Vazio bate forte em meu peito
Tento preenche-lo a todo custo
Quanto mais tento, mais falho
As horas se esvaem num ritmo dolorosamente lento de uma longa noite escura
Permaneço acordada
Solitária
Presa ao fantasiar de um amanhã que nunca chega
Vislumbro-me sendo preenchida
Outros corpos, momentos e risadas
Solidão anestesiada
Vida mal gasta em um caído sofrer
Sofro porque amo
Amo ao mundo e me sinto além dele
Anseio o pertencer
Aonde? Com quem?
Não importa
Busco simplesmente tapar o vazio
Procuro o inexistente
Não estou vazia
Não sou
Dentro de mim já existe uma vastidão
Porém as cores que busco ainda estão além
Busco além
Canso-me, a afundar
Ciclo interminável,
dialética do desejar,
combustível é o vazio
Vazio oscila em diferentes ritmos
Mergulho em vida-morte-vida
Existo sem esforço, mesmo que dói
Existir dói
Arde na pele
Lembro me de encontrar cura
O remédio está em mim
Nas noites como essa,
tomadas por insônia
banhadas a mil pensamentos ansiosos
Nos intermináveis erros que cometi ao longo do caminho
E insconscientemente sigo cometendo de novo e de novo
No meu perdoar diante de todos os meus nós
Auto compreensão
Me permitir ser humana
Existo
Sou humana
Sinto o vazio
Dói
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TRANS FORMAR
PuisiAlguns chacoalhões criativos. Explosões dolorosas e libertadoras ao mesmo tempo. Versos feitos por quem sente, pra quem sente... Leia de coração aberto
