♤ Primeiro Encontro 1/2 ♤

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POV. MAL

Eu estava nervosa. Muito nervosa. Meu coração batia em ritmo descompassado e eu sentia um turbilhão de emoções novas e completamente assustadoras tomando conta de mim. Haviam borboletas, várias delas, por toda a minha barriga, batendo as asas e apertando o meu estômago. Senti que poderia vomitar a qualquer momento.

- Ei ei, Mal, ei! - Evie chamou minha atenção - Mal, olha pra mim. - Ela segurou meu queixo com a mão e o virou em direção a ela - Respira fundo. - Até aquele momento, não havia percebido o quão acelerada minha respiração estava. Não estava percebendo nada na verdade. Havia me desconectado da realidade devido a avalanche de pensamentos que invadira minha mente, todos dizendo coisas confusas e algumas ruins. Me senti tonta. - Isso, desse jeito, você está indo muito bem - Ela me encarou e sorriu de forma gentil e tranquilizadora.

- Eu nem sei porque estou assim na verdade - Deixei uma lágrima escapar. Eu raramente chorava. Na frente dos outros é claro, mas Evie era minha melhor amiga, e eu me sentia totalmente segura com ela. - Não há nada com o que me preocupar, está tudo sobre o controle. - Falei, mais para mim do que para ela, forjando um sorriso.

- Mal, é só um encontro. Você é bonita e legal, Ben é um cara gentil e compreensivo. Tenho certeza que vocês vão se divertir muito e que ele não vai te forçar a nada que você não queira. - Ela sorriu encarando meus olhos, enquanto retocava minha maquiagem. - Ele é, literalmente, um príncipe.

- O quê? - Recuei com cuidado evitando que a garota perfurasse meu olho com o movimento brusco que fiz. - Evie, isso não é sobre Ben, tá legal? Nesse momento há uma enorme carga de responsabilidade sobre mim e eu sinto que a qualquer momento posso desmoronar com o quanto esse peso me machuca. Eu não posso falhar e o medo de decepcionar todo mundo está me sufocando. - Falei, elevando o tom mais do que gostaria.

Desde criança aprendi que o melhor jeito de mentir é contando uma meia-verdade, no entanto, esses truques nunca pareciam funcionar com Evie. Ela sabia que havia algo mais, e que tinham grandes chances de Ben ser esse "algo mais", mas resolveu não me pressionar mais do que eu já estava sendo.

- Ok, então. - Evie suspirou - Só ouça o seu coração e você saberá o que fazer, tudo bem?

- Eu estou tentando - Argumentei. - mas tudo o que ele me dá são sinais confusos e embaralhados. Por quê ele não pode ser mais direto e claro?

Evie sorriu.
- O coração possui razões que a própria razão desconhece, Mal.

Esbocei um sorriso, enquanto secava o rosto, abanando as mãos.
- Uau, onde viu isso? - provoquei.

- No livro de um filósofo chamado... - o som da campainha a interrompeu.

- Mas já? - Sussurrei.

Evie deu pulinhos de agitação e sufucou alguns gritinhos. Sussurrou um "Você tá muito gata" e um "Eu te amo" e e me empurrou em direção a porta.

Assim que abri, e o vi parado, recostado no batente, toda a ansiedade que eu sentia se esvaiu. Era incrível como a presença dele me deixava tranquila e em paz. Observei seu cabelo perfeitamente arrumado e reprimi minha vontade de bagunça-lo. Ficamos nos encarando por mais ou menos um cinco minutos. Por um momento cheguei a esquecer que Evie ainda nos observava.

- Acho que agora entendo a diferença entre bela e linda. - Ele falou baixinho, perdido em pensamentos. - Você está deslumbrante. Gosta de motos? - Ele disse, me entregando um capacete.

Nunca havia andado de moto, e coisas novas me assustavam, mas eu estava atônita demais pelo elogio que havia recebido. Mesmo sabendo que todos os gestos e palavras dele estavam sob efeito da poção do amor, não podia evitar sentir uma pontada de felicidade com aquilo, embora eu tentasse reprimir esse sentimento.

POV. BEN

Deslumbrante? Sério? Esse era o melhor que eu podia fazer? Acho que nem se eu usasse todos os adjetivos do mundo eu conseguiria descrever o quão estonteante ela estava. Segurei sua mão enquanto andávamos pelo corredor até o lado de fora dos dormitórios e apesar de recuar ao meu toque de início, ela acabou correspondendo.

Vários alunos passaram por nós, em direção aos seus quartos, e suas reações eram as mais variadas possíveis. Algumas pessoas faziam cara de espanto ou nos cumprimentavam sorrindo, e algumas sequer disfarçavam estar tirando fotos.

Percebi Mal ficar cabisbaixa quando passamos por um grupinho de amigas de Audrey. Elas reviraram os olhos e Bianca, a mais velha do grupo e filha da Branca de Neve, fez algum comentário apontando para nós que fez o resto delas explodir em gargalhadas. Acariciei a superfície da mão de Mal e passei o braço sobre os seus ombros, o que foi suficiente para fazer o grupinho se calar e Mal me agradecer com um meio sorriso.

Ao chegarmos do lado de fora, a ajudei a colocar o capacete e subimos na moto.

- O que estamos esperando para dar partida? - ela perguntou confusa.

- Mal - falei pausadamente - Você está me apertando.

- Ai meu Deus. Ben me desculpa, eu não quis... - ela gaguejou - Eu te machuquei?

- Eu estava brincando. - falei sorrindo.

Ela me socou levemente no ombro.

- Para onde estamos indo?

- É surpresa. Confia em mim?

- Você está mesmo me perguntando isso depois de ter fingido estar sendo sufocado e eu ter ficado preocupada à toa?

- Sim - sorri.

- Confio. - ela disse por fim.

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Descemos em frente a uma clareira e continuamos o caminho a pé, por uma trilha.

- Então... O que as pessoas fazem em um primeiro encontro? - Mal perguntou enquanto atravessavámos uma ponte.

- Você... nunca tinha saído com ninguém antes? - questionei.

- Hmmm... as pessoas não namoram muito na ilha, é mais... hm, atividades de gangue - nós dois rimos.

- Primeiros encontros são pra você conhecer melhor a outra pessoa, então você pode começar perguntando coisas aleatórias ou que você gostaria de saber sobre mim. - instruí.

- Ok, então vamos lá. - ela pensou por uns instantes. - Qual... a sua cor favorita?

Encarei os olhos dela, tão brilhantes quanto duas esmeraldas, e por um momento me permiti me afogar neles.

- Verde - respondi.

- Desde quando? - suas sobrancelhas franziram.

- Desde agora.

Ela sorriu e eu não pude evitar sorrir também. Droga, ela é tão linda.

- Minha vez. - Comecei - Qual o seu nome do meio?

- Bertha - fiz uma careta, e ela sorriu - É, eu sei, ser cruel é o que minha mãe faz de melhor. Qual o seu?

- Floriano. - Respondi.

- Benjamin Floriano? - Eu assenti e Mal deu risada. Amo tanto quando ela faz isso. - É quase tão ruim quanto o meu. - Ela provocou.

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Notas da autora

Estamos começando mais uma história e eu realmente espero que vocês apreciem meu estilo de escrita♡ C u later💋

Coração Enfeitiçado ♤ { Fanfiction Descendentes // Mal e Ben // Malen }Onde histórias criam vida. Descubra agora