CAPÍTULO TRINTA E OITO

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Despertei na cama de Caleb com meu celular vibrando. Reclamei baixinho olhando para a tela do telefone e fiquei apreensiva ao ver as inúmeras ligações perdidas de papai.
- Samantha, onde está? Estou há horas tentando falar com você!
- Eu não dormi em casa. O que houve?
- Sua mãe não responde desde ontem de tarde. Ela foi visitar você e sumiu.
- Me visitar? Mas ela não avisou nada.
- Também não sei. Mas precisava falar com ela a respeito de um seguro de quando éramos casados e ela disse que estaria na sua casa. Mandei mensagens e ela não responde. O celular parece desligado. Não suporto Joana, porém a conheço bem e ela nunca deixou de atender.
- Ok, vou tentar ligar também. Fique tranquilo, pai. Onde o senhor está?
- Estou na porta da sua casa.
Me levantei rapidamente. Caleb ainda dormia.
Me vesti como pude  com o telefone preso entre meu ombro e a  orelha enquanto falava com papai. Algo de errado estava acontecendo.

Saí do quarto de Caleb na ponta dos pés para não acordá-lo.

*****

- Já tentou falar com alguma amiga dela? - Indaguei abrindo a porta.
Papai entrou em casa e notou algumas coisas quebradas.
- O que houve aqui, filha? Parece que um tornado devastou sua mobília!
- Tentaram assaltar minha casa ontem. Sorte que eu não estava no momento!
- Mas... sua mãe poderia estar. Oh, Deus. Será que levaram ela ? - Papai arregalou os olhos.
Fazia todo sentido e naquele momento meu coração quase saltou pela boca. Senti um mal estar. Era a mim que eles procuravam e provavelmente levaram mamãe no meu lugar. Eu já começava a me sentir culpada.
- Vamos a polícia, Samantha. Joana precisa ser encontrada!
E tudo que eu lembrava era daquele delegado me tachando de doida varrida. Mas talvez com papai ele me desse ouvidos.
Vesti meu casaco pois exatamente naquele dia estava um vento gelado. E fosse o que Deus quisesse.

*******
Papai estava apreensivo na sala de espera. Ele e mamãe brigavam o tempo todo, mas lá no fundo havia um carinho mútuo. Talvez os dois até se gostassem, mas os gênios de cada um eram totalmente incompatíveis.
- Próximo - Disse o policial que permanecia em pé na porta da salada do delegado.
Ao me ver entrando em sua sala, o delegado afrouxou os ombros e se encolheu. Parecia desanimado, como se eu fosse um fardo.
- A senhora de novo? Como vai Roger? - Aquele senhor mastigava um pedaço de biscoito.

Reparei o farelo em sua mesa e ele rapidamente passou a mão jogando as migalhas no chão.

- Roger não é mais meu marido. E não é sobre ele que vim falar hoje!
Papai ficou confuso, porém estava ansioso em obter ajuda.
- Gostaria de comunicar o desaparecimento de minha ex-esposa, Joana.
- Quando ela sumiu?
- Não conseguimos contato com ela desde ontem pela tarde. Joana nunca fez isso antes - papai respondeu.

- Tem mais de vinte e quatro horas desde o desaparecimento? - O delegado mantinha uma expressão de desdém. Era irritante.

- Não, mas acho que isso não seja mais necessário, delegado! Essa coisa de aguardar vinte e quatro horas é algo antigo, não?- Lembrei na hora me intrometendo.

- A senhora estudou direito, senhorita...

- Samantha! - Completei por ele.

- Estudou direito ou não? - Falou de maneira mais arrogante.

- Não, senhor, porém eu li essa informação...

- Talvez tenha lido errado, senhorita! Próximo caso!

O delegado desviou a atenção para baixo ao preencher uma ficha em sua mesa.

- Mas delgado, não nos ajudará? Joana não é de fazer isso, pelo amor de Deus!! - dizia papai apoiando as mãos  na mesa.

- Ok, quando der vinte e quatro horas do desaparecimento, voltem aqui. Próximo- gritou ele não fazendo questão de nos encarar.

- Oi, desculpe o atraso. Estava em uma reunião!

APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?Onde histórias criam vida. Descubra agora