Capítulo 20

7.6K 682 514
                                    

notas: bom dia, babys, passando aqui pra salientar uma coisa, tudo falado nesse capítulo sobre a Mandrágora, eram crenças reais na idade média, então não busquem lógica ahhaha

XX

Parte I

Ao solicitar que guardas fossem buscar um médico, repassei as informações sobre o estado de Lauren para Michael, ele foi vê-la, demonstrou certa preocupação, mas não tanto quanto eu esperava, ou só estou desesperada e quero que todos também fiquem. Infelizmente não escapei de questionamentos sobre a barreira de ontem que quase se rompeu, por não estar com cabeça pra pensar sobre, falei ao rei que foi um imprevisto, não mencionei minha suspeita de estar sendo sabotada, porque eu teria que abrir uma investigação imediata, e não estou com tempo para tal. Quando o médico chegou ao castelo, eu segui com o mesmo até o quarto de Lauren, ela está parcialmente inconsciente, nos escuta, mas não tem muitas forças pra responder ou se mover, e como eu esperava, o médico não se mostrou nada eficaz, o homem é limitado em crenças como a maioria, e quando mencionei o uso do medicamento em Monsanto, ele descartou a possibilidade de ter sido isso, porque segundo ele é um procedimento comum e eficaz. 

 A planta mencionada por Lauren para o preparo do medicamento, é muito pouco usada, porque da mesma forma que as vezes ela é a cura para alguma enfermidade, outra vezes apenas mata quem a consome, e é o que está acontecendo com a princesa, uma reação contrária da Mandrágora, eu tenho conhecimento em muitas plantas e ervas, mas justo essa, seu uso é impopular no meio de qual venho, somos aconselhadas a não usá-la por causa do alto índice de rejeição em alguns corpos.

— O que pretende fazer? - Perguntei ao médico ao vê-lo passando um pano molhado na testa de Lauren.

— Não tem o que ser feito, as coisas ruins estão sendo colocadas para fora do corpo dela, temos apenas que orar para que resista até o final.

 Olhei para o homem, a enorme cruz em seu peito me fazia questionar se buscaram um sacerdote ou um médico. 

— Então a prescrição é oração? - Perguntei levemente irritada e ele me olhou. — Ela vai morrer!

— Se esse for seu destino. - Falou calmamente. 

 Segurei tudo que tive vontade de dizer e fui em direção ao banheiro, comecei a andar em círculos, tentando pensar em uma alternativa que não inclua matar aquele maldito homem, o arcebispo, as freiras e todos que estão inclusos nessa atrocidade, inclusive o rei, pois tenho fortes indícios para acreditar que ele está ciente sobre o que aconteceu em Monsanto, talvez não saiba que o motivo dos medicamentos é que sua filha estava nutrindo desejos por uma mulher, mas ele sabe da ministração dos medicamentos, e pior, ele concorda. Ouvi a porta se abrindo então retornei para o quarto apenas pra confirmar que o médico tinha saído, me aproximei da cama e me ajoelhei no chão, pegando a mão de Lauren entre as minhas.

— Ca… Camila? - Virou a cabeça em minha direção, e ao confirmar que era eu, ela me deu um pequeno sorriso, o qual retribui da melhor forma possível.

— Se sente melhor? - Ainda olhando em seu rosto deixei um beijo em suas mãos. 

— S-im. - Negou com a cabeça e soltou uma risadinha fraca. — Você me desculpa? 

— Não tem o que desculpar, amor. - Levei a mão ao seu rosto e fiz uma breve carícia. — Está tudo bem.

— Isso é mentira, eu sei que magoei você… - Fez uma pausa pra respirar, é notável o esforço necessário para que consiga falar. — Pelas coisas que falei e…

— Xiiu, deixa isso pra lá, depois falamos sobre isso, tente só descansar. 

— Não, eu quero falar agora, pode não ter um depois Camila, e…

LutemorOnde histórias criam vida. Descubra agora