CulpaDepois de me entorpecer molhada cegamente em prazer,
culpa é tudo que me restaMe sinto imunda, errada, doente
Repulsiva
Compulsiva
ImpulsivaI vai se formando uma crosta endurecida sobre quem já fui um dia
Não me lembro de ser tão descontrolada
Tomada por um tão exarcebado desejoDesejo, como lidar?
Tenho uma sede insaciável por torná-lo concretoInfinitas fantasias assolam meu imaginário
Sou uma fonte inesgotável delas
Nada é capaz de me suprir
Nunca é o suficiente
Submeto me ao risco e a humilhação se necessário
Em troca dessa efêmera ilusão do preenchimento do desejo sob o entorpecimento do prazerPrazer extasiante que entorpece
Mas quando some
Cede abrigo ao duro e bruto sofrimentoMuita dor existente dentro de mim
Dor que costuma me mover nessa busca sem fim
Coração cansado de tanta busca, sem nada encontrarE quando finalmente encontra, ainda sim, não se faz merecedor o suficiente
Não me sinto grandiosa o suficiente para ser verdadeiramente amada por alguém
Duvido da minha capacidade de viver inteiramente esse amor
Não sei se é pra mimSempre foi tudo o que eu quis
Embora no fundo, o que quero mesmo é permanecer me afundando arduamente nas profundezas da dor
Molhar me nessa roleta russa sadomasoquista
Pendo me inesperadamente nesse impulsos raivosos sedentos
Temendo ao momento em que tudo exploda de vez
Ou ansiando por ele
Porque?
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TRANS FORMAR
PoesíaAlguns chacoalhões criativos. Explosões dolorosas e libertadoras ao mesmo tempo. Versos feitos por quem sente, pra quem sente... Leia de coração aberto