Blair Maybank (1 e 2 temporadas)

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quebra de tempo

*meses depois do capítulo 54 (1 temporada)*

POV RAFE

- Eu não acredito que você está com ciúmes do Pope — Blair fala rolando os olhos

A loirinha se vira e começa a andar pelo meu apartamento, pegando uma toalha que estava jogada em cima de uma cadeira.

- Eu não estou com ciúmes — falo seguindo ela

- Ah, não? Então porque está agindo assim? — ela pergunta se virando para mim e cruzando os braços.

Blair me lança aquele olhar de quando sabe que eu estou tentando esconder alguma coisa, aquele olhar que ela usa quando sabe que está certa.

Aquele olhar que ela usa para me provocar.

O olhar que só ela tem.

Sabe quando você sente que a pessoa está olhando no fundo da sua alma? Descobrindo todos os seus segredos?

Ela está exatamente com esse olhar.

- Vai me matar? — brinco — Porque me olhando assim parece que vai.

- Às vezes me da vontade — ela fala irritada, andando na direção do banheiro

- Blair...

- VOCÊ ESTÁ COM CIÚMES DO POPE! — ela se irrita e para na porta do banheiro, se virando para mim.

- Não estou!

- ESTÁ SIM!

- Não...

- Rafe, é apenas uma celebração da faculdade, eu te chamei para ir comigo mas você não quis.

- Eu confio em você, eu não preciso ir ok?

- Então porque está tão incomodado?

- Porque... ah, não sei! Universitários cheios de testosterona, você é linda e provocativa...

- Ok, não precisa falar mais nada.

- Quer companhia para tomar banho?

- Não — ela fala e fecha a porta, me fazendo piscar com o susto do som.

Eu e Blair não costumamos brigar, na verdade não muito, mas brigamos de vez em quando.

Blair anda mais sensível e explosiva do que o normal, os últimos acontecimentos a deixaram com muitas cicatrizes, não aquela em seu obdômen onde a menina levou o tiro, e sim em seu coração e em sua mente.

Blair quase morreu, perdeu uma pessoa que se dizia sua amiga, foi ameaçada, perseguida, torturada e ainda assim, está de pé, mas ninguém é de ferro e muitas vezes ela cai.

Blair não costuma desmoronar em público ou até perto de mim, ela costuma desmoronar sozinha.

Uma vez estávamos dormindo, apenas nós dois e antes de dormir eu percebi que ela estava agitada, mas ela havia dito que era apenas coisa da minha cabeça.

Eu queria que fosse.

Durante a madrugada, eu lembro de escutar seu choro baixinho e quando abri os olhos, vi através do espelho seus olhinhos vermelhos por conta do choro.

Fingi que ainda estava dormindo e colei mais nossos corpos, tentando deixá-la confortável.

- Sua vez — ela joga a toalha em cima de mim

- Não vou tomar banho.

- Ué, não queria tomar comigo?

- Queria se fosse com você, sem você eu não queria.