Olá, meus amores.— Você tem medo de mim? — Roger questionou curiosamente ao ver Gael, o mais novo em seu escritório, o mais velho se sentia um pouco chateado por isso tudo.
— Quê? Não... — Gael olhava para as próprias mãos com nervosismo, sem conseguir encará-lo no olhos, ele era um pouco covarde e não tinha confiança de que Roger gostaria de ser encarado, ele poderia achar que Gael estava o desafiando para uma luta ou algo assim, o loiro não desejava ter problemas, tudo estava tão tranquilo agora e ele queria que continuasse assim para sempre.
Roger suspirou exausto, cruzando os braços, estava meio sem jeito agora.
— Você não precisa ter medo de mim, sabe? — Roger falou baixinho, mas sabia que isso não mudaria nada para o mais novo, viu os olhos verdes brilhantes se erguendo para encará-lo timidamente por alguns segundos, pareciam carregar tantos sentimentos, Roger não conseguia lê-los bem, ele se sentia mal — Eu não irei bater em você, não precisa agir de maneira tão submissa á mim...
— Você é o alfa, eu... — Gael murmurou de maneira hesitante, sem saber como prosseguir, os olhos vermelhos intensos não se desviaram de si por nenhum segundo, ele ficou ligeiramente vermelho por ser encarado assim, ele desviou o olhar após algum tempo, Roger estava o deixando muito nervoso, o que ele devia fazer agora?
— Sim, eu sou o alfa, mas não precisa me temer como se de repente eu fosse me virar contra você e matá-lo, pois eu não vou, eu também não irei ferir o seu filho — Roger respondeu, suas mãos coçando para levantar a cabeça do menor, odiava vê-lo agindo assim, ele manteve as mãos em seus bolsos, Gael parecia não entendê-lo, Roger queria abraçá-lo, mas se conteve rapidamente, fazer isso agora seria uma burrice extrema, Gael se sentiria desconfortável e se afastaria — Eu sinto o cheiro do seu medo, Gael.
Gael tremeu novamente, mas não era de completo medo, havia algo mais ali. Roger estava há alguns passos de distância o encarando, ele esperava que o alfa não se aproximasse mais, Gael estava com medo de Roger estivesse apenas fingindo ser bonzinho e ser igual aos outros, o loiro não queria ser ferido novamente, não daquele modo que parecia matá-lo por dentro, tão doloroso. Roger manteve os seus olhos fixos nele antes de se afastar, ele abriu a porta do escritório, lançando outro olhar preocupado e curioso ao mais novo.
— Já conversamos sobre o que precisávamos conversar, pode ir — Roger o expulsou dali em uma ordem clara, Gael piscou confuso com isso, o alfa não lhe pediria para fazer algo estranho ou extremamente vergonhoso? Ele sentiu o seu estômago se revirando por isso, Roger poderia ser alguém realmente legal, não é? Nem todas as pessoas eram cruéis.
Gael saiu lentamente, a porta foi fechada rapidamente atrás de si, ele ficou ali por alguns segundos olhando a porta de madeira com curiosidade. Será que Roger estava irritado com ele? Gael tinha feito algo errado ou o chateado?
Seus joelhos tremiam, Roger respirou fundo, mas isso se provou ser algo estúpido á se fazer: o cheiro do medo de Gael ainda permanecia em seu escritório, ele rosnou baixinho de pura irritação, o odor era tão forte que o deixou enjoado. Ele enfiou as garras nas palmas de suas mãos, sentando no sofá de couro, se acalmando, queria quebrar os pescoços das pessoas que feriram Gael. Por que? O que estava acontecendo ali? O loiro não era importante para si, mas algo estranho e instintivo dentro de si reagia de modo estranho ao ver aquele medo nos olhos verdes brilhantes e bonitos. Roger se odiava por assustá-lo!
Roger olhou as feridas nas palmas de suas mãos, eram pequenas e sangravam um pouco, não era nada demais, ele já tinha lidado com coisas muito piores em sua vida. Roger olhou para cima, pensando no que fazer, vendo a foto de Diego, uma foto simples em preto e branco, olhando para si, os olhos encarando-o, julgando-o por sua fraqueza, ele pegou o retrato, Diego era um homem sempre sério, em seus olhos profundos havia um toque de travessura, mas Roger o amava.
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Liberte-me.
WilkołakiSamuel não é um lobisomem. Ele é um humano que convive com lobisomens, ele é filho de um deles, bem, isso é certamente frustrante. Samuel se sente solitário, as vezes ser humano é difícil demais, ele se sente um boneco de porcelana perto de lobisome...