A soldada do Darkling

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Depois de ver pessoas inocentes sendo massacradas com tanta frequência, você acaba se acostumando e o embrulho no estômago se torna cada vez menor

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Depois de ver pessoas inocentes sendo massacradas com tanta frequência, você acaba se acostumando e o embrulho no estômago se torna cada vez menor. Pelo ou menos é o que está acontecendo comigo, depois de ser desiludida das mentiras de Aleksander e tentar fugir com Alina, nós fomos separadas quando nos encontraram, agora tenho um pedaço do chifre do servo dentro de mim e outro nele, não tenho mais a mesma sensação de antes.

Alina está em uma mansão em algum lugar perto do pequeno palácio, protegida igualmente. Por ser a irmã mais nova ela vai receber aulas e tratamento de uma conjuradora do sol, mas longe de mim. Já eu, estou no acampamento do segundo exército em uma visita diplomática com o General Negro. Irritante, em minha opinião, não posso sair sozinha da tenda, não posso chegar perto do primeiro exército, não posso treinar sem estar sendo vigiada, e em hipótese alguma agir como se odiasse Aleksander em público. Para todos ao nosso redor nós dois somos amigos, uns até ariscam a dizer que amantes, mas não somos nada disso. Felizmente.

- O General solicita sua presença. - Genya diz entrando na minha tenda. O Kefta vermelho a faz parecer intimidadora.

Tirando meus olhos do livro que estou lendo sobre o Herege Negro, a observo pegar minhas roupas. Calça preta, blusa de gola e mangas longas preta com um sol bordado no peito, botas negras e brilhantes e por fim o Kefta Negro com bordados dourados e brancos, lindo como uma obra prima, preto para mostrar a quem pertenço. Ela bate na cadeira da penteadeira e eu me obrigo a ir me sentar lá, não demora muito para ela começar a trançar meus cabelos brancos, depois adicionar cor as minhas bochechas pálidas, em seguida aos lábios.

- Dolorosamente linda. - ela diz quando termino de por o Kefta.

- Obrigada. - digo baixo olhando meu reflexo no espelho.

Não demora muito para estarmos a caminho da tenda do General, acompanhadas de dois guardas e Ivan carrancudo. Depois de tudo acontecer eu me obriguei a entender o lado de Genya, não somos amigas como antes mas, estamos melhor do que quando descobri tudo.

- Quando chegarmos, vá direto para a mesa do General. Não dê atenção aos outros. Não fale com ninguém, a não ser que ele permita, e não demonstre medo. - Genya Sussurra ao meu lado com uma expressão séria, os olhos claros presos na tenda a alguns metros.

Não sabia o que estava acontecendo, mas sabia que voltaríamos em breve ao pequeno palácio, talvez seja uma reunião com os grishas responsáveis por tomar a frente com nossa ausência, ou até com soldados do primeiro exército a respeito das travessias "Perigosas depois do evento da dobra".

Ele fez todos acreditarem que a Dobra se expandiu como uma maneira de defesa contra mim, fez todos pensarem que esse evento não foi nossa culpa. A morte do Rei está próxima e posso sentir o derramamento de sangue se aproximando cada vez mais, até o Rei em seu leito de morte acredita nele.

Os guardas da entrada da tenda nos deixam passar e logo estou imersa na enorme tenda escura, olhos curiosos se viram para mim e sinto a sensação de um soco contra as costelas. Há alguns grishas dispostos ao redor, bem ao meio onde fui testada estão Maly, seus dois amigos que nem sequer gravei os nomes e seu Superior. Mais ao fundo em sua mesa, o Darkling me encara com um olhar que faz um arrepio subir pela minha espinha.

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