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AUTORA:
Ok. Eu sou uma autora horrível, eu sei. Perdãão. Sei que muita gente estava gostando de acompanhar a história, mas aconteceu tanta coisa. Provas sem parar, bloqueio criativo... Comecei a achar minha história entediante e repetitiva, senti que não tava conseguindo inovar nos plots e o futuro dessa fanfic era um grande borrão na minha cabeça. Bem, cá estamos nós novamente.
Esse capitulo tá aqui há um tempão mas sou perfeccionista demais pra postar um capitulo com menos de mil palavras, e na época não tava conseguindo aumentar ele de jeito nenhum. Espero que aproveitem.
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POV:Mal
Audrey despertou em um arquejo, me causando um sobressalto. Eu também me assustaria se ao acordar me deparasse com uma figura encapuzada com as mãos sobre minha barriga. Mas ainda assim a reação parecia um pouco exagerada. Seus olhos brilhavam como os de um ratinho encurralado depois de ser pego em flagra roubando comida.
- Quem é você? - Ela se sentou bruscamente, assustada.
- Está tudo bem, ela é apenas a enfermeira que trabalha com o doutor James. - Ben esclaresceu enquanto retornava com a bacia e as toalhas que eu havia solicitado, e eu não pude deixar de notar, com precisão, a delicadeza de seu tom de voz, a maneira gentil e servil com que se dirigia a ela, um modo cavalheiresco que somente cabia a mãe de seu futuro filho, mas que um dia ele destinara a mim.
- E porquê está de capuz? - Ela quis saber.
- Religião. - Respondi a primeira coisa que me passou pela cabeça, pigarreando, em uma tentativa de disfarçar minha voz. O capuz encobria meu rosto, mas ela poderia me reconhecer de outras maneiras. Felizmente, Ben não questionou minha resposta ou fez algum comentário sobre ter me visto sem o capuz.
Umedeci as toalhas e as depositei sobre a testa e os pulsos de Audrey quando ela se deitou novamente, tomando cuidado para que meu rosto não ficasse visível.
- A febre é passageira. Se voltar a aumentar muito tome um banho gelado. - Istruí, com um tom um pouco mais grave que o habitual. - Tente descansar. Creio que quando o doutor chegar poderá fornecer um diagnóstico do que quer que possa ter causado a febre. Ademais, tenho razões suficientes para acreditar que não tenha afetado em nada a saúde da criança. Tenham um bom dia.
Com essas últimas palavras, me retirei do quarto, cambaleante e desnorteada, e teria provavelmente desabado no carpete se alguém não tivesse me segurado pelos ombros.
- Por onde você esteve? Eu estava tão preocupada! E se algum guarda te encontra? ou Adam? ou quem sabe até mesmo Ben? - Flora se calou assim que fitou meus olhos e notou o quanto estavam marejados. - Oh, não, você já o encontrou não é? - Culpa pendia em suas palavras.
Balancei a cabeça em afirmação. Ela me confortou em um abraço.
- Venha, minha menina. Já é hora de voltarmos.
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Foi uma comoção assim que chegamos.
Já era noite e todos estavam dispersos pela casa, mas assim que ouviram meus soluços contidos e o ranger da porta de entrada abrindo, vieram para sala a fim de descobrir que infortúnio me faria chorar copiosamente daquela maneira. Timidamente, pois nunca havia me permitido estar tão vulnerável daquela maneira, contei que havíamos ido para Auradon e todo o desenrrolar da situação.
- Casado? Com Audrey? - Evie estava incrédula. - Como ele pôde?
- Ah se eu pego aquele cara... - Jay fez menção em levantar de seu assento, mas Carlos tocou em seu ombro como que para lembrá-lo de que não podia machucar Ben socando o ar da sala das fadas.
- Ele nem sequer me reconheceu. Além disso, ao que parece, eles estão esperando um filho. - Sussurrei, com a voz embargada, apertando o manto que Fauna me trouxera ao redor do corpo. O silêncio pairava no ar com o peso da revelação. - Quer dizer, pelo menos é o que eu acho.
- Como assim acha? - Primavera, que estava na cozinha me preparando um chá, veio para sala para ouvir minha resposta. Todos me olhavam com expectativa.
