Capítulo 60

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POV Mito

— Kami-sama, Tobirama, me ajuda — pedi em pânico e ele me olhou confuso.

— Isso é normal, Mito, não precisa se preocupar.

— Eu tô grávida — meu cunhado ficou em choque, mas logo se recuperou e me teletransportou para o hospital.

Chegando lá eu fui levada para uma sala privada para ser examinada, estava ansiosa e nervosa, por isso implorei que Tobirama ficasse na sala comigo apesar do exame ser tão íntimo. Fui ao banheiro colocar a roupa hospitalar, o médico cobriu minha cintura antes que eu abrisse as pernas para que ele fizesse o toque.

— Vai ficar tudo bem — Tobirama falou segurando minha mão e eu apertei a dele com força quando senti o toque invasivo do médico, me remetendo a lembranças ruins.

— O seu colo está fechado — o médico falou retirando as luvas e sorrindo pra mim, suspirei aliviada e olhei para meu cunhado que estava com um discreto sorriso no rosto.

Como não havia nada de errado o médico constatou que foi apenas um sangramento causado pelo estresse do dia. Ele me liberou apenas sob a condição de eu fazer repouso absoluto até amanhã e procurar relaxar o máximo possível.

— Mito, ele mandou descansar — meu cunhado falou quando eu estava me revirando na cama.

— Como posso fazer isso se não tive notícias do meu marido ainda? — perguntei raivosa e Tobirama parou de ninar minha filha, vindo em minha direção.

— Quer que eu vá atrás dele?

— Atrás de quem? — Hashirama perguntou entrando em nosso quarto com parte da armadura estragada e sujo de sangue — Eu tô bem, o Madara me achou no meio do caminho e ficamos descansando enquanto meu corpo se recuperava.

Ia me levantar as pressas, mas meu cunhado apertou a mão em meu ombro antes disso e me olhou feio.

— Eu só ia abraça-lo.

— Você é médica, por acaso não sabe o que é repouso absoluto?

— Ei, o que ta acontecendo aqui? — meu marido perguntou confuso e eu encolhi os ombros.

— Eu e a Aika vamos no jardim — Tobirama saiu de fininho e eu ri sem graça.

— Quando eu estava chegando o Madara tava de tocaia e com o Sharingan ativado, então ele viu mais um bebê se formando dentro de mim — falei de uma vez e meu marido se apoiou na parede.

— Mas a Aika ainda nem tem um ano — sua voz estava apavorada e eu ri de nervoso.

— Eu sei e tô apavorada, mas com o choro dela eu acabei esquecendo de tomar o chá algumas vezes, desculpa.

— Ei, meu amor, não ouse se desculpar — ele beijou a ponta do meu nariz — Somos nós dois, vamos dar um jeito e seremos os melhores do mundo para nossos filhos.

— Agora vai tomar um banho, você está imundo — o empurrei e ele foi em direção ao banheiro rindo.

Eu estava aliviada e pude pensar em tudo, Aika tinha cinco meses, eu estou de aproximadamente um mês, até o bebê nascer ela vai ter apenas um ano e um mês. Céus eu teria praticamente dois bebês ao mesmo tempo em casa, fiquei ofegante por um instante, mas nós dariamos conta e depois disso nada de bebês por um bom tempo.

— Amor, por que você tem que ficar de repouso? — Hashirama peguntou saindo do banho com uma toalha enrolada na cintura e outra secando os cabelos com movimento brutos.

— Eu tive um sangramento e...

— Vocês estão bem? — ele perguntou desesperado.

— Estamos, foi por causa do estresse, o médico só pediu para fazer repouso até amanhã por precaução — abri meus bracos e ele se deitou em cima de mim, me abraçando — Nós vamos enlouquecer com dois bebês ao mesmo tempo.

— Eu também acho — ele riu — mas vamos fazer dar certo.

— E vamos ficar sem bebês por um bom tempo — comentei entre risos e ele concordou.

— Sou obrigado a concordar.

Ficamos deitados abraçados por um tempo, apenas aproveitando a presença um do outro, até o Tobirama bater na porta e o Hashirama ir vestir roupas.

— Ela está com fome — meu cunhado entregou minha filha e se virou para o irmão que agora estava composto — Eu ainda nem treinei um e você já arrumaram outro, não brincam mesmo em serviço.

Hashirama gargalhou e eu fiquei chocada, não esperava ver Tobirama fazendo piadinha, principalmente piadinhas sexuais.

— Quem é você e o que fez com Tobirama? — perguntei com os olhos arregalados e ele rolou os olhos colocando dedo do meio pra mim — Ei, na frente do bebê não!

— Tenho até medo do que ele vai ensinar pra ela — Hashirama comentou rindo e veio se sentar ao meu lado enquanto nossa filha mamava — Ela tava realmente com fome.

— Posso... Posso ver? — Tobirama perguntou visivelmente constrangido — Nunca vi um bebê sendo amamentado.

Hashirama me olhou como quem pergunta se tudo bem e eu assenti. Tobirama se virou e olhou fascinado para Aika sugando meu peito. Olhei para meu marido querendo rir e ele mordeu o lábio segurando a risada, sabendo que eu faria exatamente o que fiz com ele na primeira vez que ficou me encarando assim.

— Tobirama — chamei e quando ele me olhou tirei meu peito da boca de Aika e apertei, esguichando leite no meu cunhado que me olhou horrorizado enquanto eu e Hashirama riamos alto.

— Você é ridícula, só não te desafio pra um duelo porque ta grávida — Tobirama ficou emburrado e nós tivemos que parar de rir quando Aika começou a chorar pelo barulho — Vem com o titio, deixa os idiotas dos seus pais aqui.

Ele simplesmente saiu carregando minha filha nos braços, que parou de chorar imediatamente ao sentir o colo do tio.

— Ela gosta de verdade dele — Hashirama falou com um pequeno sorriso e eu assenti.

— Assim como ele amolece com ela — falei me aconchegando no peitoral do meu marido — Será que vai ser menino ou menina?

— Eu adoraria mais uma princesinha — ele falou acariciando minha barriga — Um menino seria mais difícil, só que vou amar o que vier.

— Eu sei que vai, você é um paizão — acariciei seu braço forte — Mas por que seria mais difícil?

— Meu pai não foi um exemplo — sua voz estava triste — Ele era mais um ditador guerreiro que um pai, então eu não tinha um exemplo de como ser bom, tive medo no início com a Aika, só que acho que com menina é mais fácil ser amoroso.

— Amor, você tinha um exemplo do que não poderia ser — me sentei para olhar em seus lindos olhos — Você é maravilhoso pra ela, Hashi e tenho certeza que se vier um menino você também será maravilhoso pra ele.

— Você realmente confia que não vou falhar com eles?

— Bom, falhar nós dois vamos muitas vezes — dei uma risadinha — Porém isso não fará de nenhum de nós pais ruins, contando que façamos com amor e sempre possamos respeitar os dois.


[Notas finais: no próximo capítulo teremos mais um salto temporal]

A Aliança - Hashirama SenjuOnde histórias criam vida. Descubra agora