Olá, meus amores.Samuel estava se sentindo muito estranho naquela noite, ele sentia o seu estômago doendo sem parar, sua cabeça parecia estar sendo partida ao meio por um machado, seu corpo todo doendo, esquentando e ardendo em chamas e chamas de um calor desagradável.
Além de ter a sensação de sua pele estar se rasgando, coçava e ardia terrivelmente, os cheiros ao redor o deixavam meio agitado, tentava respirar fundo para ver se a dor passava, mas ela parecia percorrer o seu corpo como fogo.
Ele se encolheu no chão, o sofrimento nunca passava em noites assim, era uma droga, as vezes era tolerável, ele se perguntava se isso tinha algo haver com o fato da lua ser uma Lua de Sangue.
Seu sangue parecia estar esquentando, ele continuou deitado no chão, ouvindo todos os seus amigos e familiares lá fora, uivando e correndo agitados, Samuel esperava morrer ali, ele sentia que estava morrendo realmente, tudo doendo tanto.
Samuel tossiu, se ajoelhando no chão antes de vomitar sangue, sua garganta parecia estar rasgada e sendo lixada, dolorosamente rasgada por gritos, ele parou de vomitar após alguns minutos, sentindo um gosto quase ácido em sua boca, seu estômago se agitando muito.
A dor parando devagarzinho, cessando e indo embora, ele gemeu aliviado, o piso cinza-escuro agradavelmente frio contra a sua pele nua e quente, Samuel olhou para a porta marrom-escura, os olhos azuis pesados e exaustos de dor e sono.
A dor recomeçou depois de alguns minutos, pontadas lentas e firmes como facadas quentes em todo o seu corpo, Samuel estava exausto de sentir toda aquela dor, sua mente distante envolvida em sua agonia dolorosa.
Samuel respirou profundamente quando percebeu que já era quatro horas da manhã, logo o sol nasceria e ele poderia ficar tranquilo, ele sorriu, ainda estava vivo, então ele aguentaria.
Samuel recuperou o ar, sua cabeça ainda doendo um pouco, o garoto sorriu lentamente. Ele tinha sobrevivido á isso, então logo ele estaria bem!
Samuel se encolheu e dormiu ali no chão frio mesmo, relaxando e se abraçando, ele não tinha mais forças para ir se deitar na sua cama.
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A Lua Sangrenta sempre causava uma dor absurdamente latejante nos lobisomens, na verdade era pior do que qualquer outra lua cheia, Roger sentia ainda mais dor por ser o alfa, ele corria, exausto, tentando não parar e não pensar muito.
Se parasse e pensasse muito iria acabar indo para a vila mais próxima de humanos e não havia tantos humanos por ali, ele não queria matar ninguém, respirou fundo, precisava manter a sua sanidade intacta.
Bem, ele tinha resolvido que iria investigar as pegadas desconhecidas ali, esperava que quem quer fosse tivesse criado juízo e ido embora, Roger não estava tendo uma boa noite realmente, estava com dor e muito impaciente.
Roger tinha sentido um cheiro que lhe parecia levemente familiar, mas não tinha certeza sobre quem poderia ser, sabia que ele saberia camuflar o cheiro, mas por que não tinha feito isso agora? Será que o invasor queria provocá-lo ou desafiá-lo á uma brincadeira estúpida?
Ele continuou correndo, sabendo que o lobisomem deveria estar por ali em algum lugar.
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A lua cheia tinha finalmente passado, mas ainda assim os efeitos dela pareciam duradouros em todos ali, todos estavam trancados em seus quartos, se recuperando de seus ferimentos ou dormindo para repor a energia necessária para as atividades do dia.
Todos estavam exaustos, uma Lua Sangrenta era um evento que raramente acontecia, mas sempre deixava á todos muito agitados e com uma dor terrível.
Lian não soube o porquê de seu parceiro estar deitado no chão, não entendeu o motivo para o acastanhado estar deitado próximo á sangue, ele tinha achado que Samuel estava morto, mas ouviu o coração do menor batendo, o coreano pegou o seu amado Samuel, sentindo os seus braços doloridos doerem ainda mais e o colocou na cama.
Lian se deitou ao lado de Samuel, olhando-o curiosamente, o que raios tinha acontecido com o seu parceiro? Por que Samuel estava nu e deitado no chão? Ele o encobriu com as cobertas quentes, tentando não ferí-lo mais, a pele de Samuel parecia lustrosa e rosada como se tivesse tido uma reação alérgica, Lian o farejou, não encontrando nada de diferente no seu humano, não havia nenhum cheiro de doença.
Samuel estava bem.
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— O que aconteceu? — Samuel perguntou nervoso, vendo á si mesmo, os olhos profundamente vermelhos, as olheiras, cabelos mais curtos, uma expressão entediada e muito cansada, Samuel reparou que estava debaixo da sombra de uma macieira.
— Você está morrendo, é isso que está acontecendo — Foi a resposta sincera que ele obteve, a voz continuou arrastada, Samuel sentiu o seu coração gelar de medo, ele paralisou por alguns segundos.
— Eu... — Samuel murmurou em resposta.
— Dê um jeito de sobreviver á isso, ok? — O seu eu mais velho respondeu, cruzando os braços, sua voz autoritária e séria — Sei que você ainda não entende, mas precisa sobreviver, ok?
Samuel viu a sua visão embaçando, depois tudo ficou escuro e ele caiu sem parar por minutos á fio.
Samuel acordou, caindo de sua cama, respirando fundo e sentindo os seus pulmões chiando em busca de ar, os seus olhos azuis se abriram, ele olhou para o céu lá fora.
Devia ser meio-dia. O céu era azul claro com nuvens brancas. Era um dia lindo, porém por algum motivo o deixou com um sentimento ruim no peito, era como se algo estivesse acontecendo, talvez eu só esteja com medo do pesadelo que acabei de ter? Ele se perguntou, mas estava incerto sobre tudo isso.
O futuro era algo incerto realmente.
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O que acharam desse capítulo? Samuel teve um sonho ou uma visão? Será que ele vai morrer mesmo?Até o próximo capítulo, meus amores.
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Liberte-me.
Hombres LoboSamuel não é um lobisomem. Ele é um humano que convive com lobisomens, ele é filho de um deles, bem, isso é certamente frustrante. Samuel se sente solitário, as vezes ser humano é difícil demais, ele se sente um boneco de porcelana perto de lobisome...