Capítulo 36

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XXXVI

1 Semana Depois.

Ao chegar da vila dos trabalhadores eu segui até a sala do trono, pois fiquei sabendo que Michael solicitou minha presença. O castelo está em seu estado de movimentação intensa, faltam 4 dias para o casamento da princesa, e falando nela, desde o dia que nos vimos na cozinha não trocamos mais nenhuma palavra, quando estamos em público, presto reverência, ela acena com a cabeça e é só isso. É certo que toda essa situação me machuca por dentro, especialmente por saber que a cada dia se aproxima mais o dia que ela estará casada, mas eu aprendi a dividir espaço com a dor em meu peito, eu não choro mais durante as noites, e isso é um avanço, não?

— Majestade. - Prestei reverência. — Mandou me chamar?

— Me fale a que pé andam as plantações, estou pensando em adquirir algumas terras do reino vizinho. 

Assenti e falei pra ele sobre o setor de agricultura. Como sempre vem acontecendo nos últimos dias, falei o mais profissional possível, fingindo estar normal, mas por dentro minha mente só arquiteta sua morte. Devo mencionar que durante a semana que se passou, eu descobri os guardas responsáveis pela busca de Lucrécia, armei uma emboscada para todos fora do castelo e matei um a um, no fim saiu como ataque de um grupo de ladrões, ainda não descobri quem fez a denúncia, mas estou investigando quanto a isso, também resolvi andar com o plano de Catarina, pretendo abater todos os conselheiros durante o casamento, preciso começar pela parte baixa da realeza, aos poucos vou subindo até chegar ao rei, será apenas questão de tempo para cumprir minha promessa. 

— Formidável, Camila, você nunca me desaponta quanto aos negócios. - Falou se levantando. — Amanhã quero que leve Lauren para a prova final do seu vestido. 

Inferno.

— Não pode ser outra pessoa, majestade? Eu preciso coordenar a chegada dos novos animais amanhã durante o dia.

— Não se preocupe, vocês irão durante a noite, pois a prova acontece nas primeiras horas do outro dia, você sabe como funciona, é o melhor atelier de Perbas, a procura é grande, e também porque preciso de alguém da minha confiança, Lauren anda muito irritadiça, e vocês se dão bem, talvez consiga acalmá-la um pouco, ou no dia do casório ela vai morder o noivo. - Concluiu rindo. 

Não ri, apenas assenti.

— Algo mais, majestade?

— Não, pode se retirar. 

Prestei reverência e sai. Desci direto para a arena, é sempre assim, quando quero tirar algo da mente simplesmente treino até a dor física falar mais alto que meus pensamentos. 

— Treinar? - Falei chutando a perna de Domenico que estava deitado no chão.

Claramente ele acabou de treinar, pois está todo suado, sem camisa, e com a respiração ofegante. 

— Eu chamei e você não quis.

— Mudei de ideia.

— Estou exausto. 

Bufei.

— Levante-se seu cabeça de bagre.

Ele ficou me olhando, então comecei a lhe chutar sucessivas vezes até que ele se levantasse, e não demorou pra isso acontecer.

— Mimada. - Soltou irritado. — Não vou pegar leve.

— Até porque eu que sempre pego leve com você. - Pisquei o olho.

Demos início ao treino, a cada golpe meu ele sorria.

— Está irritada, o que houve?

— Não estou gostando de ver você sem camisa.

LutemorOnde histórias criam vida. Descubra agora