Capítulo 1.

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Olá, meus amores.

Samuel estava tendo um dia normal, treinando arco e flecha com o seu pai, era algo que fazia toda manhã, um exercício para fortalecer os músculos dos braços e costas, ele precisava de uma forma de defesa, ele não era como os outros. Samuel era diferente.

Samuel nunca se tornaria um lobisomem, ele era um humano fraco, bem, seu pai e seus irmãos cuidavam dele, o protegiam por ser o irmão mais novo, isso era deprimente, ele não queria ser cuidado, Samuel queria cuidar e poder ajudar as pessoas. Por que ele não era tão forte?

— Isso aí, você está indo bem — Seu pai deu um sorriso orgulhoso ao elogiar, nunca elogiava á troco de nada, perfeição era o ideal afinal, Samuel deu um sorriso satisfeito, Roger deu um tapinha cuidadosamente delicado no ombro de seu filho, as vezes ele esquecia que Samuel era humano e portanto mais frágil que os lobisomens — Acho que está na hora de irmos para casa, está ficando frio.

Samuel assentiu fracamente para isso, estava começando á sentir frio, tremeu, mas sorriu agradecido quando seu pai lhe jogou um casaco quente de pele. Tinha feito dezoito anos há alguns dias, porém não podia ir embora da casa de seu pai, o líder tinha medo de que algo acontecesse ao garoto humano, Samuel era humano e indefeso demais, bandos inimigos podiam sequestrá-lo para tentar chegar á sua alcateia, então ele vivia em uma mansão em meio á uma floresta junto á lobisomens.

Samuel começou á andar ao lado de seu pai, prestando atenção ao seu redor, bocejou sonolento enquanto ouvia o seu pai falando sobre as patrulhas.

Samuel pensou um pouco antes de começar á dizer: "eu quero ajudar com as patrulhas, pai".

— Você não pode, Sam — Roger respondeu sério para o garoto — Você sabe disso, não devia insistir.

Samuel suspirou cansado antes de argumentar: "eu poderia usar o arco e flecha, eu estou começando á ficar bom nisso, não é? Eu posso tentar ajudar...".

— Um lobisomem é rápido, Sam... — Roger suspirou, se cansando da teimosia do mais novo —... E se você se machucar, hein?

Bem, o que Samuel podia fazer? Logo teve uma ideia que talvez o ajudasse: "vocês sempre me protegem, eu queria retribuir de alguma forma, pai".

— Você está fazendo faculdade de medicina para cuidar dos nossos ferimentos, Sam, não precisa retribuir com mais nada, só fique seguro e perto de nós, ok? — Roger abriu a porta de sua casa, eles entraram, Samuel deixou a sua aljava, arco e flecha no seu quarto antes de ir lavar as mãos para ir fazer o jantar.

Decidiu fazer carne com batata, arroz, feijão, salada de alface com tomate e espaguete. Lobisomens comiam muito, eles eram seres fortes e musculosos, e toda aquela comida para cinco pessoas era necessário, Samuel já estava cansando de cozinhar toda aquela comida quando Nikolai chegou.

— Quer ajuda? — Nikolai perguntou suavemente, se aproximando devagar para não assustar o menor.

Samuel assentiu fracamente, os ossos de seus braços estralando dolorosamente, ele deixou Nikolai cuidando do arroz e feijão enquanto fazia o resto.

— Você está bem? — Nikolai perguntou curioso depois de cinco minutos de um silêncio desconfortável.

Samuel parou e abaixou a cabeça, bem, por que Nikolai estava perguntando isso? Ele sempre estava bem, talvez fosse apenas preocupação afinal Nikolai o tratava como um irmão mais novo, o ruivo sempre conversava com ele e o ajudava, era um bom amigo mesmo.

Samuel assentiu novamente.

— Você está tão quieto hoje, Sam — Nikolai murmurou preocupado, olhando as costas do mais novo com receio, o que estava acontecendo com Samuel? — E tão sério, aconteceu algo?

Liberte-me.Onde histórias criam vida. Descubra agora