieza colossal até nos nossos carinhos pós sexo, em que ela apenas virava pro lado e dormia, mal me dando boa noite e sem me permitir cuidar dela até atingir seu orgasmo, o sexo parecia apenas para que eu alcançasse o prazer.

— Que pensa que está fazendo? — Tobirama perguntou quando me viu abrindo o envelope lacrado que Mito estava enviando para seu pai.

— Tentando entender porque minha relação com minha esposa parece ter regredido a fase inicial — falei e recebi olhares de desaprovação.

— Por que não pergunta?

— Acha que já não tentei isso, Tobirama? Ela bate o pé dizendo que não há nada com que me preocupar.

Me voltei para a carta em minhas mãos e senti meu coração se partindo.

"Papai,

Diga aos anciãos intrometidos que minha regra está atrasada já há uma semana, em breve acredito que darei um herdeiro a Hashirama e eles não precisarão obrigar Saori a se casar com ninguém!
Sei que nesse primeiro momento eles não tomarão nenhuma decisão, mas quando minha regra completar um mês de atraso já quero que preparem o casamento de meus amigos ou eu não respondo por mim.
Espero de coração que um dia eles parem de querer decidir minha vida e das outras garotas do clã e passem a lever nossas escolhas em consideração."

— Ela não pode ter feito isso — deixei a carta cair a os dois imediatamente vieram lê-la.

— Por que está chateado? — Madara perguntou — Não estava ansioso por isso?

— Não nessas circunstâncias — apertei minha testa — Queria realmente que ela desejasse ser mãe e que nosso filho viesse no momento certo, não com uma chantagem! Céus, ela devia ter me falado, é a nossa vida!

— Eu entendo que está com raiva, mas imagina como ela se sentiu acuada — Tobirama falou — Afinal ela prometeu a amiga que a libertaria de um casamento arranjado, chegando lá exigiram isso em troca e você a havia pressionado por um filho, a cabeça da Mito deve ter virado uma confusão de angústia e ansiedade.

— Falando assim até parece simpatizar com a ruivinha — Madara falou com um riso irônico.

— Eu não desgosto dela, já disse — meu irmão falou impaciente — Não desejo vê-la infeliz.

— Eu vou pro hospital, preciso conversar com ela — me levantei e ambos assentiram.

Cheguei ao hospital e tive que esperar cerca de meia hora, porque ela estava fazendo um procedimento e não podia parar para me atender, achei até bom para que eu pudesse me acalmar.

— Hashirama? — Mito me chamou, se aproximando de mim com uma expressão cansada.

— Dra. Senju — uma enfermeira a chamou — o paciente da senhora voltou a sangrar.

— Droga — ela se virou para o corredor e depois se voltou pra mim — Será que podemos...?

— Claro, te espero em casa — saí do hospital e fui pra casa, a fim de espera-la lá.

Quando cheguei Fumiko estava terminando de limpar tudo e notando minha expressão triste foi até a cozinha e trouxe biscoitos para nós dois.

— O que aconteceu, meu menino?

— Mito não confia em mim — ela me olhou confusa — Ela tem estado fria comigo desde que voltou de sua terra natal, aparentemente a chantagearam para que ela engravidasse e ela não me contou.

— Mas você não queria um filho?

— Esse não é o ponto, Fumiko-san, ela não queria agora e os desejos dela são muito importantes pra mim.

— Sua mãe teria muito orgulho do homem que se tornou — ela falou acariciando meu rosto.

— Eu espero que sim.

— Agora vou preparar um jantar especial para quando vocês dois se acertarem — sorri para a confiança que Fumiko tinha de que tudo sempre ficaria bem.

Esperei Mito pacientemente por quase uma hora, até ela entrar em nossa casa e se jogar no sofá ao meu lado.

— Finalmente em casa, desculpa te fazer esperar!

— Eu fiz uma coisa errada hoje, tomei a liberdade de ler sua carta pro seu pai — fui direto ao ponto e ela arregalou levemente os olhos — Eu queria entender porque você estava tão distante...

— Hashirama, eu.. — Mito parecia incrivelmente desconcertada.

— Por que não me contou? UM FILHO? — gritei, mas contive minha voz quando minha esposa se sobre saltou — Esse foi o acordo que fez com eles? Por que, Mito?

— Eu prometi a Saori que ela se casaria com o homem que ama — Mito suspirou triste — Você queria tanto um filho, não vai achar ruim agora, ne?

— E quanto ao que você queria? Quando vai entender, Mito, que você é a pessoa mais importante do mundo pra mim? Que o que você quer está acima do desejo de todos pra mim, inclusive do meu? Eu quero sim um filho com você, mas quando VOCÊ quiser ser mãe por vontade própria não por uma chantagem — estava cansado dela tentando salvar o mundo — Se tivesse falado comigo nós dariamos um jeito sem que você tivesse que se sacrificar mais uma vez, porque eu não consigo imaginar como vai ser se você me odiar de novo porque eu te fiz mãe!

— Eu não vou odiar você, foi minha decisão — ela disse brava ficando de pé.

— Mas não foi seu desejo e já está distante de mim, eu tô sentindo você escapando entre meus dedos e você nem percebe... — suspirei frustrado.

— Tudo vai ficar bem, a gente vai conseguir ter um bebê e continuar bem — ela falou segurando os dois lados do meu rosto e disse olhando em meus olhos.

— Se tivesse falado comigo teríamos trazido os dois pra Konoha e os casariamos em segredo, depois do casamento consumado os anciãos não poderiam fazer nada — segurei seus pulsos e afastei suas mãos de mim — mas você sempre tenta salvar o mundo sozinha, só precisava falar comigo e nós resolveriamos isso juntos sem que você precisasse fazer nada contra a sua vontade.

— Foi minha decisão...

— Que porra, não foi! — gritei me afastando dela — Você ta há um mês mal olhando na minha cara, só me procura pra tentar cumprir sua parte do acordo, que porcaria de esposa e mãe acha que vai se tornar assim?

Nós dois arregalamos os olhos com minha acusação, que apesar de correta foi cruel.

— Me desculpa — ela suspirou — Aparentemente já está feito.

— Não tem mais nada que possa atrasar sua regra? — perguntei esperançoso de que um bebê indesejado pela mãe não fosse colocado nesse mundo e não atrapalhasse os planos de Mito.

— Ela nunca atrasou — minha esposa respondeu e eu suspirei.

— Então não precisamos mais transar, já conseguiu o que queria, pode virar a cara definitivamente pra mim.

— Hashi, não me trata assim, eu te amo, só tava com a cabeça muito cheia — ela abraçou minha cintura e enterrou o rosto em meu peito — Me desculpa se te tratei mal ou não te dei atenção.

— Mito, eu tô cansado de você agindo como se não fossemos um casal, como se não precisasse de mim pra nada — falei me afastando de seu corpo — Tô cansado, vou dormir no quarto de hóspedes, não me procura hoje.

A Aliança - Hashirama SenjuOnde histórias criam vida. Descubra agora