01 - Spinning in my mind

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s/n.

- ABRE ESSA PORTA! - Alguém gritava chamando enquanto tocava a campainha repetidamente. Não conseguia distinguir quem. Minha cabeça doía. Resmunguei juntando forças para me levantar do sofá onde eu estava deitada. - S/N, EU VOU ARROMBAR ESSA PORRA. - Caminhei até a porta, ainda meio zonza, e abri. Semicerrei os olhos por conta da claridade que veio de fora. Era Finn e Jack.

- Você tá horrível. - Finn me olhou de baixo a cima com uma cara de cu. Suspirei esfregando os olhos e tomando coragem de falar alguma coisa.

- O que aconteceu com o seu cabelo? - Jack perguntou antes que eu pudesse abrir a boca. Revirei os olhos e dei espaço na porta para que ele e Finn entrassem. - S/n, não me diga que ainda está assim pelo Louis. - Ele supôs e eu apenas dei de ombros forçando um sorriso. Finn observava a bagunça que eu tinha feito na sala enquanto Jack conversava comigo.

- Que porra é essa, s/n? - Finn se aproximou de mim chacoalhando o saquinho com o pó branco que ele achou em cima da mesinha de centro.
Eu precisava admitir que estava em uma situação bem deplorável, mas eu não ligava. E cada vez me afundava mais. - Por quê tá fazendo isso com você? - Ele me encarou. Tudo o que se passava na minha cabeça eram as últimas palavras de Louis no telefone, e nada além disso. - Me responde, s/n! Você é burra, garota? - Ele se exaltou. Não sabia se estava irritado por mim ou pela cocaína.

Eu me sentia cada vez mais angustiada.
"Eu saí de South Shields." era tudo o que girava repetidamente na minha cabeça.
Meu peito estava apertado. Era como se eu estivesse no fundo do poço e cada segundo que passava era uma pá de terra sendo jogada para me soterrar e deixar ali mesmo pra morrer.

Finn ainda me encarava firmemente, esperando uma resposta.
Senti meus olhos lacrimejarem e foi tudo o que eu consegui fazer. Chorar. Chorei tanto ao ponto de soluçar.

- Você não devia sofrer tanto pelo Louis. - Jack balançou a cabeça em negação. - Não devia. - Eu sentia seu olhar piedoso sobre mim, mas isso era o que eu menos queria agora... alguém que sentisse pena de mim.

- Eu...eu tenho direito. - Gaguejei devido as lágrimas. - EU AMAVA ELE PORRA. - Dei um tapa no vaso que ficava em cima da mesa logo na entrada, perto da porta. - E O QUE FOI QUE ELE FEZ? ELE FEZ MERDA! IGUAL TODAS AS OUTRAS VEZES. - Esfreguei o cenho tentando me controlar.

- Você tem sim o direito de se sentir horrível, de querer chorar ou fazer qualquer porra do tipo. - Finn disse abismado enquanto entregava o pacote de pó para Jack. - Mas não tem o direito de se matar aos poucos. Você tem dois filhos, s/n. Toma juízo. - Apenas assenti tentando controlar o choro.

- Aonde você arrumou isso? - Jack se referiu ao pacote de novo. Fiquei quieta, apenas colocando a unha do polegar na boca. - Aonde, s/n?

- Eu não preciso que tomem conta de mim como se eu fosse uma criança. - Murmurei.

- Na verdade eu acho que sim. Porquê suas atitudes estão exatamente iguais agora. - Finn segurou meu braço. - Sabe porquê estamos aqui? Porquê sua filha ligou pedindo ajuda, s/n. A Blair ligou dizendo que você estava acabando consigo mesma e não sabia como te ajudar.

- Eu não preciso de ajuda. - Falei firme enquanto o encarava. - Eu preciso que saiam da minha casa.

- É isso o que você quer?

- Sim, Wolfhard! É isso o que eu quero! - Soltei meu braço da mão dele. - Eu quero que dêem o pé daqui, porra. E mesmo que eu quisesse ajuda, não é pra você que eu pediria. - Ele apenas assentiu molhando os lábios, talvez pensando no que poderia dizer, mas não disse nada. Apenas saiu e chamou Jack. Me deram as costas e se foram. E o Jack ainda levou minha cocaína junto.

