Capítulo 65

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POV Mito

Já faziam duas semanas desde que Ren chegou a vila, ele não se lembrou de mais nada sobre seu passado e estava trabalhando na recepção do hospital, onde ficava muito mais próximo de uma Aika cada vez mais aberta a suas investidas.

— Bom dia, senhorita, está ainda mais linda hoje — ele falou piscando para minha filha, que corou violentamente e riu sem graça.

— Para de palhaçada — ela deu um empurrão leve no ombro dele — Bom dia, Ren.

— Então é por isso que sempre fica mais pra trás quando chegam ao hospital? — Hashirama perguntou com um olhar intrigado e eu assenti.

— Eu aprecio quem tem a rara habilidade de mexer com Aika ao ponto de deixa-la desconcertada.

— É realmente algo muito difícil — ele foi até a porta do hospital — Acho que quero conhecer esse tal de Ren.

— Não — me pus na sua frente — Não ouse se intrometer nesse lance da Aika, quando ela quiser vai te apresentar o Ren, por favor, Hashi!

— Ta, tudo bem, mas fique de olho nos dois, não quero ele se aproveitando da minha filha — eu tive que conter a risada alta quando ouvi isso.

— Sério? Se aproveitar dela? Nossa filha é a menina mais poderosa dessa vila, mais poderosa que a maioria dos homens, ninguém conseguiria induzi-la a fazer algo que não quisesse.

— Só não quero que ela se machuque — beijei a bochecha do meu marido com um sorriso no rosto.

— Ela vai ficar bem.

Hoje eu não faria atendimentos a não ser em caso de urgencia, ficaria apenas por conta de resolver questões burocráticas antes da minha partida pra Vila do Redemoinho hoje a noite para ir ver meu pai e levar alguns documentos para meu irmão.

— Mamãe, se importa se não formos almoçar juntas hoje? — Aika entrou na minha sala um pouco corada enquanto me perguntava isso.

— Alguma emergência?

— Eu... Eu aceitei almoçar com o Ren — ergui as sobrancelhas e dei um sorriso — Por favor, não me olhe assim, não tem nada demais.

Eu poderia contraria-la e dizer que pra ela era algo demais sim, só que não iria constranger minha filha quando ela está tão aberta e tentando se entregar as emoções.

— Tudo bem, meu amor, eu não me importo, mas provavelmente quando chegar em casa eu e seu irmão já vamos ter ido para a ilha — fiquei de pé e caminhei até ela — Tem certeza que não quer ir também?

— Eu juro que vou em outra ocasião, talvez com a Yuko quando ela entrar de férias, sabe que ela ficou sentida por não poder ir agora — abracei minha filha — Se cuida ta? E cuida do cabeça oca do Katsuo.

— E você cuida de seu pai e da sua irmã — beijei o cabelo dela — Yuriko puxou todo o drama do seu pai, espero que você não surte.

— Eu vou tentar — ela riu e quando estava saindo eu a chamei.

— Também tente se entregar mais, vai ser bom pra você — ela corou e assentiu, me deixando sozinha em minha sala.

Terminei de organizar todos os papéis e deixei instruções claras para todos os funcionários, saí do hospital e fui em direção ao prédio hokage, chegando lá encontrei meu marido e meu cunhado resolvendo assuntos da vila.

— Com licença — entrei na sala — Katsuo já pegou os documentos?

— Oi, linda — Hashirama veio até mim e me deu um selinho — Não tivemos tempo de separar, então mandei ele a sala de arquivos pra procurar o que precisávamos, daqui a pouco ele deve chegar. Já almoçou?

— Ainda não, vim direto do hospital pra ca — ele assentiu e se virou para o irmão.

— Vou almoçar com minha esposa, mais tarde eu volto — nós dois saímos de mãos dadas do prédio e fomos até o restaurante dos Akimich comer juntos e sem as crianças como não fazíamos há um bom tempo — Vou sentir sua falta.

— Eu só devo ficar fora uma semana ou duas no máximo — segurei a mão dele sobre a mesa e ele acariciou a minha com seu polegar.

— Mas eu não sei dormir sozinho, gosto de te abraçar depois de fazer amor — um sorriso malicioso brotou nos lábios do meu marido e eu corei.

— Deixa de ser safado — apertei sua mão rindo sem graça.

Depois de almoçar com o Hashirama eu fui buscar Yuriko na escola, ela realmente estava chateada por não poder ir comigo dessa vez, já que amava brincar com seu priminho de seis anos. Eu a levei para tomar sorvete a fim de compensar minha falta, ter uma família grande era trabalhoso, porque eu buscava constantemente ter um tempo individual com meus filhos e meu marido, além de tempo pra trabalhar, cuidar de mim mesma e das minhas amizades.

— Mito, fiquei sabendo da novidade — Suyen falou se aproximando com Kin, que também tomava um sorvete.

— Mãe! — Kin a advertiu e eu ri, sabia que era sobre Aika.

— O que? Eu e Mito conversaríamos mais cedo ou mais tarde sobre o desconhecido lindo que ta derretendo a Aika — Suy se sentou na mesa e nós duas engatamos numa conversa sobre o Ren e minha filha, como fizemos quando Harumi e Kagami começaram a namorar.

— Ele é sempre gentil e educado e parece bem interessado nela, o Ren olha pra Aika com verdadeira admiração.

— Diferente dos garotos daqui — Kin falou — Eles sempre se sentem intimidados pelos talentos da minha amiga, só que fingem gostar dela ser independente.

— Os garotos daqui ainda tem muito o que evoluir — Suyen comentou e me perguntou mais baixinho — Você não tem medo por não conhecermos o passado dele?

— Confesso que tenho um pouco — suspirei — Mas a Aika está tão solta, além disso ela é forte e esperta, foi muito bem treinada pelo Tobirama, ao ponto de desconfiar até da própria sombra. Ela sabe se cuidar!

Eu e Yuriko fomos para casa e eu finalizei minha mala, conferindo a de Katsuo e vendo como apesar de parecer com o pai em quase tudo, meu filho era muito organizado e montou sua mala com perfeição, ou talvez a Aika tenha montado pra ele. Ri com o pensamento, sabendo que provavelmente era isso mesmo.

— Mãe — a voz desesperada do meu filho preencheu a casa — Mãe!

— Ei, o que foi? — perguntei o encontrando na escada e fui tomada num abraço muito apertado, quase sufocante — Filho, o que aconteceu?

— Eu te amo tanto, mãe — sua voz estava um pouco sufocada — Eu sinto muito, muito mesmo, não sei como você conseguiu amar o papai depois de tudo!

— Do que você está falando? — segurei seus ombros e o afastei de mim para olhar em seu rostinho vermelho.

— Eu sei de tudo, mãe!


[Notas: o que vocês acham que o Katsuo ta sabendo?]

A Aliança - Hashirama SenjuOnde histórias criam vida. Descubra agora