Cap 19

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Passa-se uma eternidade desde o momento que Sage foi procurar algo para ela. Ele não disse exatamente o que, a coisa poderia ser um copo de água, ou algumas roupas novas. Olhou para baixo, um pouco indecente em seu pijama, percebeu que não seria ao todo tão ruim um pouco de modéstia, pelo menos aquilo cessaria aquela sensação de se estar nua que aquela roupa fazia Stella sentir.

A porta se abriu, não dissipou de se sentir iluminar ao imaginar um Sage segurando alguma coisa que tinha pego para ela. Uma pontada de decepção a abateu, ao ver que não era Sage passando pela porta.

- Oi, Você deve ser Stella, prazer, sou Ayla Moore.

A mulher de cabelos negros atravessou a pequena distância da porta até a cama onde ela estava sentada, olhou para o movimento da sua mão levantada de um dos lados do seu corpo, que passou por elas e se estendeu para ela. Stella não soube muito bem o que fazer naquele primeiro momento. Como ela sabia seu nome? Será que ela sabia quem ela era?

Depois de tanto pesar finalmente a comprimentou, apertando sua mão em um movimento sem jeito, o toque foi apenas isso. Ela queria muito entender o que estava acontecendo.

- Conheço você? - Stella indagou, a confusão impressa em seu rosto.

- Ah! Não, não poderia. Eu vivo em um lugar bem afastado com meu marido a maior parte do tempo, ele não é do tipo social.

A mulher sorriu, seus pensamentos viajando para o seu marido muito provavelmente, só a sugestão dele a iluminou toda. Parece que sua vida era um tipo de contos de fadas, imaginava que com a cerca branca e tudo. Então, porque aquilo a irritava tanto? Talvez fosse porque era tudo que ela sempre sonhou para ela. Uma casa grande, crianças correndo pelos corredores, um marido lindo na cozinha esperando pelo jantar. Não conseguiu pensar em outra figura que não Sage ao imaginar um marido. Será que aquilo poderia ser possível? Não leve sua mente para este caminho Stella, vai ser cruel com você mesma, e uma viagem sem passagem de volta. Branil para si, livrando-se do pensamento.

- Deve ser difícil se ver sendo jogada de paraquedas para este mundo, um mundo repleto de pessoas feras, estive nesse mesma posição algum tempo atrás.

Stella saltou, ficando em pé.

- Espera, existem mulheres como eles?

Ela não tinha visto nenhuma delas até então. Isso não significava que não havia, pelos menos ela não queria parecer tão patética agora só por não saber delas. Ela apenas não queria saber nada sobre Shifters, até agora.

- Algumas. Elas vivem em uma reserva bem afastada, fui lá algumas vezes visitar minha amiga humana Ellie. Elas são um pouco ásperas no início, mas depois que as conhece se tornam doces e protetoras.

A palavra protetora girou na sua mente, imaginando porque aquelas mulheres se tornariam protetoras com ela.

- Protetoras? - Bateu, queria entender.

- Olhe para nós.

Não foi uma ordem, era mais como uma ênfase. Olhou para uma parte de si, sem saber exatamente o que ela tinha que olhar. Ela tinha uma cicatriz que estava bem apagada por conta do tempo, bem abaixo do dedo indicador, na sua mão esquerda, foi lá que um dos tantos homens que sua mãe saia a cortou. Segundo ele era uma correção pela malcriação e pela sua boca suja por conta do palavreado, algo que ela tinha aprendido cedo de mais para sua idade. Ela o tinha desafiado diversas vezes, ela não queria que aquele cara sujo e alcoólatra ficasse perto dela é de sua mãe. Na época ela ainda não sabia que sua mãe era tão podre quanto.

Aylla continuou, o que acabou tomando sua atenção a tirando do devaneio.

- Nós não somos construídas fortes e robustas, somos pequenas, nossa força se iguala a de um bebê coala, em comparação a elas. Elas são todas construídas. O máximo de exercício que faço é em cima de uma bola de pilates, ainda mais agora que estou carregando um bebê. Desde o momento que a médica disse que seria bom para nosso pequeno, Beast meu marido faz com que eu faça alguns exercícios algumas vezes ao dia.

Stella imediatamente olhou para a barriga de Ayla, instintivamente. Ela não saberia que havia vida crescendo lá se não fosse avisada disso, olhando melhor e bem atentamente agora, notou um pouco de volume lá. Não conseguiu parar de se imaginar assim também. Era bobo de qualquer forma.

- Porque você está aqui? Digo, não me leve a mal mas, você está grávida, deveria estar aproveitando a gravidez e não aqui perdendo seu tempo comigo.

Aylla não se ofendeu, ou se intimidou tão pouco. Viu o poder daquela mulher ao ver o queixo dela levantar, pegando o desafiou. Stella não sabia que a havia desafiado, talvez fosse apenas determinação ali. Ela se pegou querendo um pouco disso também.

- Grand me contou que você não quer acasalar com Sage. Entendo que pode ser assustador no início, eles são tão possessivos e, ao mesmo tempo, tão doces, fica confuso, mas é algo que você aprende a se acostumar, gostar até.

Baixou o olhar, um pouco abatida.

- Não é que eu não o queira. - Confessou.

Era aquilo que ela vinha escondendo até então, até mesmo de si. Detectou que aquelas palavras tinham saído facilmente, foi como respirar, soltando o que estava embrenhado tão fundo dentro do seu íntimo. Ela queria muito se entregar a Sage, mas não saber o que estava passando dentro da mente dele era torturante. Grand explicou a ligação. Na teoria era algo que Sage não podia controlar, muito menos escolher parar. Só pensar que ela poderia estar torturando alguma parte por mais que pequena dele ainda consciente era devastador.

- Do que você tem medo Stella? Ele não vai machucar você. Seria como machucar a ele próprio, confie em mim.

- Não é por mim que estou preocupada. Ele poderia quebrar meu coração eu sei, mas nada que eu não possa colar depois, percebi isso depois de um tempo.

Stella foi até a janela, estava perto do fim de tarde. Ela não tinha dormido e você poderia imaginar que ela estaria cansada, talvez mentalmente, mas não estava diretamente ligada pela falta de sono.

- Sente-se, vamos conversar. - Ayla praticamente ordenou.

Stella percebeu que travaria uma grande batalha pela frente com aquela mulher, uma que ela não estava tão certa que sairia vitoriosa. Então, porque dar continuidade a uma batalha que sabia que perderia?

Quero ficar segura dentro da minha decisão. Saber que estou indo para o caminho certo, que estou fazendo a coisa certa por Sage e por mim. Foi tudo em que Stella conseguia pensar.

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