♤POV:Mal♤
Ao sair do interior da casa e adentrar a varanda, percebi que estava no que parecia ser o pé de uma pequena colina, cercada por uma vegetação campestre. Contemplei a floresta, agora vislumbrada ao longe, relembrando os instantes antes de perder a consciência. Eu estava de joelhos, recostada em algo. Forcei os olhos na tentativa de recordar. Era uma parede? Não, era algo como uma barreira de... espinhos. Será que tínhamos conseguido atravessá-la? Observei a floresta mais uma vez, estendendo-se por quilômetros como uma muralha que nos separava do outro lado. No entanto, se Auradon estava do outro lado, onde exatamente eu me encontrava?
Pacientemente, aguardei por uma carroça, montaria ou até mesmo uma bicicleta com garupa, mas ninguém apareceu. Desconfortável ao ter que permanecer por muito tempo apoiada sobre a perna machucada, cogitei retornar para dentro e comunicar Vera sobre a demora, no entanto, acabei desistindo da ideia. Suspirando, procurei por um apoio, mas a única coisa que encontrei foi um balanço pendurado em uma das vigas que sustentavam o telhado. Vai ter que servir, pensei.
Me acomodei no assento, agarrando-me as cordas laterais para melhor equilíbrio, e notei que elas eram rodeadas por folhas e hera. Então, para a minha surpresa, as cordas começaram a ranger e por um instante, tive a impressão de que que estavam se desenrroscando, sozinhas, da viga. Tentei me levantar, mas os caules das folhas cresceram ao redor da minha cintura e me prendiam no lugar. Mas que diabos? Fechei os olhos, esperando cair no chão com tudo quando as cordas finalmente cederam, mas não houve estrondo. Eu estava flutuando! Ou melhor, o balanço estava levitando, e me carregando com ele.
Seria aquilo alguma armadilha? Ou seria o transporte que Vera havia mencionado? Porque de fato, o balanço já estava ali quando eu saí. Eu deveria ter perguntado a ela, a que tipo de transporte estava se referindo.
Me ocorreu, então, que aquele era um objeto encantado, e independente de há quem pertecesse, quem o portasse estaria encrencado pela ilegalidade da magia em Auradon. Mas o que era uma garoa para quem já estava encharcado? Não é como se eu ainda estivesse nas graças do rei mesmo; não havia nada a perder.
Eu não fazia idéia de como controlar aquela coisa, mas acho que Vera ja tinha lhe dado as instruções, pois sem que eu o direcionasse, ele subiu a colina e lá de cima eu pude ver um vale e o que parecia ser o esboço de uma pequena vila interiorana. Descemos o outro lado da colina e eu pude perceber que aquele não era apenas um vilarejo comum. A vista parecia ter sido arrancada de um conto de fadas. Casas de madeira e pedras, com telhados mutáveis em cor e jardins bem cuidados, circundavam uma praça central, onde uma fonte fluía, a água cristalina emitindo um brilho suave.
Percorremos ruas sinuosas, ladeadas por lampiões e árvores cujas folhas pareciam murchar em cânticos melódicos quando a brisa suave as tocava. Avistei uma padaria, uma sapataria e uma escola com um letreiro que dizia ''Instituto das Runas Luminosas'', mas o que realmente me chamou atenção foi um comércio místico intitulado ''Empório dos Encantos''. O balanço parou próximo a vitrine afim de saciar um pouco da minha curiosidade e admiração e eu observei encantada as poções, artefatos, livros antigos, amuletos, plantas exóticas e outros objetos mágicos.
Continuamos nosso trajeto e eu observei os habitantes que passeavam pelas calçadas: pessoas comuns, elfos, fadas e gnomos, que não pareciam nem um pouco impressionados ao ver uma garota flutuando em um balanço. Eu sentia como se, ao cruzar o limiar daquela vila, eu tivesse descoberto um novo mundo encantado, onde cada esquina revelava uma nova maravilha e cada murmúrio da natureza contava uma história mágica.
O balanço parou novamente, mas dessa vez os caules que serpenteavam pelas cordas ja não mais me prendiam no lugar. Entendi aquilo como um aviso de que ja havíamos chegado ao nosso destino e saltei do assento, murmurei um ''obrigada'' sem saber ao certo se ele me entenderia, e o balanço partiu.
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Coração Enfeitiçado ♤ { Fanfiction Descendentes // Mal e Ben // Malen }
FanficEm um reino encantado, onde contos de fadas ganham vida, o Príncipe Ben decide quebrar as barreiras que separam o bem e o mal. Ele escolhe quatro crianças da Ilha dos Vilões, uma terra habitada por figuras sombrias, na esperança de guiá-las para um...