Sage

Cap 4

- Já sei onde você está Stella.

Foi necessário tempo para entender o que aquelas palavras significavam , e o que queriam dizer. Queriam dizer uma vida , longos onze anos sendo construídos em Mountain Valey para acabarem completamente destruídas com uma única ligação.

Stella não soube o que fazer. Apertou o botão e encerrou a chamada ,os nervos a flor da pele ,lançou o celular pelo banco de trás do carro ,ele apitou e apitou mais algumas vezes antes da bateria pifar.

Ela reconheceria aquela voz até mesmo no inferno.

Seu avô teve o trabalho de uma vida ao esconder Stella ,desde muito nova , construiu a casa onde ela morava com as próprias mãos ,a criou da melhor maneira que conseguil , e agora sua mãe tinha entrado em contato.

Lembrou dos seus catorze anos , Lilian estava muito ocupada agradando aquele seu marido imbecil e vários outras relações extraconjugais do que cuidando da própria filha. Seu avô tinha pedido sua guarda na justiça, se dando conta tardiamente de que era um trabalho muito burocrático ,teria que desembolsar uma fortuna que ele claramente não tinha para tirá-la de lá. Lilian era uma mulher vingativa ,ela deveria tela deixado em paz , Stella entendeu que aquilo poderia significar somente uma coisa. Ela tinha vindo atrás de dinheiro.

Nos primeiros anos que seu avô tinha lhe tirado das garras dela ,ele passou a enviar secretamente uma quantia de dinheiro para Lilian ,era o que a matinha longe deles ,mas ele não conseguil mais arcar com isso ,ter uma criança era algo que gerava muito mais despesas. Então ele decidiu que era hora de fugir de Lilian e das suas chantagens , então eles foram para Mountain Valey ,uma cidade remota e muito longe de onde eles viviam ,longe de Lilian. E agora ,onze anos depois ,sua mãe havia encontrado ela.

Stella parou o carro na frente da casa que seu avô havia construido ,a casa onde morava. Andou até a porta ,sentindo seus pés congelarem. Sua mãe poderia estar ali ,a espreita. Stella olhou e não conseguil ver nada de diferente , além de que estava anoitecendo.

Se apressou ao entrar para dentro ,ela não tinha muito tempo. Pegaria seus cartões de crédito e algumas notas em espécie caso fosse necessário , se tivesse sorte encontraria algum motel para passar aquela noite ,antes que ela pudesse seguir viagem. Lembrou dos vinis antigos do seu avô que estavam guardados no sótão ,ela não irria ir embora sem eles. Arrumou suas roupas e tudo que achou necessário ,os vinis já estavam no carro.

Sentil que precisava avisar a melhor amiga,o quanto antes. Ela havia contado tudo para Jass ,sobre Lilian , de que seu avô a tinha tirado dela, e que eles haviam fugido. A amiga ficaria bastante preocupada se não a encontrasse na biblioteca amanhã.

Pegou o culular agora carregado e discou o número de Jess. Ela foi atender somente no terceiro toque.

- Estou indo embora Jess ,queria que você soubesse, liguei agora pra não deixá-la preocupada. - Disse Stella ,a ir na direção do seu carro.

- Como assim indo embora Stella? O que aconteceu ?

Stella entrou e fechou a porta colocando as chaves da casa dentro da bolsa ,pegou então o celular que segurava entre seu rosto e ombro , segurando ele somente com uma das mãos contra a orelha. Notou vozes e gritos do outro lado da linha ,sua amiga estava em algum lugar bastante movimentado.

- É Lilian ,ela sabe onde eu estou , eu tenho que sair daqui antes que ela me encontre.

- Espera , você não pode ir assim ,vem até onde eu estou , e então você me conta está história direitinho , essa víbora não pode mais te controlar ,talvez possamos encontrar um jeito e então resolver isso.

Stella estava muito cansada , talvez não estivesse pensando direito ,mas ela queria ver a amiga , de qualquer forma.

- Tá bom ,onde você está ? - Stella Indagou.

- Faz algumas horas que o festival começou,me encontre aqui , estou parada na frente da barraca de algodão doce.

Jess desligou antes que Stella pudesse protestar. Ela não queria ir aquele festival estúpido ,ao que ela não tinha escolha em todo caso.
Stella bufou antes de dar a ré em seu carro ,seguindo para aquela direção ,aquele era o mesmo caminho que ela pegava todos os dias para ir ao trabalho.