Begins. - Livro único.

Capítulo 27💛

A escuridão dominou o meu corpo, mas não quer dizer que eu não sentia nada. Minha voz foi calada, mas eu sentia o meu corpo ser puxado pelo piso liso para depois sentir pequenos pedregulhos arranharem minha pernas e pés, é nessa hora que fiquei grata por estar usando a roupa de freira pois está ajudando nessa hora. Meus braços doem a cada puxada do infeliz que me nocauteou, e rezo por meus amigos estarem bem, Jô principalmente. Sua imagem ensanguentada não saia do pensamento, e rezo novamente para que Frank e Louis corram ao nosso socorro e chamem a polícia.

Escuto uma porta pesada sendo arrastada, para enfim eu ser levantada pelo braços grossos do brutamontes e ser jogada como lixo numa cama dura. Gemo em dor e logo vou me obrigando a abrir os olhos. No começo minha vista fica embaralhada com leves relances latejantes para depois as cores escuras ganharem vida. Musgo e fedorento o cubículo em que eu me encontrava, isso é um fato. Tento me mover, mas minha cabeça dói e braços doem ao ponto de eu não me sustentar e logo cair na cama dura. Observo ao redor e vejo uma mesa grande com resquícios de sangue seco, uma outra mesa menor com utensílios cirúrgicos enferrujados ou sujos o bastante para serem cegos, talvez. Reprimo um grito e tento me levantar o que foi muito difícil ao sentir uma grande tontura, mas me esforcei e consegui ao tropeços. Caminhei pelo cubículo até chegar a porta grande de ferro, tento abri-la, mas em vão, é pesada demais, o trinco é grosso e há um cadeado por precaução. Droga!

Olho ao redor com medo de eles fazerem algo comigo, eu sei eu eles farão, Domminick tem esse poder por baixo dos panos. Toco em meu ouvido para verificar a escuta que ali residia, mas não há nada mais ali, eles tiraram. Ouço passos vindo do lado de fora e não eram uma pessoa e sim várias. Ando aos tropeços até a mesinha com utensílios cortantes e pego uma faca mediana, volto para a cama e me encolho, escondendo a faca na manga.

A porta pesada se abre e revela Domminick com mais quatro homens do mesmo tamanho que o brutamontes que me nocauteou. E falando no diabo, o próprio terror entra carregando cordas grossas.

- Acordou rápido, Briseis. - diz Domminick sorrindo diabolicamente.

- O que você quer de mim? - pergunto trêmula.

- Ora veja só, você se intrometeu onde não era chamada, e peguei você no ato de fazer o mesmo erro pela segunda vez. - explica olhando para a minha vestimenta. - Freira não é muito a sua vocação. - soa sarcástico.

- Vá a merda! - cuspo.

- Olha o linguajar na casa de Deus. - ri.

- Você é podre! - grito.

- Não vou ficar discutindo com você, querida. Tenho uma reunião e estou um pouco atrasado. - fala dando-me as costas. - Podem leva-la até o salão do julgamento, dê os entorpecentes... e fiquem a vontade para brincarem.

- Não! - choramingo para logo começar a gritar e a me espernear quando os capangas de Domminick vem em cima de mim, ao ponto de sacar a faca e conseguir atingir dois deles, jogo o meu corpo com toda força que tenho em cima do brutamontes com as cordas e o golpeio na barriga para logo em seguida sair porta a fora. Tentei fechá-la, mas em vão, é muito pesada então comecei a correr em direção que Domminick tomou e não demora muito para eu vê-lo dentro de um elevador. Seus olhos arregalam-se e seu sorriso diabólico surgem o que me enfurece. Meus olhos ficam turvos e sei que estou prestes a cair, mas me faço ficar atenta e no tempo certo coloco minha mão no vão da porta do elevador fazendo-me gritar de dor ao ser atingida por Domminick do lado de dentro.

- Morra sua desgraçada! - viro o rosto e entro em pânico ao ver o brutamontes com cara desfigurada e a faca em sua barriga, a prova do meu desespero. Ele vinha a passos decisivos para logo começar a correr. Em suas mão está um machadinho o que me faz gritar e tirar forças de onde eu não tinha. No desespero, consigo abrir a porta do elevador e adentrar a tempo de ver o brutamontes arremessar o machadinho em minha direção, fazendo - infelizmente - atingir o meu ombro. Grito novamente ao sentir a dor percorrer meu braço abaixo.