- PORRA! - Empurrei a mesma mesa que estava o vaso que eu quebrei a pouco tempo. Eu não sabia exatamente distinguir o que sentia. Era raiva, dor, angústia e tristeza, tudo junto. - PORRA DO CARALHO MESMO! - Peguei o controle da tv e joguei na parede. Se espatifou em mil pedaços.

- Mãe? - Blair chamou a minha atenção. Me virei para o lugar de onde sua voz vinha. Ela estava parada no início da escada, me observando enquanto sua mão apertava firme o corrimão da escada. - Para com isso mãe. - Sua expressão cortava meu coração.

- Blair... - Caminhei em sua direção e ela recuou um degrau acima. Foi o fim do mundo pra mim. Parei no mesmo instante e apenas fiquei a observando. Ela lacrimejava já.

- Pede pra tia Millie buscar o Theo na escola hoje? - Perguntei encarando o chão. Minha voz saiu trêmula. A encarei de novo. Ela apenas sacudiu a cabeça afirmando. - Eu vou me resolver, tá bom? Desculpa, Blair. - Podia sentir o nó na minha garganta.

- Não se preocupa. - Ela forçou o sorriso, deixando algumas lágrimas caírem. - Tá tudo bem.

- Eu vou sair. - Falei simples. - Volto logo. - Avisei. Peguei as chaves do carro em cima da mesinha de centro e saí. Eu sabia que a Blair sabia o que eu estava indo fazer. O mesmo que eu fazia desde que Louis havia ido embora. Eu precisava anestesiar o que eu estava sentindo, e os The Canadians estavam sendo a minha fonte segura pra isso. Aonde mais eu acharia drogas fácil?
Para eles, eu ainda era a mulher do chefe. Eles costumavam fazer minhas vontades, incluindo me dar o tal do pozinho branco.

Peguei o carro e dirigi até o casarão. Fui muito bem recebida como sempre. Me olhavam com respeito, apesar de eu estar um trapo.

— Boa tarde, senhora...

— S/n. — Interrompi o homem antes que me chamasse de senhora Partridge. Ele apesar sorriu gentilmente e assentiu.

— Posso ajudar? — Ele questionou.

— Não. Eu to indo pro escritório de Louis. — Apenas dei as costas.

Caminhei pelos corredores até avistar a sala onde ficava o escritório. Entrei e fechei a porta. Fiquei observando por alguns segundos enquanto lembrava de tudo o que aconteceu ali. As brigas, os avisos, Louis me contando seus planos, até mesmo o que aconteceu em cima daquela mesa, tudo voltou em um flashback.
Sacudi a cabeça voltando a atenção para o mundo real e caminhei até a cadeira na mesa. Me sentei e observei a sala. Louis realmente devia ter uma sensação de poder sentado ali. Suspirei e abri uma das gavetas, vasculhei bem no fundo e achei meu alvo, outro pacotinho de pó. Sorri. Espalhei a cocaína em cima da mesa e fiz pequenas carreiras com a régua que estava no potinho das canetas. Tapei um dos buracos do nariz com o dedo e puxei a respiração fortemente pelo outro, inalando toda uma carreira. Suspirei de olhos fechados enquanto sentia a sensação milagrosa. Aquilo me fodia.

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oi 😏

amaram né? eu sei. também amei.

primeiramente quero agradecer a clara por me confiar o peso de escrever a segunda temporada.
e muito obrigada por me ajudar quando eu preciso. tua mente é demais.

segundamente eu quero dizer que isso não é uma adaptação. a segunda temporada realmente esta sendo escrita.

e terceiramente, é um prazer interagir com vocês. eu sou a emy (coffwaffles) e passei de leitora de possessive para escritora da segunda temporada.

beijinhos 💋💋💋

𝘀𝘄𝗲𝗲𝘁 𝗽𝗼𝘀𝘀𝗲𝘀𝘀𝗶𝘃𝗲 ! louis p Onde histórias criam vida. Descubra agora