XXXIII
Eu e Lauren voltamos ao castelo no meio da noite, o que também nos deu abertura para dormimos juntas, mas infelizmente acordamos nas primeiras horas da manhã com batidas contínuas na porta, por não saber quem é, e na tentativa de evitar levantar suspeitas pelo momento delicado, eu corri para o banheiro, e Lauren foi a responsável por ir se livrar da pessoa, no fim era um dos guardas, veio avisar que o rei a espera, então não demorou pra ela se arrumar e sair do quarto.
No momento estamos no meio da tarde, fiz todas as minhas atividades pela manhã, e agora pra passar o tempo estou treinando na arena, iria ser um treino solo, mas Catarina insistiu em se juntar a mim, então apenas deixei. Ela é boa, muito boa, não é atoa que comanda um exército sozinha, e um exército com poucos homens, o que torna ainda mais difícil a vitória, e por isso tão valorizada.
— Você me fez pensar. - Falou quando conseguiu derrubar minha espada.
— Sobre? - Peguei a espada e voltei ao treino.
— Você, paixão, Lutemor… - Derrubei a espada dela, o que a fez sorrir e assentir, como quem solta um "parabéns". — Me pediu dois meses pra finalizar a missão, certo? - Assenti. — Me fale o que seria uma missão finalizada com sucesso aos seus olhos.
Me senti ficar nervosa, porque é justamente nessa parte que eu travo, eu não sei como tomar o reinado de Lutemor sem perder a Lauren, não no quesito de matá-la, óbvio, mas no quesito dela me perdoar ou não.
— Você sabe, todo nosso plano inicial, exceto pela princesa.
Ela me acertou com o pé na barriga, o que me fez quase cair para trás.
— Se eu disser que não? Se eu apenas trazer meus homens, invadir e matar todos?
Em um movimento rápido acertei sua barriga como ela acabou de fazer comigo, diferente de mim, por ter uma parede atrás do seu corpo ela colidiu contra a mesma, aproveitei a oportunidade pra me aproximar, a encurralando.
— Eu não vou deixar isso acontecer.
— Vai me matar?
— Você sabe que não, mas eu não te deixo vencer, nem que tenhamos mil batalhas, nem que eu tenha que espalhar para os quatro ventos quem comanda as invasões ao Norte.
— Teria coragem de mandar o exército de vários reinos marchar até Miargas? Destruir seu reino? Seu povo?
— Se não parar com essa insanidade de querer incluir Lauren no massacre, você pode apostar que sim.
— Tá aí, Camila, tá aí uma coisa que eu vou pagar pra ver.
Senti minha respiração ofegante, nossos olhos conectados, ela sabe que estou blefando, infelizmente não conseguiria fazer algo contra Miargas, me afastei livrando seu corpo do meu e fiquei de costas, jogando minha espada no chão.
— Inferno! - Praguejei e chutei a espada pra longe, logo virei pra Catarina novamente. — Quer saber? Fica com Lutemor, com Miargas, com o diabo que quiser, Catarina, nós vamos embora daqui de qualquer forma.
Me afastei, parei apenas pra pegar a espada novamente e segui para o meu quarto, chegando lá me livrei de todas as peças de roupa e fui para o banho, com uma vontade enorme de destruir todo esse castelo e suas problemáticas.
*****
No início da noite desci até a cozinha, na intenção de me distrair com as delícias que Joana prepara. Eu estaria mentindo se dissesse que não estou preocupada com a demora pra Lauren sair dessa conversa com o rei, pelo que soube, todos membros da realeza estão lá, inclusive Artur e os conselheiros, e tenho medo do que pode está sendo discutido. Depois de me empanturrar de comida, resolvi subir até as seteiras, que no caso é o local mais alto aqui do castelo, geralmente fica cheio de guardas para vigiar as terras mais distantes, e em caso de invasão podemos ver as tropas vindo de longe, mas pelo horário, está apenas uma pessoa aqui, no caso é o Pierre.
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Lutemor
Hayran Kurgu1400 d.C. Um amor proibido em uma época onde o diferente não é aceito, onde o diferente precisa ser extinto. Camila Cabello, plebéia recém chegada ao próspero reino Lutemor, consigo ela traz alguns muitos segredos, e ao chegar ao castelo do rei Mich...