Nada mais me segura
Nem ninguém
No deserto ávido que habitoTumulto urbano de multidões que me fazem só
Correria intensa que não leva a lugar algumApenas uma coisa parece importar
É o que te conecta aqui agora
Palavras soltas ao acasoSem intenção nenhuma
além de anestesiar minha dorDói tanto
Não há ninguém que me ajude a diluir isso
Absolutamente ninguém
Por mais que eu peça socorro ao meu entorno
A quem quer que cruze meu caminho
DesesperadaMe afundo sozinha em uma espiral de tormento sem fim
Só me resta exprimir mais e mais a angústia
Na esperança de que ao menos saia algo bonitoComo uma flor no meio do asfalto
Que me fizesse ter valor de novo
Por algo que sou
Não pelo que façoPor me mostrar nua, inteira
Me fazer ser fielmente apreciada
Como se eu tivesse alguma importânciaCapaz de encontrar prazer nos baixos através da poesia
Um falso oásis
no caos de tanta gente
que quer ser vista sem conseguir verTeia de múltiplos seres invisíveis
Me decepciono quando ela
Flor esperançada
Tudo que me resta
É mais uma vez ignoradaPisoteada
Não restando mais nada além de asfalto
A esperança se esvai com os últimos pingos de palavras
Nem sequer ela resiste nessa caixa de Pandora
Liberta do concreto materializante da desordem
Versos não lidos
Morte súbita
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TRANS FORMAR
PoesiaAlguns chacoalhões criativos. Explosões dolorosas e libertadoras ao mesmo tempo. Versos feitos por quem sente, pra quem sente... Leia de coração aberto