Olá, meus amores.Boa leitura!
Matheus corria velozmente durante a noite, suas patas fortes e grandes na grama e nas folhas secas, o cheiro de pinheiro o deixando mais calmo, foi quando entrou no mais profundo da floresta que ele percebeu o cheiro de alguém estranho no seu território, ele uivou para Roger, chamando-o para ajudá-lo.
Matheus não tinha a mínima ideia de como resolver isso, nunca tinha lidado com uma invasão, Roger era o alfa, ele saberia lidar com isso, não é? Afinal alfas tinham tempo para estudar, avaliar ou fazer o que quer que fizessem para proteger a sua alcateia, não é? O cheiro forte estava cada vez mais próximo, Matheus rosnou em aviso, o desconhecido estava se aproximando rapidamente, o que ele devia fazer? Esperar? Ou atacar?
Matheus começou á correr em direção ao cheiro forte, decidido á atacar quem quer que estivesse por perto, quem seria? O que alguém poderia querer ali? Tentou ser sorrateiro para chegar silenciosamente no desconhecido e atacá-lo por trás, porém em um segundo ele estava no chão, sendo atacado com muita ferocidade por um lobisomem deformado.
Matheus devolveu a mordida firme, atacando a carne forte do pescoço do lobo inimigo, sentia o gosto de sangue na sua boca, metálico e ruim, não o soltou por nenhum segundo, tinha que segurá-lo fortemente ali até que o seu pai chegasse para ajudá-lo. O lobo se agitou, rosnando e o mordendo desajeitadamente, não doeu muito, Matheus apenas firmou os seus dentes na pele quente, sentindo o gosto do sangue manchando os seus lábios, queria destroçá-lo lentamente.
Roger não demorou muito á chegar, ele feriu o lobisomem desconhecido com toda a sua ferocidade, era um lobisomem treinado e nunca, nunca perderia uma luta para um lobo mais jovem, Roger tinha sido treinado para matar desde que era uma simples criança, então lutar assim não era um problema para ele.
Em alguns poucos minutos havia um homem negro deitado no chão, Matheus e o desconhecido se encaravam fixamente, o menor parou de atacá-lo, apenas o observando com cuidado e em silêncio, por algum motivo Matheus estava curioso sobre o homem estranho. Matheus estava muito curioso, por que de repente ele estava se sentindo assim por um desconhecido? Por que seu coração estava batendo tão rápido? Ele se sentia realmente nervoso sobre isso, odiava se sentir confuso assim.
— Quem é você? — Roger tinha uma pose autoritária, sua voz tinha um comando forte que funcionava bem naquele momento, um comando de um alfa forte que não hesitaria em machucar alguém para proteger o seu bando, sua expressão firme e neutra, seus olhos perscrutando o desconhecido, tentando desviar os olhos da nudez do homem mais jovem — O que quer no meu território? Responda-me ou mandarei á ele que te mate!
O homem negro não o respondeu, desviou os olhos da fera escura e meio deformada á sua frente para o homem sério ao seu lado, por algum motivo o desconhecido se sentia curioso sobre o lobisomem novato e meio deformado.
Ele se sentou, como se não importasse com as expressões assassinas nas suas costas, o desconhecido estava realmente tranquilo na presença deles, Roger queria enchê-lo de soco, porém por enquanto era necessário um pouco de diplomacia para não acabar entrando em uma guerra contra outra alcateia.
— Meu nome é Gustavo — A resposta foi calma, ele franziu o nariz com uma clara expressão de ânsia e nojo, havia um tom raivoso em sua voz, como se estivesse tentando controlar a sua raiva e ódio, Gustavo pareceu ficar realmente enojado — Você está cheirando á humanos, o cheiro deles é horrível e muito nojento.
Matheus saiu dali, sabia perfeitamente de quem o desconhecido estava falando, era claro que só podia ser Samuel, afinal o seu irmão era o único humano por milhas, Matheus queria defender o seu irmão e torturar aquele idiota, porém por enquanto deixaria isso por conta do alfa, Roger saberia o que fazer com o invasor, ele era um alfa, sua obrigação era essa: proteger o seu bando, não importava se ele morreria ou não, seu dever era esse.
— Seu lugar não é aqui — Roger rosnou selvagemente, sua paciência esgotada — Volte para o seu bando.
