Liberte-me.

Capítulo 27.

Olá, meus amores.

Samuel foi descobrindo coisas diferentes sobre ser um híbrido, ele tinha um poder é claro: velocidade e força. Antes ele era rápido, mas agora? Ele era mais. Podia apostar corridas com os lobisomens mais  rápidos de seu bando, com Hideki, Nikolai, Matheus, Gustavo e Lian, ele simplesmente ganharia deles com extrema facilidade.

Outro fato estranho que ele descobriu é que dormia bem menos agora, sua mente ficava alerta aos menores ruídos. Samuel dormia três á quatro horas por noite, as vezes ele fingia estar dormindo para Lian não achá-lo um esquisito. Era claro que o menor o admirava as vezes, a pele pálida, os cabelos curtos, os lábios rosados e macios, Lian dormia feito um anjo, porém as vezes ele olhava fixamente para as paredes por horas e horas á fio, questionando-se sobre sua existência.

As madrugadas eram boas para pensar.

Samuel pensava se poderia se considerar alguém egoísta por não querer dividir o amor e atenção que ele recebia de Lian com um bebê. Ok, ele era um idiota total certamente. Porém em seu coração ele sentia que não estava pronto para ser pai. Ele adoraria ter um filhote com o seu amado coreano, mas agora? Tão cedo? Não, ele preferia ter um tempo á mais com o seu companheiro.

Samuel sentiu um sabor ruim em sua boca, e se ele contasse á Jeong Lian sobre não querer ter filhos? Isso não era algo definitivo e permanente, ele só não queria um bebê agora. Porém o acastanhado sentia um medo paralisante de tocar nesse assunto, não queria que Lian o achasse mal por não querer bebês, Samuel não queria ser deixado.

Ele sabia que Lian achava família algo muito importante, pois tinha perdido a sua família toda por conta da Quarta Guerra Mundial, ele sempre quis um filho, mas Samuel queria tê-lo só para si por mais algum tempo. Era um desejo egoísta provavelmente.

Samuel estava na biblioteca, tentando obter um pouco de conhecimento sobre o que fazer da sua vida. Lian tinha ido caçar com Matheus e Gustavo, todos os outros estavam em casa.

Gohan, Hideki, Nikolai, Phelan, Thomas e Roger estavam todos em casa. Há algum tempo ele queria conversar com alguém, porém não sabia se alguns deles teria interesse em ouví-lo, ele se sentia tão idiota que resolveu apenas deixar a ideia para lá. Como contaria com alguém?

Samuel estava lá há meia horas em uma poltrona confortável, os seus dedos fortes acariciando as páginas amareladas do livro, os seus olhos brilhantes olhando para o céu azul claro lá fora.

Ele adoraria sair para praticar a sua mira no arco e flecha, porém não podia, pois se queimaria com os raios solares, hum, pelo menos eu não brilho na luz do sol, Samuel riu, era melhor queimar do que brilhar certamente, por mais doloroso que as queimaduras fossem, pelo menos sua pele não brilhava como se ele tivesse mergulhado em glítter.

Samuel ouviu a porta abrir, mas não olhou para a pessoa, precisava ficar um pouco sozinho. Nas últimas oito horas ele esteve imóvel naquela poltrona. Apenas pensando e avaliando as palavras e os prováveis acontecimentos. Samuel viu alguém sentando á sua frente, sem um livro, sua atenção voltou-se lentamente para o livro em seu colo, fingindo ler para não ter que conversar com ninguém.

— Fingir ler é um golpe antigo e que não funciona comigo — A voz de Phelan soou grossa, ele parecia estar cansado demais — Por que você está agindo como se estivesse sendo ameaçado de morte?

— Não é nada — Samuel respondeu em um tom preguiçoso.

— Jura? — Phelan deu um sorriso irônico e mal-humorado, nada? Samuel achava que ele era idiota por acaso? Devia ter algo naquela falta curta de pegadinhas de Samuel, não aceitaria essa desculpa — Você está doente? Por acaso está ferido?