Cap 10

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Parecia que o mundo explodiria em centenas de pedaços. Sage abriu os olhos, não conseguindo reconhecer as paredes de madeira e os arredores daquele quarto estranho. Pelo contacto dos odores e o farfalhar das árvores do lado de fora que ele ouviu, notou que o lugar parecia ser bem afastado, uma cabana talvez. Pelo menos não era o último lugar fechado que ele estivera.

Alguém subitamente acabou a estourar pela porta, fazendo os seus olhos vagarem para o hall de entrada, viu aquele olhar vagar sobre ele. Grand não parecia contente, tinha as pestanas com aquela carranca familiar, o que acabava a distorcer um pouco as suas feições.

- Como está? Ainda não sei quais serão seus planos quando enlouquecer e querer ir atrás da sua companheira. Antes que essa idéia passe pela sua cabeça, será uma missão impossível. Ela está bem mantida e vigiada por meus homens. - Ele simplesmente Despejou.

Companheira, a palavra fez coisas dentro dele, seguido pela dor. Recordações amargas nublaram a sua mente. Stella fugiu dele, buscara conforto nos braços daquela humana e não nos dele, mágoa era um sentimento abrasivo de sentir. Ele queria muito poder explicar tudo para ela, tentar fazê-la entender que ela era sua companheira, que ele a encheria de felicidade, e de maneiras menos ortodoxas iria preencher o seu ventre com os seus filhos, estava tomado por esse objetivo.

Sage colocou os pés para fora da cama, se deu conta de que Grand não fizera nada para impedi-lo. Ele tentou se levantar, quando àquela pressão estranha o puxou no lugar. Ele levantou os seus pulsos, espantado, ouvindo o tilintar de correntes, haviam pulseiras de ferro presas ali. Eles colocaram-no como um prisioneiro outra vez.

- Essa ação foi só uma questão de garantia. Até que ela queira ver você, ficará aqui.

- E se ela não aparecer. - As palavras foram amargas na sua língua.

Grand colocara as mãos na cintura, resfolegara alto o suficiente, antes de voltar a sua atenção para Sage.

- A escolha sempre será da fêmea, independente. Como eu disse antes, nós não devemos empurrar as nossas coisas a elas.

Sage sentiu a raiva consumir a sua mente e nublar os seus olhos. Se não estivesse preso ali iria mostrar aquele alfa que porra era jogar algo em alguém, de preferência iria ser os seus punhos que seriam lançados na mandibula daquele infeliz.

Grand limpara a garganta, olhou-lhe como se pudesse ler a sua mente.

- Posso sentir a sua raiva agora, mas você irá agradecer-me depois. Não se esqueça que diferentes de nós, os humanos podem não sentir aquela ligação instantânea, ou pior, elas podem até tentar lutar contra isso.

Sage não entendia. Como alguém conseguia lutar contra a ligação? Ficou com medo de que fosse Stella quem estivesse vinculada à essas ideias, porque ela lutaria? Ele iria cuidar dela, preencheria as suas necessidades, a faria feliz até o seu último suspiro. Stella só tinha que permitir e que o deixasse fazer isso.

Olhou para os pulsos. Ele não podia chegar, até ela. Ele falou sério quando disse que iria convencê-la a aceitá-lo. Podia mostrar-lhe os múltiplos benefícios de se ter um companheiro, começaria a despir o seu corpo e lamber seu núcleo, ela estaria tão envolta dele, ela com certeza não iria conseguir rearranjar forças o suficiente para lhe negar algo. No entanto, preso aqui ele não podia revogar o seu vínculo com ela.

A frustração era uma vadia.

- Você provavelmente deve estar com fome, falei com Tahir e o encube de trazer algo.

Sage resmungou, sentando-se no chão, feliz que as correntes permitiam que ele fizesse isso.

- Não estou com fome. - Mentiu.

Ele esteve com fome em torno de semanas, coisa que ele não iria admitir.

- Escute homem, você precisa se alimentar, não por mim ou até mesmo por você, faça isso pela sua companheira. Você precisa muito de força física. Pense bem! como irá fazer para protegê-la estando tão fraco de nutrientes desse jeito?

Sage quis muito mandar Grand ir à merda.

- Traga a comida. - Disse por fim, a mandíbula travada.

Grand saiu do quarto e deixado Sage sozinho com os seus pensamentos. Estava a sentir-se doente, porque pela primeira vez ele não sabia o que fazer. Stella não estava ali, provavelmente ela estava em algum lugar longe dali, longe da sua proteção, para ele não importava o quanto o lugar fosse protegido, ele ainda iria sentir a nessecidade latente de protegê-la. Tudo que ele tinha que fazer era aturar essa situação por agora.

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