Capítulo 3 💛

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Uma semana se passou, e nesses dias a minha irmã e eu fomos ao shopping para fazer compras. Não me entendam mal, não sou louca por compras, quem tem essa doença é a Helena, eu só fui por necessidade, mas como ela disse:

- Você está precisando recomeçar o look por completo.

Ela tem razão, se eu saí dos EUA para um recomeço, por que não recomeçar pelas vestimentas? Do sutiã de bojo até a calcinha de renda e fio dental, a Helena comprou, mas antes, ela me fez vesti-las e mostrar cada peça pra ela. Mico? Com certeza! Arrependida? Talvez. Mas o que custa quebrar alguns ovos para fazer um bolo, não é?!

Durante o decorrer da semana, eu saí pra conhecer a cidade. Realmente é linda, cheia de pessoas andando pra lá e pra cá com os seus copos de cafés ou ao celular, uma ou outra pessoa passeando com os seus cães ou só dando uma caminhada. Eu fiquei com uma certa inveja de ver a mulherada correndo, se fosse eu, já estaria com a pressão baixa, vomitando bile pelo asfalto, chamando pela a minha mãe. Sim, sou mole.

Dante me levou até uma concessionária de carros, e me deixou livre para escolher o meu mais novo bebê. Fiat Mobi Like 1.0 azul royal. Pequeno, completo e perfeito para mim, um sonho realizado graças ao meu cunhado querido. Fiquei o dia inteiro agradecendo ele, até que:

- Nunca disse isso a você, mas cala a boca por uns segundos Briséis. – implorou Dante.

- Desculpe, mas eu amei. Obrigada.

- E mais uma vez, de nada. – ele sorriu e me entregou a chave. – Vamos, quero tentar a sorte de sobreviver com você ao volante.

Depois disso, ele falou pra Helena que nunca mais entraria num carro que eu dirigisse. Eu só estava brincando, nada demais, e sei que ele voltará ao meu carro como o meu passageiro. Talvez daqui uns séculos...

Hoje decidi ir procurar um emprego. Dante me ofereceu um cargo como assistente particular dele ou em algum setor aleatório para eu ficar, mas eu neguei, não é necessário, e outra, quero arrumar um emprego por mim mesma, sem depender de ninguém. Helena protestou, mas depois se rendeu e me deu créditos com apoio.

Deixei meu carro estacionado na vaga perto do centro da cidade e dali fui seguir caminho e começar a minha batalha.

Depois de entregar oito currículos, achei uma lanchonete chamada Morning Star, um nome curioso e chamativo, principalmente na folha sulfite A4 rosa com a frase: Precisa-se de garçonete. URGENTE! pelo jeito as coisas estão bem tensas nessa lugar.

- Bem, é o meu dia de sorte. – digo e me dirijo a porta.

Ao entrar, o sininho toca fazendo os poucos clientes me olharem de curiosidade. Eu sorrio contida e me encaminho para o balcão.

- Bom dia. – cumprimento uma bela morena.

- Bom dia, o que vai querer? – pergunta sem nem ao menos me olhar nos olhos. Que antipática!

- Não vou querer nada. É que eu vi a folha na vitrine e vim deixar um currículo. – dito isso, ela me olhou, me analisou de cima a baixo e revirou os olhos.

- A vaga foi preenchida. – solta dando-me as costas.

- Então por que deixou o anúncio na vitrine? – resmunguei. Ela suspirou forte.

- Porque esquecemos de tirar. – respondeu ignorante.

- Você que esqueceu de tirar, Lorraine. – disse uma voz grave. A tal Lorraine travou no lugar ao ouvir a voz do senhor de óculos.

Ao ver quem é o dono da voz, vi que era um senhor na casa dos sessenta anos. Cabelos grisalhos, olhos negros e um sorriso contido.

- Eu vim por causa da vaga. – falei receosa rezando para que isso explicasse.

Begins. - Livro único.Onde histórias criam vida. Descubra agora