Liberte-me.

Capítulo 48.

Olá, meus amores.

— Sam... — Lian chamou-o preocupado, colocando a sua mão gentilmente na testa de Samuel, tentando sentir a temperatura dele, estava baixa, muito baixa mesmo, o seu parceiro parecia um cubo de gelo, o que o menor tinha? Lian murmurou um palavrão em voz baixa, isso não era normal, certo? Thomas e Nikolai tinham saído para chamar Phelan e Kyros, isso já fazia algum tempo, por que eles estavam demorando tanto? Gael e Roger estavam pegando as roupinhas de bebê, toalhas e fraldas, Charlie provavelmente estava dormindo em seu quarto.

Seria o bebê? O que ele poderia estar fazendo? Samuel piscou fracamente antes de dar um leve beijinho no pulso de Lian, desde que fora transformado em híbrido o coreano não o via doente desse modo. Isso era assustador!

— Tô bem — Samuel murmurou em resposta, ele estava ótimo, só sentia um pouco de frio e dores nas costelas, o bebê tinha chutado muito forte, mas fora isso ele estava ótimo, ele queria logo que esse bebê nascesse, por que isso estava doendo tanto? Ele acabaria morrendo se continuasse assim — Tire ele de dentro de mim, não aguento mais, dói...

Samuel estava grávido de sete meses, Lian tocou a barriga grande, sentindo o bebê ali dentro agitado, chutando de maneira muito agressiva, havia alguns hematomas na pele pálida de Samuel. Lian tinha pensado que o parto seria um pouco mais tranquilo, ele nunca mais iria querer vê-lo assim, Samuel estava com tanta dor que também doía em si, se Samuel morresse naquela tarde, Lian se culparia eternamente.

— Isso dói — Samuel sussurrou em uma voz exausta, ele fechou os olhos, parecia que o bebê estava tentando sair de si na base do chute — Só teremos um filho biológico, se quisermos outros filhos, podemos muito bem adotar.

Lian assentiu rapidamente, Samuel cuspiu sangue, as suas garras crescendo de repente, ele soltou um grito de dor antes de enfiar duas garras afiadas no próprio abdômen, rasgando a pele com facilidade como se fosse manteiga, ele não queria esperar mais. Samuel mesmo faria isso, ele tiraria esse pequeno monstrinho de si agora!

— Samuel, para, você está se machucando! — Lian não sabia que a gravidez híbrida era tão ruim e violenta assim, o seu parceiro estava pálido e irritado, Lian segurou os pulsos de Samuel com força, o menor rosnando irritado, o coreano entendia que doía, mas o que ele podia fazer? — Se acalma, você vai acabar se matando. Phelan e Kyros já estão chegando!

— Vai pra puta que pariu, Lian, queria ver se fosse você no meu lugar — Samuel rosnou irritado, cuspiu sangue de novo, ele parecia estar ainda mais pálido, ele estava perdendo sangue pelas feridas abertas no abdômen.

Lian beijou os lábios de Samuel, mantendo-o sob um controle firme e dominante.

— Se acalme agora — Lian mandou quando Samuel mordeu o seu lábio com força, lambendo a pequena gota de sangue de modo sedento — Respira, Sam.

Lian xingava internamente, por que Kyros e Phelan estavam demorando tanto? Ele já não estava conseguindo manter o controle, Samuel mostrou as presas afiadas para si, sibilando de dor, Lian estremeceu sutilmente, tentando se afastar das presas afiadas, Samuel estava muito irritado.

Demorou cerca de quinze minutos até Phelan chegar, Lian deixou que os pulsos de Samuel serem presos na cabeceira da cama por algemas, o loiro encarou-o ofegante antes de suspirar aliviado. Infelizmente eles não podiam dar nesse anestésico ao menor, Samuel não podia dormir agora.

— Acho melhor fazermos a cesárea, porque se for natural, os dois morrem — Kyros estava avaliando a gravidez de Samuel, ele tinha um pouco mais de conhecimento por causa de seus livros, edições muito antigas que valiam muito.

— Vou ter que sair? — Lian quis saber curioso, queria ficar ali para dar alguma força ao seu parceiro, Samuel rosnou ao ver Phelan e Kyros perto da cama.

— Não, fique aqui — Phelan mandou firme, o loiro não parecia estar com medo — Talvez alguém precise segura-lo.

Lian ficou ali, ajoelhado ao lado da cama, olhando para Samuel com preocupação, ele sabia que o menor ficaria meio selvagem quando o bebê estivesse prestes a nascer, mas não sabia que seria a ponto de machucar a si mesmo.

Phelan segurou um bisturi com firmeza, encarando Samuel friamente e abrindo aquele sorriso frio que o fez se encolher um pouco, um sorriso vazio  que fez Samuel se arrepiar. O loiro aproximou o bisturi da barriga, confiante de que Kyros conseguiria segurar o menor, espero não morrer aqui, Phelan pensou cansado, lentamente fazendo um corte, havia tanto sangue ali, ele continuou cortando facilmente, a pele não cicatrizou.

Phelan continuou o corte, parando e soltando o ar, ele abriu-o devagar, conseguindo ver o bebê, ainda agitado, chutando, a bolsa amniótica já tinha estourado, então ele apenas puxou o bebê delicadamente para fora, colocou-o na cama antes de cortar o cordão umbilical, jogou a placenta na cama também. Era um menino saudável, sujo de sangue, a criança começou a chorar imediatamente. Phelan não lembrava que o choro de um bebê era tão irritante assim.

— Ei, dê um pouco do seu sangue ao Samuel, não tô a fim de morrer aqui — Samuel parecia estar fraco, mas melhorou um pouco ao sentir o cheiro do sangue de Lian, o pulso do seu parceiro se aproximou de sua boca, ele bebeu três goles do sangue doce de maneira sedenta, começando a beber mais calmo em seguida.

A ferida cicatrizou rapidamente, tornando-se menor e pálida, ele ofegava, tentando recuperar o ar, isso tinha doído como um inferno.

- Como ele está? - Samuel perguntou, se referindo ao bebê nos braços de Kyros.

- Muito bem - Kyros riu suavemente, sem ideia do que falar, Samuel assentiu cansado, caindo no sono após ouvir a resposta.

Lian seguiu Phelan, o loiro ensinou-o a limpar e amamentar o bebê, uma pequena garrafa com leite, o loiro deu mais alguns detalhes sobre a saúde do menino, pesava exatos 3,350 e tinha cerca de 42 centímetros. 

O coreano passou a madrugada de olho em Samuel e no bebê, ainda tinham que decidir um nome para a criança. Lian iria caçar para o seu parceiro mais tarde, Samuel iria precisar recuperar as forças, quando Samuel acordaria?

Até o próximo capítulo, meus amores.