- Bem... como eu disse, Benjamin não me reconheceu, mas os outros poderiam, então me passei pela enfermeira de Audrey, que estava doente. Quando eu tentei canalizar minha magia para conferir se estava tudo bem com o bebê dela e coloquei as mãos sobre sua barriga, não consegui sentir nada. Sabe? Não sei se conseguem me entender, mas... não senti vida. - Os olhares perdidos de todos indicavam que estavam processando informação. - Mas isso não significa nada não é? Quem sou eu para determinar alguma coisa? Além de uma bruxa amadora, é claro.
As fadas continuavam a se entreolhar em silêncio.
- Você sabe o que viu, querida. Não há como mudar isso. - Fauna concluiu.
- Estou confuso. - Carlos passou as mãos pelos cabelos brancos, consternado. - O que isso significa afinal?
- Que não há bebê. Audrey pode estar fingindo essa gravidez. - Flora respondeu.
Isso explicaria porquê ela se mostrou tão arisca quando a toquei.
- Mas a custo de quê? - Jay indagou.
- Mal comentou que o reino está passando por um rigoroso inverno, não foi? Um rei inexperiente e uma crise como essa podem causar instabilidade no poder. - O comentário de Evie me fez lembrar dos recortes de jornal, das bebidas e dos frascos de remédio que eu havia encontrado no escritório de Ben. Ela continuou. - Dar prosseguimento à linhagem real é uma tática usada por muitas dinastias para tentar se manter no controle. Isso explicaria um casamento arranjado e um filho repentino. - Evie encarava o nada, alheia a todos, como se tentasse prever todas as possibilidades.
- Não acredito que Ben se prestaria a tal papel. - Flora o defendeu, como uma leoa aos seus filhotes. - Casar-se por interesse vai totalmente contra seus princípios.
- A não ser que ele não tenha se casado por espontânea vontade. - Fauna pontuou, enquanto ajeitava os óculos.
- Benjamin pode ter princípios, mas Adam não. - Apontei. - Ben tem a coroa, mas Adam ainda detém boa parte da influência sobre os súditos, uma parte da guarda real e sobre o filho.
- E como você sabe disso? - Evie estreitou os olhos em minha direção.
- Durante os poucos dias de nossa estadia em Arcânia, passaram-se cerca de dois meses em Auradon e nesse meio tempo... Ben escreveu cartas para mim, cartas que nunca foram entregues. A intromissão do antigo rei foi uma das coisas que ele relatou em uma delas. Eu as encontrei em sua escrivaninha.
Baixei o olhar enquanto falava, fitando fixadamente o chão, talvez um pouco envergonhada. Sabia que se encarasse Evie, veria em seus olhos a expressão cândida de quem diz: ''Que trágico gesto romântico'', e seria doloroso.
- Benjamin faria qualquer coisa para salvar Auradon, isso é um fato. Mas passar por cima de seus sentimentos, de seus valores... não seria algo simples. - Flora ponderou, e então passou a me encarar. - Desconfio que houvesse algo mais. A única coisa que Ben ama mais do que o próprio reino é você. Ele faria qualquer coisa para salvá-la, por mais que para isso precisasse passar por cima de seus princípios. Alguém pode ter usado isso para manipulá-lo. Não seria muito dificíl se você não estivesse por perto, principalmente com ajuda de magia.
- Espera. - Jay forçava os olhos, tentando ver através dos próprios pensamentos. - Isso não é acreditar que Ben foi enfeitiçado para esquecer Mal, ou para se apaixonar por Audrey. Vocês estão sugerindo que toda a nossa trajetória até Arcânia foi premeditada e faz parte de um plano muito maior e ambicioso?
Fauna deu de ombros.
- É uma hipótese.
- Precisamos fazer algo, e rápido. - Anunciei.
- Ouça Mal, sabe me que me importo com você. - Carlos sentou-se ao meu lado e acariciou minha mão. - Mas não sei se é prudente voltar a Auradon a esta altura do campeonato. E, de qualquer forma, não é como se Ben estivesse correndo qualquer perigo.
- Não, Mal está certa. - Flora me defendeu. - Se alguém está controlando Ben, não é de confiança para reinar, e Auradon corre perigo. Além disso, vocês já tem tudo o que precisam, só lhes falta algum treinamento e isso nós podemos oferecer. Vamos resgatar Ben!
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Coração Enfeitiçado ♤ { Fanfiction Descendentes // Mal e Ben // Malen }
أدب الهواةEm um reino encantado, onde contos de fadas ganham vida, o Príncipe Ben decide quebrar as barreiras que separam o bem e o mal. Ele escolhe quatro crianças da Ilha dos Vilões, uma terra habitada por figuras sombrias, na esperança de guiá-las para um...