PENÚLTIMO CAPÍTULO - PARTE 1 DE 2

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*Caleb*

Era uma ansiedade sem fim e eu já me imaginava em uma bela reconciliação com Samantha. Eu havia cometido diversos erros, porém sabia que o sentimento que nutríamos um pelo seria forte o suficiente para superar aquele impasse.

Mas precisei franzir a testa e cerrar os olhos. A silhueta que surgia pela iluminação na porta de metal era de um homem e não a de uma mulher, como imaginava.

Coloquei a mão na cintura em busca do meu revólver e foi então que me lembrei de ter deixado tudo no hotel pois temia ser abordado por algum bandido e não ter como explicar aquele armamento. E para que eu levaria uma pistola ao em encontrar com Samantha?

Foi um amadorismo sem precedentes da minha parte ter saído desarmado para aquele encontro. Onde estava o antigo Caleb que previa diversas situações e se planejava para inúmeros desfechos possíveis? Era mais que óbvio que eu já não era mais o mesmo.

Não havia para onde correr ou esconder, era preciso encarar aquela situação e mãos vazias e torcer pelo melhor.

- Ora, ora, ora... Se não é o assassino mais mirim que a X-Rent já conheceu!

- Roger?

- O próprio, em carne e osso! Mas não era você que eu esperava encontrar.

Roger estava todo de preto, uniformizado como um assassino. Mas estava sem o gorro, que mantinho preso a cintura. Notei a arma empunhada em sua mão direita. Ele mantinha o dedo no gatilho, talvez pronto para reagir. Ele ainda não havia percebido que eu não estava armado.

- E pelo visto você também não esperava pro mim, não é, vinte e trÊs?

- Você é um agente? Como eu?

- Um agente sim, como você não. Eu andei reparando seus erros, e olha! Fiquei admirado. Talvez a X- Rent devesse criar uma categoria: Assassinos Kids, aí poderiam encaixar agentes do seu tipo. Você é de um amadorismo horrível...

- Mas eu pensava que você fosse advogado da organização, que cuidasse de burocracias!

- Todos começam como assassinos. Não importa o cargo que ocupe: político, administrativo ou de combate. Sempre se começa debaixo. Mas você fez tanta merda que o tutor Senior me incumbiu de terminar o ser serviço inacabado.

- Não é possível. Samantha era sua esposa...

- Sim, por oito anos. Eu nem imaginava que ela fosse capaz de chegar tão longe. E achei mais incrível ainda eu ter ficado alheio a tudo isso por tanto tempo. E se não fossem suas flahas, creio que jamais teria descoberto que minha ex-mulher é um alvo. E que feio, hoen, vinte e três, foi afugentado pela Corvo.

Dizia ele se referindo a Mierra provavelmente n

- Cadê Samantha?

Ele riu.

- Gostaria de saber tanto quanto você. Mas tudo que econtrei foi esse saco plástico como celular dentro. Um motoboy que deixou aqui na porta. Uma pena eu ter gasto uma bala com aquele jovem. Mas precisei queimar arquivo. Nada de rastros, sabe como é?

- É o celular dela! - Disse meio desesperado.

- Exatamente. Pelo visto Samantha armou uma emboscada. Que garota mais esperta! Juro pra você que ela me parecia tão burra e sem graça quando nos casamos...

- E por que se casou com ela? Se a desmerece tanto? - Indaguei aflito.

- Oras, quem iria suspeitar de uma advogado casado em uma pequena cidade? Fora isso, ela me serviu por longos bons anos como uma maneira de escoar minha fortuna sem ser pego pela receita federal. Ela era minha dependente... E as vezes eu me divertia com ela! - Roger ria como se falasse de um objeto.

- Você é um desgraça*do!!! Não ouse falar assim dela! - Disse avançando em sua direção.

- ah, vinte e três, vai pagar de machão agora? Cade sua arma, an? - Ele me olhou por completo, me examinando - Como advinhei: não trouxe, não é? Tsc tsc tsc, amador, amador! Mas fique tranquilo, pois não sairei no prejuízo. A minha função era matar você e Samantha. Hoje seria o dia dela, mas acho que a nossa amada foi mais esperta.

Um flash em minha cabeça me fez lembrar do broxe perdido no jardim de Mierra no dia em que chegamos ao Rio de Janeiro. Era o símbolo da advocacia. Claro! Era Roger.