— Meu bando está morto — Gustavo falou em uma voz fria, encarando com toda a sua raiva o homem á sua frente, queria bater em Roger, porém se controlou para não fazê-lo, ele tinha invadido o território alheio, o alfa estava sendo até afável em ainda deixá-lo dar uma explicação.
Roger o ergueu pela a nuca, forçando o homem negro á encará-lo nos olhos, azuis contra castanhos escuros.
— Faça alguma gracinha e eu juro que corto a sua garganta sem hesitar — Roger o segurava com o máximo de firmeza, fazendo-o andar na direção da mansão, era a noite de patrulhar ao redor da casa, para proteger o único humano que vivia ali, porém Roger estava conversando com um invasor estúpido, sua paciência estava indo pelo o ralo — Cala a boca, ok?
Roger não gostava daquele homem, alguma coisa nele lhe passava uma energia ruim, algo estava errado. Roger não queria soar racista ou babaca, só achava estranho que apenas um lobisomem tivesse sobrevivido á morte total de uma alcateia, Gustavo não tinha nem mesmo algum ferimento leve que provasse que ele lutou...
... Será que ele tinha abandonado o próprio bando e fugido por sua vida? Gustavo poderia ser um possível traidor? Roger estava fazendo o que era preciso para proteger a sua alcateia, eles eram a sua família afinal, aquele homem era um desconhecido, que tinha invadido o seu território, por que Roger não o matava logo? Ele queria ser justo e dar uma chance digna de Gustavo se defender em uma luta clara e justa, claro que Roger tinha o seu direito á ser desconfiado, alguém invadindo o seu território não era algo normal!
Roger o empurrou para uma cela nas masmorras, a mansão era muito antiga, tinha lugares desconhecidos ali. As masmorras eram escuras, o chão de uma pedra preta e um tanto escorregadia, havia alguns poucos ossos espalhados por ali, equipamentos de tortura que eram muito velhos e ensanguentados, as portas duplas pesadas e grandes de ferros cinza-azulados – não dava para quebrá-las com tanta facilidade –, o lugar era seguro e realmente forte para suportar lobisomens durante anos.
— Eu vou sair daqui, sabe? — Gustavo desafiou o alfa desconhecido com petulância, seus olhos castanhos escuros fixos no olhos frios do outro.
— Apenas tente — Roger sorriu sombriamente, seus olhos brilhantes de empolgação e antecipamento por uma possível luta agressiva, ele adorava isso — Nesse caso não serei tão gentil, irei te matar lentamente, eu não confio em você, fique aí se não quiser morrer, é o único conselho que eu darei á você?
— Por que não luta comigo? De alfa para alfa, é justo, concorda? — Gustavo lançou o desafio, olhos brilhantes cheios de raiva e ódio, ele não se submeteria ou ficaria ali.
— Claro que iremos duelar — Roger deu um sorriso muito assustador para o lobisomem rival, Gustavo se arrependeu de sua proposta naquele instante — Se eu ganhar você terá que se submeter ás ordens da minha alcateia pelo o resto de sua existência medíocre sem reclamar, o que acha? E você será eternamente um ômega, entendeu?
Gustavo ficou em silêncio, o que raios ele estava pensando para desafiar um alfa em seu próprio território? Desde quando ele era tão estúpido assim?
— Ou talvez você prefira passar o resto da sua eternidade aqui nessa cela? — Roger ofereceu friamente, sua voz soando firme no corredor longo e escuro — Te darei um tempo para pensar, amanhã cedo, iremos duelar, até que um de nós se submeta ou morra. E acredite, eu farei você se submeter á força ou te matarei, só espere e verá, garoto!
Roger saiu andando dali, quase como se estivesse se camuflando nos corredores escuros e longos, Gustavo manteve os olhos atentos nas costas do alfa agressivo.
Gustavo ainda se sentia observado, procurou ansiosamente quem poderia estar o observando por ali, mas não encontrou ninguém, respirou fundo algumas vezes, queria se acalmar.
Ele tinha desafiado um alfa em seu próprio território, o quão estúpido Gustavo era?
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Se houver algum erro, me avise, assim eu poderei corrigir. Obrigada ❤Até o próximo capítulo, meus amores.
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Liberte-me.
Manusia SerigalaSamuel não é um lobisomem. Ele é um humano que convive com lobisomens, ele é filho de um deles, bem, isso é certamente frustrante. Samuel se sente solitário, as vezes ser humano é difícil demais, ele se sente um boneco de porcelana perto de lobisome...