Capítulo 9

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IX

A máscara caiu das minhas mãos, e um sorriso involuntário surgiu em meu rosto. Por Deus, ela é mais perfeita do que imaginei, nariz bem contornado, lábios extremamente convidativos, e olhando assim, ao todo, seus olhos ficaram ainda mais bonitos, tudo se encaixa perfeitamente, ela sorriu, provavelmente achando graça na minha cara de abobalhada, o sorriso mais lindo que já vi em toda minha vida.

— Certo, vou colocar novamente a máscara, porque acho que você não gostou muito.

— Não! - Tomei a máscara da sua mão. — Não faça isso, eu... você, você é muito, muito, muito bonita. - Falei sem sequer tentar disfarçar meu encantamento.

— Obrigada. - Sorriu outra vez, e eu senti meu corpo amolecer.

— Eu posso... - Levantei a mão. - Tocar?

— Pode. - Franziu o cenho. — Você é engraçada demais.

Ignorei, e passei a ponta dos dedos em seu rosto, contornei seu nariz, sobrancelhas, queixo, e me contive pra não fazer o mesmo em sua boca. Puxei minha mão rapidamente e me afastei um pouco, porque minha mente estava criando a ilusão que se eu a beijasse ali, não traria nenhuma consequência, cheguei até a sentir o sabor de seus lábios em meu pensamento.

— Queimou? - Perguntou com graça.

— Quase isso. - Sorri um pouco nervosa. — Permita-me falar, mas poupar as pessoas de sua beleza, deveria ser um crime punível a fogueira.

— Você falando assim vou acabar acreditando. - Deixou o corpo cair sobre a cama, e abriu os braços. — Se você contar pra alguém, meu pai vai se irritar e pode me trazer consequências.

— Não se preocupe, não farei isso. - Me deitei também, mas para direção contrária a dela, embora a vontade seja de permanecer olhando para o seu rosto. — Obrigada por confiar em mim.

Pela movimentação no colchão, eu sei que ela está me olhando agora.

— Eu sinto verdade em você, não é raro pessoas se aproximarem de mim com interesses, mas sinto que não é o seu caso.

Interesse nela conta?

— Eu gosto de você, sei que nos conhecemos a pouco tempo, mas eu gosto. - Falei sincera.

— Desde que eu mandei você parar de bisbilhotar onde não deve?

Senti um tom de humor em sua voz, e eu tive que me obrigar a olhá-la, porque tenho certeza que algum sorrisinho surgiu em seu rosto.

— Acha graça, alteza? - Estreitei os olhos. — Eu pensei que você iria me lançar pela janela.

Sua risada preencheu o quarto, e consequentemente meu coração também.

— Tive vontade naquele dia que estava bêbada aqui em minha porta juntamente com o Christopher.

— Protesto. - Me sentei. — Eu não estava bêbada, apenas ele.

— Acredito. - Se movimentou e colocou a cabeça em meu colo, me fazendo sorrir. — Obrigada por gostar de mim.

Não consegui conter minhas mãos, e iniciei uma carícia em seu cabelo.

— Tem como não gostar?

Ela me olhou nos olhos.

— Tem. - Falou em um tom baixo. — Acho que... - Um trovão estrondoso cortou o céu, fazendo ela se calar e apertar os olhos no susto. — Por Deus, essa chuva não vai passar? - Perguntou com a voz trêmula. — Estou com sono, mas não vou conseguir dormir hoje dessa forma.

LutemorOnde histórias criam vida. Descubra agora