Capítulo 12

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XII

Depois que o guarda saiu do quarto, eu e Lauren não tivemos tempo de nos falar, ela apenas me lançou um olhar e foi para a sala do trono, e eu segui para a academia militar, obviamente não terá treino, já que o chefe da guarda real foi assassinado, mas preciso de informações, e talvez lá eu consiga. 

— Bom dia. - Falei pra alguns alunos que estavam reunidos. — Cadê o capitão?

— Sala do trono. - Joel respondeu. — Está sabendo o que aconteceu durante a madrugada?

— Sim, alguma pista do que houve?

Eles se entreolharam, mas não tiveram tempo de responder, porque eu fui puxada, e quando virei vi ser Alexandre, ele me puxou até a parte mais afastada da arena e me soltou.

— Tem alguma coisa pra me falar? - Perguntou rígido. 

— Hã… não? Sobre?

— Camila eu não quero que minta pra mim.

— Sobre o que, capitão? Não estou entendendo o que…

— Foi você que matou Júlio? - Me interrompeu.

 Engoli em seco e dei dois passos pra trás. 

— Eu… eu… não. - Soltei uma risadinha nasal. — Por que eu faria isso?

 Ele passou a mão na barba, a preocupação é evidente em seu rosto.

— Camila, seu nome ainda não foi falado oficialmente, mas é questão de tempo pra você ser a principal suspeita e…

— Eu… - Tentei interromper, mas ele não deixou.

— Deixe-me concluir, se foi você, preciso que confesse, talvez assim se livre da forca, você pode alegar que ele tentou lhe atacar e…

— EU NÃO MATEI ELE. - Gritei exaltada, chamando atenção dos outros alunos. — Desculpe capitão, não quis gritar, mas não fui eu. - Falei o mais convincente possível. 

— Eu posso estar errado, mas acredito em você, Camila.

— Obrigada, capitão. 

— Entretanto isso não lhe será útil, por ser seu professor, minha palavra não será levada em conta, o que eu posso fazer é dizer pra você se preparar, a corda arrebenta sempre para o lado mais fraco, e vai arrebentar logo mais. 

Comecei a andar de um lado para o outro, estalando os dedos das minhas mãos, inteiramente nervosa. 

— O que fez durante a madrugada?

— Eu… - Pensei se deveria falar, olhei pra Alexandre, posso estar enganada, mas acredito que ele quer realmente me ajudar, mas não sei até que ponto. — Nada, dormi a noite inteira. 

Alexandre olhou para um ponto atrás de mim, a curiosidade me fez seguir seu olhar, e vi cinco guardas se aproximando, eles prestaram continência para o capitão e então se voltaram pra mim.

— Camila de Miargas, você ficará reclusa na masmorra por ser a principal suspeita na morte do chefe da guarda real. - Um deles anunciou em alto e bom tom.

 Puxei o ar para os pulmões, tentando não me deixar levar pela raiva e acabar fazendo alguma tolice. 

— Até o momento ela é a única suspeita? - Alexandre perguntou. 

— Sim, senhor. 

— E quando a investigação será apresentada ao rei?

— Não sabemos, ele ainda está na sala do trono com a família real e seus conselheiros. 

LutemorOnde histórias criam vida. Descubra agora