Capítulo 9 💛

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Briséis.


Bem que dizem que quando estamos nos reerguendo, o erro volta para nos atormentar e nos deixar desestabilizadas no melhor momento de nossos dias. Isso é verídico, aconteceu comigo algumas semanas atrás durante o jantar. Com uma simples mensagem:


Iremos nos casar.
E estou grávida.
Espero que entenda que foi melhor assim.


Ao lembrar disso, me faz tremer com o nó que me deu no momento, das lágrimas derramadas inesperadamente, fazendo-me entender que ainda há dor sobre o passado, e que ainda não está totalmente cicatrizado. Mas lembro-me do pequeno conselho escrito a punho num pedaço de papel, lembro-me do meu coração se aquecer e me fazer tentar mais uma vez, dessa fez por mim e por...ele. Aquiles.

Levo um susto com o bater da porta de meu quarto, fazendo a minha bolsa de maquiagens cair na minha cabeça.

- Ei! – digo automaticamente para logo ver a Helena com as mãos na cintura e com vontade de matar um.

- O que você tem nessa droga de cabeça? – esbraveja.

- Opa, o que os calmantes fizeram? – perguntei sarcástica. Helena andou até a mim e me puxou pelo braço. – Helena, calma. O que está havendo? – pergunto preocupada.

- Quero saber o que está havendo entre você e o Aquiles. – solta meu braço com as mãos trêmulas.

- Ah, é isso? – suspiro.

- Isso? Será que você não se lembra que eu pedi pra você não ficar perto dele? – falou entre dentes.

- Helena, respira e senta. Agora! – digo me levantando. Minha irmã não mudou a posição, o que me irritou. – Helena, da última vez que eu fiz você sentar e se acalmar, você ficou com o braço engessado. – dito isso, ela piscou mais vezes e andou até a minha escrivaninha e se sentou.

- Fala. - diz debochada.

- Eu e o Aquiles somos amigos. Eu o ajudei com o emprego, assim como ele me ajudou com aquela situação de semanas atrás. Lembra?

- Sim, mas como ele ajudou? – indagou cruzando as pernas, assim como os braços. Reviro os olhos e vou até a minha escrivaninha, bato no braço de Helena para ela me dar passagem para abrir a gaveta, e dali, tiro o papel dobrado.

- Aqui. Leia, não tem nada demais. – lhe entrego.
Helena abre e lê para depois me olhar e voltar novamente para ler. Feito isso mais três vezes, ela ficou em silêncio. Vou até ela e pego o papel de suas mãos e guardo no lugar.

- Viu, não tem nada de maldade. Ele me respeita... – começo.

- Ele te tolera. – me interrompeu ela me fazendo sorrir.

- Também, mas além disso ele me respeita, assim como eu o respeito. Isso é o começo de uma amizade e ambos estamos machucados, estamos tentando concertar as coisas, queremos nos reerguer.

- Eu não me sinto confortável com ele. - retruca ela roendo a unha do polegar nervosamente.

- Helena, dê a ele uma chance. Dante está dando, o que custa tentar? - choramingo ao me sentar na cama.

- Ele magoou o Dante, sabia disso? – ela me olhou com lágrimas descendo pelas bochechas.

- Como assim magoou? – pergunto com receio.

- O pai deles está doente, mas Aquiles está relutante de ir ao almoço de domingo. E o que mais enfureceu Dante foi que Aquiles disse que irá rezar pelo pai.

- Helena, você sabe o motivo de Aquiles não querer ir? - pergunto na lata recebendo a atenção de minha irmã.

- Não, mas...

- O Dante te conta tudo do passado dele com Aquiles? - eu a interrompo carinhosamente.

- Não tudo, mas... - ela para e morde o lábio inferior como se sentisse culpa.

- Helena, você entende só as metades e quer julga-lo por isso. É errado. Tente saber mais e julgar menos. – aconselho me encaminhando para acariciar o seu cabelo loiro.

- Ele disse...que vocês iam beber. – disse ela mudando de assunto. Ouço o seu fungar.

- É, mais ou menos. Vou beber consideravelmente. – me sento ao seu lado. – Helena, você pode tentar ser uma boa pessoa para o Aquiles? Ser educada, pelo menos?

- Tudo bem, vou tentar. - diz com a voz arrastada.

- Ele é legal, só precisa concluir alguns passos, daí ele irá demonstrar o verdadeiro lado dele. Quem sabe vocês possam se dar bem. – comento. Helena funga e dá de ombros.

- Quer ajuda com a roupa? - muda de assunto o que é um alívio.

- Eu pensei em usar um vestido de gala, o que acha? – brinquei. Helena ri fazendo um som horroroso com o nariz.

- Se for o verde, com certeza não. – ela levantou-se indo para o meu guarda roupa. – Você irá usar algo que te deixará aquecida mas ao mesmo tempo linda.

- Faça a sua magia, fada madrinha.





Begins. - Livro único.Onde histórias criam vida. Descubra agora