Capítulo 22

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Olá, meus amores.

Phelan se aproximou devagar da porta do porão, tinha sentido a falta do cheiro incômodo de Samuel e isso era detestavelmente estranho. A porta estava entreaberta, ele a abriu lentamente, reparando que havia arranhados profundos e sangrentos na prata da porta, ele olhou curiosamente ao redor, arregalando os olhos ao ver que Samuel não estava ali!

- Merda! - Phelan exclamou, correndo para fora dali o mais rápido que podia, ele pensava onde o estúpido híbrido poderia estar, preferia que ele estivesse matando alguns humanos inúteis á um certo coreano, era difícil achar alguma pista, já que o cheiro tinha simplesmente sumido.

Phelan achou Lian com facilidade, o loiro se aproximou dele com rapidez, pensando no que faria agora. Olhou agitado e atentamente ao redor, Phelan não sabia como manteria aquele híbrido longe de Lian, o que ele faria?

- Samuel sumiu! - Phelan exclamou, sua voz tomada por uma preocupação gigantesca, ele lançou um olhar nervoso para Lian - Achei que ele viria atrás de você.

- O miserável é um gênio! - Uma voz desconhecida e rouca murmurou no escuro, saindo das sombras da cozinha, indo devagar até eles, os olhos sinistramente escuros, Lian viu os olhos se focando em si, escuros e famintos, o coreano ficou paralisado - Eu estou com tanta fome agora, encontrei um belo lanche na cozinha.

- Senta! - Phelan ordenou, ele devia saber que o outro não o obedeceria, já que não fora criado como um cachorro, bem, se fosse Thomas talvez ele o escutasse, Phelan meio que tinha ajudado seu pai á criar o seu irmão.

- Não sou um cachorro para você me mandar sentar - Samuel riu fraquinho, ele estava pálido demais, como se tivesse perdido muito sangue, sua camisa estava suja e avermelhada, suas unhas estavam quebradas e ensanguentadas, o híbrido deu um sorriso malicioso e divertido para Lian como se quisesse se divertir - Mas se for nele, eu sento sim.

- Odeio adolescentes! - Phelan esbravejou, falando um palavrão em australiano enquanto tentava pensar em um plano para tirar o coreano dali ou afastar Samuel de Lian, o loiro estava nervoso e sem saber o que fazer agora, resolveu tentar usar os sentimentos de acastanhado contra ele mesmo - Você vai matar o seu companheiro? Sério? Achei que fosse o amasse, Samuel.

Samuel saiu correndo antes mesmo que Phelan pudesse impedir, não para Lian, mas sim para uma janela, ele quebrou o vidro, caindo em pé no chão lá embaixo e saiu correndo, sua velocidade era incrível, antes que pudessem impedí-lo, Samuel já estava longe. Phelan achava que o garoto estava fugindo para a aldeia humana mais próxima, só esperava que ainda houvesse humanos por lá quando o híbrido voltasse para casa.

Lian e Phelan viram os olhos de Samuel ficando vermelhos em um tom sanguinário, a raiva, a dor e o descontrole surgindo. O híbrido estava faminto, porém não se aproximou de Lian, suas garras ainda feriam as palmas de suas mãos, ele tinha tentado se manter são, mas restou á ele fugir, pois a outra opção era matar o seu próprio parceiro eterno.

Samuel tinha se controlado para não matar ninguém? Phelan o admirou um pouquinho, não achava que o híbrido teria tanta força de vontade assim para se controlar, até que Samuel não era tão ruim assim. Ok, ele era suportável.

- Você está bem? - Phelan deu um tapa no ombro do asiático ao ver que o mais novo estava parado com uma expressão boba há cinco minutos, Phelan estava cclmeçando á se preocupar de verdade, por acaso Samuel tinha usado um daqueles dons de vampiros com Lian? Isso explicaria o silêncio mortal, talvez fosse hipnose?

