CAPÍTULO QUARENTA E NOVE

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Eu deveria seguir o conselho de Mierra e ter tirado um cochilo, porém minha curiosidade para ler o que estava escrito naquele relatorio era imensa. Antes de sairmos da mansão no Alto da Boa Vista eu coloquei a pasta dentro da mochila que Georgina preparara.

Sentei na cama naquele quarto imenso e abri o relatório. Havia muita coisa, inclusive imagens.

Várias delas eram de Roger entrando e saindo dos hoteis Monroe. Outras o capturavam com aquela loira e pela data ainda estávamos casados. Havia até fotos flagradas de mim na janela de casa e de Roger correndo pela manhã na vizinhança.

E mais fotos do meu ex-marido não só com a loura, mas com uma morena, ruiva. Era nojento. Enquanto eu devotava todo meu sentimento, minha vida aquele homem percurso, Roger simplesmente agia como se fosse um cara solteiro. Ah, se eu pudesse dar um ti*ro bem de leve na fuça dele acho que eu me sentiria muito melhor.

O início do relatório contava sobre a ligação entre o conglomerado Monroe e uma suposta lavagem de dinehrio para uma agência de assasisnos de aluguel conehcida como X-Rent. Ou seja, os caras matavam e o dinheiro que entrava era lavado pelas emrpesas dos Monroe.

E o negócio parecia ser antigo e muito grande. Pelo menos dois políticos da oposição foram mortos por algum desses agentes, eram opositores ao governo da época. Um do final dos anos noventa e outro em meados dos anos dois mil. Havia até esposa que contratou serviços da X-Rent para mandar matar o marido e conseguir seguro de vida. Era uma pilha imensa.

Folheei até chegar a algumas outras imagens. Um homem encapuzado bem próximo a minha casa. As fotos seguintes eram dele arrombando a janela da sala. Em outra foto o estranho foi flagrado dentro do meu quarto, sendo possível vê-lo pela janela. Na foto seguinte não havia dúvidas de que a pessoa misteriosa era Caleb! Meu coração se retorceu. Como eu fui uma tremenda otá*ria. E isso num espaço curto de tempo.

As fotos acabaram e o que estava escrito dali em diante citava meu nome. Esse trecho foi redigido pro Mierra, havia as credenciais dela no início do parágrafo.

Mierra mencionava que eu era um alvo dos agentes. o relatório dizia que eu havia descoberto por acaso uma transação comum de negócios da x-rent. Desde então passei a ser perseguida. Caleb era mencionado como o agente designado para me executar. Mas até ali era citado seu nome, nas páginas seuintes não havia mais qualquer menção a ele.

Inúmeras outras fotos. Em uma delas era novamente minha casa. Era noite e o mesmo homem encapuzado entrava pela janela da cozinha. Olhei a data e era exatamente o dia em que eu havia supostamente sonhado que era atacada por um ivasor. O horário também era compatível. Madrugada daquele mesmo dia.

Nas fotos seguintes - e de péssima qualidade- fiquei confusa, mas o borrão sugeria que eu estava de pé para a penteadeira e o cara com gorro permanecia logo atrás de mim.  Não havia sido pesadelo coisa alguma.

Que rai*va! Que ódi*o!


Acordei pela manhã com duas batidas na porta. Era Marcos nos chamando para o café da mahã.

- Já estamos indo! - Gritou Mierra ajeitando os cabelos.

Após escovarmos os dentes e nos vestirmos, fomos para a cozinha.

Havia uma mesa muito bem posta e o cheiro de café era agradável. Marcos lia um jornal enquanto tomava uma xícara de café.

Mierra sentou-se em silêncio e eu fiquei ao lado dela.

- Marcos, há algum lugar nessa... Nessa... Comunidade em que eu possa ensinar a Samantha a atirar?

- Bom, tem um terreno baldio atrás da casa. Quer aprender a atirar, Samantha?

- Sim, Marcos. Na verdade andei praticando um tempo atrás, mas preciso melhorar.

- Acho boa a ideia. Pra mim todo mundo deveria ter alguma noção sobre manejo de arma. Inclusive, posso pedir ao Tainha para acompanhar vocês duas. Ele leva as armas e a munição.

E pela primeira vez, como num gesto de paz, Mierra sorriu:

- Obrigada, Marcos!

Marcos a olhou sem jeito, talvez esperando que sua ex-esposa fizesse algum comentário ácido. Após perceber que eu os observava, ambos fingiram que nada acontecia.

- Marcos, se eu quisesse comprar algumas roupas pela internet, elas chegariam aqui? - Indaguei comendo um pedaço de pão com presunto e queijo.

- Você quer comprar roupas, Sam? - Mierra parecia muito curiosa.

Bom, algo dentro de mim havia mudado. depois de quase morrer, aquela Samantha tola e idiota estava ficando para trás. Eu já não me importava com o que aconteceria, eu seria dona de mim. E como em toda boa história de vingança, talvez eu devesse começar pelas roupas.

- Pretendo. Acho que seria bom mudar os ares um pouco - me limitei a dizer.

- Nossa! Querendo aprender a tirar... comprando roupas para mudar o guarda-roupa. O que te deu? Vai virar uma femme fatale?

E como se eu não fosse mais aquela Samntha tola do interior de São Paulo, sorri e disse:

- Acho que estou morrendo e nasci de novo, Mierra. Bom, tem algum computador aqui que eu possa usar?

- Há sim, Samantha. Pedirei para que um dos empregados deixe um notebook para que você use lá no quarto em que está. Inclusive, pode ficar com ele se qusier.

- Nossa, que gentileza a sua, Marcos. Bem, vou tomar um banho e me preparar para nossa aula de tiro, Mierra. Te espero lá no quarto.

E nada como um dia após o outro. Afinal, um é o da caça, e o outro... do caçador.

Peguei meu celular e fui até a agenda. Disquei o número do Caleb e esperei atender.

APAIXONADA PELO MEU ASSASSINO?Onde histórias criam vida. Descubra agora