Capítulo 56

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LVI

Quando Isabel saiu da janela me permiti parar de olhar naquela direção, meu coração bate descompassado, não por medo, mas algo mais, euforia pelo momento, e por ver o inacreditável bem diante dos meus olhos, segui para os corredores, os guardas se dividem em vir me atacar ou ficar observando de longe, os que decidem por atacar rapidamente são derrotados, é como se fogo circulasse em meu sangue.

— DEMÔNIO! 

Ao mesmo tempo que ouvi o grito eu me virei, e foi bem a tempo de me defender do ataque zangado de um dos guardas, usei as duas espadas para golpeá-lo no pescoço, e aquele movimento foi suficiente pra fazer a cabeça do homem cair e seu corpo ainda ficar de pé, olhei alguns guardas paralisados no início do corredor, se estão com medo, serei ainda mais bizarra, sem parar de olhar pra eles, chutei a cabeça do guarda que rolou naquela direção, não demorou para que esbarrando um no outro retornassem ao outro corredor. Segui meu caminho com o objetivo de chegar a sala do trono, mas antes disso uma tropa de aproximadamente 20 homens interceptaram meu caminho, vieram liderados por Vitor, meus olhos foram parar diretamente no homem, pouco me importei com os outros. 

— O que você acha que você é? Deus? - Perguntou com um leve desdém na voz. — Você não é páreo para um exército inteiro, Camila de Miargas, então para que sofra menos, solte suas espadas e se renda.

Olhei para as espadas em minhas mãos, assim como todo meu corpo, elas estão banhadas de sangue.

— Venham pegá-las. - Girei ambas espadas nas mãos. — De fato eu não sou páreo para um exército. 

— Seu problema sempre foi esse, muita prepotência. - Vitor continuou. — Mas ainda assim me permito ficar surpreso, porque querer invadir sozinha um castelo, é demais até pra você. 

— Pois bem… - Dei um passo pra frente, e eles deram três para trás, o que me fez rir internamente.

Vitor pigarreou e olhou para os seus homens. 

— O que estão esperando? Detenham-na!

Mesmo com certa feição de temor, os guardas obedeceram o chefe da guarda e avançaram em minha direção, por alguns segundos senti o ar ser sugado dos meus pulmões, como se algo tivesse atravessado meu corpo, temendo ter sido acertada por alguma lâmina eu olhei para o meu tronco… intacto. Mal tive tempo de processar tal sensação, pois precisei reagir a fim de me defender dos ataques, me senti sufocar por tantos soldados ao meu redor, mas de uma forma inacreditável, mesmo em maior número, nenhum conseguiu me atingir de uma forma fatal, e tão surpresa quanto eles, eu fiquei ao ver que só restava mais dois guardas para serem derrotados, desviei o olhar pra Vitor, ele passou a andar, ou melhor cambalear pra trás, pela primeira vez eu vi verdadeiramente a feição do medo, ele passou as duas mãos no rosto e piscou os olhos, os guardas também me olham de forma mais assustada que antes, não entendi, e nem quero, percebendo que mais uma vez Vitor pretendia fugir eu foquei em finalizar os dois guardas restantes, Vitor correu, pulei todos os corpos no chão e corri atrás do infeliz, em pouco tempo venci a distância entre nós dois, ao me notar perto, ele correu mais rápido e tentou usar das escadarias para sair dos corredores, antes que a porta fechasse eu pulei sobre seu corpo, o que nos fez rolar escadaria a baixo, minhas espadas ficaram no caminho, mas pouco me importei, meu único foco é o homem o qual seguro com minha mãos, no piso plano rolamos mais alguns metros até que eu conseguisse parar sobre o seu corpo, meu primeiro ato foi acertar um soco em seu rosto, me assustei ao notar uma força sobrenatural em meus punhos, o soco foi tão forte que quebrou alguns dos dentes dele. É normal que eu também fique assustada, certo?

— Acho que já fugiu o suficiente de mim. - Falei antes de acertar outro soco. — Como eu disse, eu vou matar você… - Sorri. — E bem, nunca falo assim da boca pra fora.

LutemorOnde histórias criam vida. Descubra agora