- Por que não larga essa arma e vem disputar na mão? Falta coragem? - O desafiava para ganhar tempo.

- Ah, vinte e três. As vezes me pergunto se frequentamos a mesma academia de treinamento. Não nos inclinamos ao censo de justiça ou igualdade, lembra? aula dois modulo um. Devemos perseguir a vantagem sempre para acertar o alvo o mais de pressa possível. E agora, olha só! Eu estou em vantagem. E ao acabar com você serei promovido a tutor.

Seria perfeito para Roger me matar. Perante a X-Rent eu era considerado um desertor e, portanto, deveria ser eliminado. Isso não era comum, porém, quando acontecia, uma verdadeira disputa era iniciada. Vários agentes iniciavam uma caçada pelo desertor e quem trouxesse sua cabeça ganhava uma promoção. Era o meu caso naquele momento.

- Mas queria saber o que você viu em Samantha para tentar roubá-la de mim. Eu jamais suspeitaria que você era um agente.

Aquele cara nunca conseguiria entender a preciosidade que Samantha era e a única coisa que eu podia lamentar era o fato de não ter tempo de vê-la e explicar tudo, de morrer sem ao menos beijá-la uma última vez. E nada poderia ser feito, eu estava desarmado.

- Samantha é especial, Roger. Você nunca entenderia. Mas vá em frente! Atire. acabe com isso logo.

- Que pressa a sua. E olha que eu nem sou rancoroso. Podia te dar o troco daquela vez que você me pegou desprevenido na festa dos hotéis Monroe. Só estou fazendo isso em prol da minha carreira. Quando for um tutor talvez eu seja liberado para morar na França. Sem precisar desse trabalho sujo... De algum modo, terei um eterna dívida de gratidão com você!

- ACABE LOGO COM ESSA PO*RRA!!!!!!!!!

Já estava ficando angustiante.

- Como quiser, vinte e três - disse Roger com a voz mais calma do mundo.

Eu virei o rosto, para que não me acertasse na face. Eu não estava com medo de morrer. Quando se é um agente e está em missões, sempre se pensa na possibilidade de algo dar errado e o tiro sair pela culatra. Aquele talvez fosse o meu momento, apesar de não imaginar que seria daquela maneira. Só conseguia fecha ros olhos e ver Samntha diante de mim, sorrindo de forma ingênua e me olhando apaixonada. Era o único remorso que sentia, o de não ter sido justo com ela, de não poder fazê-la feliz. E também de saber que ela ficaria sozinha e desprotegida no mundo. Nossa, como era angustiante processar tudo aquilo. Nem me preocupava com a minha morte.

Parecia que eu conseguia ouvir o barulho do gatilho sendo puxado. Seria questão de segundos até a bala me acertar e cair no chão exanguinando. Porém, em seguida ao tal barulho, um som de um impacto forte ecoou pelo imenso galpão, me fazendo abrir os olhos.

Era ela, como em uma miragem, segurando uma pá nas mãos e respirando profundamente, tomando fôlego. Aparentava ter feito um esforço imenso. Samntha olhava para Roger caido no chão, e eu podia jurar que havia um riso sutil nos lábios dela, como se fosse um prazer ter acertado o ex-marido com um forte impacto na cabeça.

Samantha estava muito diferente trajando aquelas roupas pretas no melhor estilo femme fatalle. Uma jaqueta de couro preta, uma calça do mesmo tom e botas de couro e cano alto tão escuras quanto o restante do traje. Em nada mais lembrava aquela mulher frágil e amedrontada que eu conhecera há alguns meses. Samntha soltou a pá, que caiu ao lado do corpo de Roger desacordado, e levantou o olhar em minha direção.

Meu impulso foi de correr até ela para abraçá-la e beijá-la. Ela havia salvo a minha vida. Qualquer outro desfecho não seria tão irônico quanto aquele.

Porém, fui interrompido no meio do caminho com o grito dela:

- NÃO SE APROXIME DE MIM! - Samantha sacou uma arma da bota e apontou em minha direção.

Ok, não havia acabado. Mas seria melhor morrer pelas mãos dela que de um imbe*cil feito Roger. Seria o fim mais justo, não seria?

APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?Onde histórias criam vida. Descubra agora