Capítulo 52

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LII

Desci do cavalo em um misto de expectativa e medo, expectativa porque faz tempo que não as vejo, e medo pela reação, não tem como eu saber o que pensaram por eu ter ido embora sem me despedir.

Bati duas vezes na porta e aguardei.

— Não tem ninguém. - Ouvi uma voz abafada lá dentro, e tenho quase certeza ser de Bia. — Passe outra hora.

Sorri e bati outra vez, ouvi sua voz resmungando, alguns ruídos indicam que provavelmente ela está se aproximando da porta, o que me fez colocar os dois braços pra trás e deixar um sorriso em meu rosto.

— Ainda são 6h da manhã e… 

Ela se calou de abrupto quando me viu ali.

— Bom dia. - Falei.

Ela piscou os olhos, passou a mão no rosto e mais uma vez me olhou, como se eu fosse fruto da sua imaginação. 

— CAMILA! - Gritou de uma forma exagerada e se jogou em meus braços.

Cambaleei pra trás devido ao impacto repentino, mas consegui nos manter de pé. Ainda recebendo o abraço de Bia, percebi três pessoas surgindo na porta, como se pra verificar se o grito de Beatriz foi verdadeiro. 

— Beatriz, solte essa… Traidora! Fingida! - Dinah disse cruzando os braços. 

Franzi o cenho e alternei o olhar entre ela e Mani que estão bem sérias, Amis também, mas um pequeno e quase inexiste sorriso em seu rosto a faz mais amigável do que as demais. Bia me soltou e virou pra elas.

— Como você ousa bater na nossa porta depois de meses sem nos dar notícias? - Mani perguntou com os olhos estreitos. — Depois de ir embora e não ter a decência de se despedir da gente?

Cocei a nuca e senti meu rosto esquentar, talvez eu não tenha mesmo partido de uma forma apropriada.

— Hã… eu… eu… - Soltei o ar dos pulmões e desisti de tentar achar uma explicação. — Me perdoem.

— Eu perdoo. - Amis disse sorrindo, mas logo o cotovelo de Mani acertou a barriga dela, o que a fez parar de sorrir. — Quer dizer, não, não perdoo.

— Nós deveríamos lhe dar uma surra para aprender a não fazer mais isso. - Dinah ameaçou me apontando o dedo.

Ergui a sobrancelha. 

— Você sabe que se eu quiser derrubo as três de uma vez, certo? - Falei o mais arrogante possível, o que as fez me olhar incrédula. 

— Eu particularmente não aceitaria tal afronta. - Bia disse balançando a cabeça em negação. 

Meu sorriso prepotente se desfez quando as três vieram ao mesmo tempo em minha direção e pularam em cima de mim, dessa vez não consegui ficar de pé, apenas me deixei ser jogada no chão, levei alguns tapas, mas nada que me machucasse, logo estavam me abraçando no chão e rindo da situação.

— Eu senti muito a falta de vocês. - Falei quando finalmente pararam de me sufocar com abraços. — Aproveito também para pedir desculpas pela forma que parti. - Me sentei no chão. — Prometo não fazer novamente. - Cocei a nuca e sorri o mais convincente possível. 

— Não se preocupe. - Amis disse me oferecendo a mão para me ajudar a levantar. — Caso ocorra outra vez, nós mesmas iremos sumir com você, e espero que entenda o que estou querendo dizer com sumir.

Pensei em fazer outra piadinha prepotente, mas o olhar estreito de todas elas me fez apenas calar e assenti em concordância. 

— Certo, cadê a criança que estava aqui? - Apontei pra barriga de Amis, a fazendo rir. 

LutemorOnde histórias criam vida. Descubra agora