- Achei que ele fosse me matar - Lian murmurou depois de alguns segundos, ele parecia estar um pouco amedrontado e tenso, sua voz rouca, suas mãos tremiam, Samuel parecia diferente, não o seu Samuel, mas outra pessoa, o cheiro doce de seu parceiro havia sumido, o que isso significava afinal?

- Hum, agradeço que ele não fez isso, demora séculos para tirar sangue desse piso, sabia? - Phelan lançou um olhar avaliativo para o piso, como se ainda estivesse vendo manchas de sangue ali, logo dando um sorriso ao coreano - Eu irei procurá-lo. Daqui duas horas. Pode não parecer mas eu valorizo muito a minha vida, não irei procurá-lo até que se passe algumas horas. Portanto não me incomode com isso agora.

Phelan o arrastou para a sala de estar, sabia que alguém estava ali.

- Samuel fugiu - Phelan resmungou mal humorado, sabia que alguém iria gritar, eles sempre gritavam, eternamente exagerados.

- Como é que é? - Foi Nikolai, o dramático, que exclamou a pergunta em um tom preocupado - Ele vai matar alguém, isso vai causar problemas, Phelan!

- Eu não ligo, ok? Não sou responsável pela a existência daquele moleque! - Phelan respondeu em um frio, se afastando, com preguiça para resolver a situação complicada - Eu já fiz o que tinha que fazer, eu o ajudei, o resto é por conta de vocês.

- Phelan... - Nikolai murmurou, Phelan suspirou, respirando fundo e se virando devagar para olhar os olhos do outro, antes ele aceitaria ser feito de bobo, mas agora não mais.

- Eu avisei que ele causaria problemas, era mais fácil ter me deixado o matar, mas não vocês tiveram que ficar de sentimentalismo... - Phelan tinha um pequeno problema com sentimentos, mas não ligava o suficiente para tentar lidar com isso -... Deveriam ter me permitido matá-lo quando houve tempo, agora não há mais jeito e isso não é minha responsabilidade, ok?

- Como você se sentiria se tivesse um companheiro humano, Phelan? Você conseguiria matá-lo? Não se sentiria culpado pela a morte dele? - Foi Thomas que falou, lançando um olhar breve ao seu parceiro, Nikolai estava sentado em uma poltrona, quieto e muito preocupado, Roger estava em um silêncio profundo, parecendo estar exausto de tudo.

- Eu sou um lobisomem australiano, você acha mesmo que raças puras se prendem á um só parceiro em potencial? - Phelan deu um sorriso brincalhão, arqueando uma sobrancelha ao dizer em um tom cheio de frieza - Você sabe que não somos leais, não temos um companheiro eterno, somos amaldiçoados á solidão. E se eu tivesse um parceiro humano e o visse passando por tamanha dor, eu teria lhe dado uma morte piedosa.

- Para com isso, Phelan! - Lian exclamou, parecia estar muito chateado, falando em seguida, com uma expressão enfurecida - Você diz que conseguiria, diz que seria fácil, mas não é, ok? Eu já matei muitas pessoas, até mesmo do meu próprio povo, mas eu não consigo machucar o Samuel, ele é meu parceiro, eu o espero desde que descobri que eu era lobisomem. Como você pode ser tão frio assim?

Lian se afastou, provavelmente para procurar Samuel.

- Se ele soubesse... - Phelan resmungou baixinho, virando com rapidez ao perceber uma aproximação silenciosa e discreta vindo em sua direção - Mas que merda é essa?

Samuel entrou na sala iluminada, os olhos dele totalmente vermelhos, ele abaixou a cabeça, se aproximando de Phelan, ajolehando-se, suas mãos tremendo. Seus lábios sujos de sangue, a sede ainda visível em seus olhos, Samuel abaixou a cabeça, estava cansado demais.

- Me mata - Samuel pediu em um sussurro frio, sabia que Phelan era o único que o mataria sem hesitar, Samuel tinha percebido que se tornou um monstro e não queria isso mais.

Phelan podia realizar esse desejo?

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Até o próximo capítulo, meus amores.

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