Capítulo 6 💙

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Olá pessoal,
Vim pedir desculpas pelo pequeno sumiço, o motivo foi algo pessoal.
Mas cá está mais um capítulo.
E quando der, vai sair mais. 👍😬🤙

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Acordo com o sol em minha cara e me irrito comigo mesmo por ainda ter a mania de querer ficar olhando a lua e as estrelas até cair no sono. Levanto-me e me espreguiço, vou ao banheiro e faço a minha higiene matinal. Ao sair do banheiro, vejo que há uma folha dobrada ao meio na cor verde clara no chão, vou até ela e apanho-a nas mãos, não perco tempo e abro-a.


Obrigada pelas belas palavras, guardarei comigo.
Ps: Eu disse que lá no fundo você é uma pessoa doce.
Ps2: Desmancha essa cara de bunda e saia, o dia está lindo!


Forcei um sorriso e sei que não foi um dos melhores, mas é alguma coisa depois de dezesseis anos no inferno. Dobro a sua carta e a guardo dentro da Bíblia, pego uma roupa confortável e me preparo para sair.

Saindo do quarto, me deparo com Dante.

- Oi, boa tarde.

- Oi, boa tarde? – pergunto olhando as horas no pulso. – Uau, dormi demais.

- Sem problemas, você estava cansado da viagem.

- Sim, verdade. Você não foi trabalhar? – puxo assunto, Dante sorri.

- Não, me permiti ter uma folga hoje. - responde arrumando a camisa polo branca.

- Isso é ótimo.

- É sim. – assente animado. - Estou gostando de ver. Ontem você levou o meu conselho a sério. Fico contente.

- Eu estou tentando. - dou de ombros sem graça.

- E está se saindo bem, Aquiles. – ele sorri dando um aperto em meu ombro. – Vai sair? - arqueia uma sobrancelha em desconfiança.

- Sim, estou pensando em tomar café fora. Topa? – pergunto animado.

- Hm... desculpa, vou passar essa. Eu prometi a Helena tem um tempo em levá-la ao um passeio de casal. - diz um pouco deslocado.

- Que isso, sem problemas. Vocês trabalham muito, então devem ter um momento de casal. - assinto sentindo que lá no fundo perdi um pouco do meu pequeno irmãozinho e logo para uma loira bela e tenaz.

- Não está chateado? – pergunta receoso.

- Eu já fiquei chateado com você? – arqueio uma sobrancelha.

- Não que eu me lembre. – ele deu de ombros. Forcei um sorriso e Dante ficou sem reação. – Meu Deus.

- Eu sei estou tentando. - solto o ar e volto a encará-lo.

- Mas vai aos poucos, não queremos você preso por assustar alguma criança. – revirei os olhos e ele ri. – Está indo bem, gostei de ver.

- Me recomenda algum lugar para almoçar? – perguntei mudando de assunto. Dante fica pensativo.

- Morning Star. É uma ótima lanchonete, você vai adorar o atendimento.

- O que quer dizer com isso?

- Só ir lá. – piscou e foi para o seu quarto.





Pego um táxi e pergunto ao motorista onde fica a lanchonete Morning Star e descubro que é dois quarteirões depois da empresa de Dante. Peço para que me leve até o destino.

Chegando ao local, vejo que é uma lanchonete grande de largura, porém, mediana de altura. Dei de ombros e entrei no recinto com cheiro de gordura e desinfetante. Procuro um lugar confortável e vejo um perto da janela do lado esquerdo e me encaminho para lá. Sento-me e olho a mesa procurando o cardápio.

- Boa tarde, quer saber o menu do dia? – olho para a moça morena e de olhos bonitos. – Sou a Lorraine.

- Boa tarde, qual é o menu? – pergunto olhando em volta e vendo poucos clientes.

- Hoje temos arroz agrega, feijão e frango empanado. Arroz, verduras e frango xadrez... – Lorraine dizia o menu com classe e perfeição, mas os meus olhos acabaram fixando na figura janela adentro perto do balcão. Briséis.

- Tem frango ao molho? – pergunto a interrompendo.

- Sim. – responde envergonhada.

- Eu vou querer e para beber quero um suco de laranja. Obrigado.

- Ah, de nada. – diz ela olhando para onde a minha visão estava. Escuto ela bufar e sair pisando duro.
Não sabia que a Briséis trabalhava aqui, e muito menos como cozinheira. Ah Dante, você sabia! Menino arteiro! Mas não posso mentir, gostei de vir e vê-la tão concentrada nas panelas. Olho para a mesa e tento pensar em como me dei ao luxo de me sentir bem na presença de Briséis.

- Aqui está. – sou tirado pelos meus pensamentos com a chegada do meu almoço.

- Obrigado.

Começo a comer e o meu paladar agradece ao reconhecer o tempero do molho de Briséis. Ela cozinha tão bem que deveria ser pecado! Sorrio por dentro e tento faze-lo por fora, mas acho melhor retrair já que estou sozinho e posso ser chamado de maluco.

Olho novamente onde ela deveria estar, mas sinto uma pontada de decepção ao não vê-la ali. Sinto olhos curiosos em mim e vejo duas garçonetes me encarando, sendo que uma delas é Lorraine e a outra é loira. Finjo que não é comigo e volto para o meu almoço.

Quando termino, olho janela a fora e vejo o movimento da cidade. Pessoas indo e vindo, empresários em seus ternos, assistentes de saltos altos e outras mulheres gastando o dinheiro do marido ou poderiam ser amantes? Talvez fosse as duas coisas.

Fecho a cara ao me lembrar de meu pai. Rico, rígido, formal, rude. Um ótimo empresário, um péssimo marido e pai. Lembro-me dele me dizendo que se eu saísse de casa para morar em Roma, eu não seria mais o seu herdeiro. Me senti liberto de não carregar o fardo de ser um CEO, de testar os meus nervos em reuniões e papeladas, então não hesitei em sair porta a fora. E hoje, o fardo de empresário caiu nos ombros de Dante, o que pelo pouco que sei está sabendo gerenciar muito bem.

- Vai querer a sobremesa? – e mais uma vez Lorraine me tira de meus pensamentos.

- Primeiro quero falar com a chefe. – peço educadamente.

- O chefe que temos é homem. – responde afiada.

- Então quero falar com a ajudante dele. – pedi e ela torceu o nariz em nojo. Pressinto que ela não gosta de Briséis. Por que?

Ela saiu apressadamente, passando pelo balcão do lado de uma garçonete baixinha que logo depois me encarou de sobrancelha arqueada. O que será que Briséis fez para elas ficarem assim?

Não demora muito para uma Briséis de uniforme branco e vermelho justo aparecer. Eu sinto um calor estranho subir pela minha nuca e a minha boca secar. Respiro fundo e levanto a mão para indicar que sou eu o cliente. Briséis fica surpresa ao me ver e abre um sorriso contido, para logo em seguida encaminhar para a minha mesa.

- Oi, como soube que eu trabalho aqui? - pergunta com o sorriso contido e as bochechas rubras.

- Oi, eu não sabia. Dante me indicou a lanchonete. - explico tentando controlar a ironia na
voz.

Begins. - Livro único.Onde histórias criam vida. Descubra agora