f i f t y o n e

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No capítulo anterior...

— Senhor Park, temos uma emergência. — um dos seguranças bateu na porta e interrompeu a conversa antes mesmo que eu pudesse responder.

Agora...

— O que houve? — Jay perguntou apressado enquanto se endireitava e o homem adentrou o quarto com um notebook em mãos, entregando à Jay logo que se aproximou.

— Como isso aconteceu? — a voz grave de Park ecoou no quarto, parecendo atingir cada minúsculo canto do cômodo, e, sem poder me levantar direito, só consegui ver que a tela estava em um site de fofocas.

— O que aconteceu, Jay? — perguntei e o notei fechar o notebook de maneira brusca, logo em seguida, se levantar e se virar para mim.

— Não é nada, Li... — respondeu sem me olhar nos olhos. um sinal claro de que ele estava mentindo. — vou pedir que Tong venha ficar com você enquanto preciso ir à empresa, tudo bem? — Jay mal havia terminado de falar e já havia se aproximado para me deixar um beijo na testa.

— Se eu puder ajudar, você sabe que vou. — afirmei enquanto o olhava nos olhos e segurava a mão dele.

Jay sorriu fechado, suspirou e me deixou um beijo calmo. Ainda me olhando, o mais velho colocou uma mecha do meu cabelo para trás e piscou.

— Claro que eu sei, pequena. — afirmou e eu concordei o vendo sair com a mesma camiseta que estava logo que saiu do banheiro.

Algo grave havia acontecido e eu temia que Jay tentasse lidar com tudo sem pedir ajuda, como já fez diversas vezes. Tong não demorou chegar e ela logo veio correndo em minha direção com um olhar um tanto estranho... Tinha alívio, saudade e algo parecido com tristeza.

— Senhora Park, que bom que está bem! — comentou baixo e segurou minhas mãos.

— Como vão as coisas, Tong? — questionei com um sorriso e ela suspirou.

— Os dias sem a senhora em casa são muito parados, senhora Park, precisa voltar o quanto antes. — ela comentou e eu ri.

— Prometo voltar logo, huh? — indaguei vendo a mais nova sorrir.

— O que a senhora faz aqui? Assiste algo? Joga alguma coisa? — questionou olhando ao redor e eu dei de ombros.

— Converso com Jay, assisto TV... Também durmo bastante... — pressionei os lábios enquanto a olhava e ela agiu como se houvesse acabado de entender algo.

— Por causa dos remédios, não é? Mas claro! Alguém como a senhora não dormiria tanto se não fosse isso... — a fala de Tong sempre me fazia sorrir mais que o normal.

Talvez porque eu tenha desenvolvido um carinho especial por ela... Tong é tão nova e já trabalha como doméstica, o que não é um emprego fácil... E pensando nisso, notei que não sei nada da vida dela.

— Tong... — chamei quando a vi começando descascar uma maçã. 

— Sim, senhora? — a mais nova logo se aproximou e, sentada ao lado da maca, continuou descascando a fruta.

— Eu não sei se estou me intrometendo demais, mas você faz faculdade? — questionei e ela negou com a cabeça. — eu posso saber por quê?

— Não acho que tenha encontrado um curso para mim... Além do mais, eu preciso trabalhar. — respondeu simples e eu suspirei.

— Tong, você é tão nova... Precisa estudar! Se também precisa trabalhar, saiba que qualquer lugar hoje em dia aceita estudantes em meio-período. — expliquei triste demais por me identificar.

— Senhora Park, eu posso confessar algo? — Tong perguntou e após me ver confirmar, se endireitou e abaixou a cabeça.

— Eu procurava emprego quando vi a notícia que seria esposa do senhor Park e poucos dias depois, vi um site falando um pouco sobre a sua história... Eu achei a senhora a mulher mais incrível do mundo e queria ficar por perto, para aprender contigo.

Tong parou um pouco, sorriu fraco e me olhou.

— Minha mãe trabalha dia e noite para ajudar em casa, meu pai gasta a maior parte do salário em bebidas porque paga para que os amigos bebam com ele e eu não aguentava mais ver o sofrimento da minha mãe e irmã... A senhora foi a inspiração que eu precisava.

Meu coração palpitava a cada palavra de Tong e eu me sentia... Pior? Não sei bem como explicar... Mas as palavras de Tong, ao mesmo tempo que me deixava carregar uma grande responsabilidade, me deixavam feliz por ser para alguém o que eu queria que alguém tivesse sido para mim.

— Tong, eu fico extremamente feliz por ser alguém que te motiva, mas não é porque eu tive que parar, que você também tenha. Olha, meu plano é sair daqui, encontrar um emprego e começar minha faculdade de arquitetura. — sorri e ela fez o mesmo. — encontre algo que você gosta e se desafie a crescer sempre mais.

— Obrigada, senhora Park. — sorriu e eu concordei virando o olhar para a televisão.

— Tong, você sabe o que aconteceu? — perguntei e Tong deu de ombros.

— Não tenho certeza... Mas acho que foi algo sério na empresa. — ela abaixou o olhar para as mãos e me olhou em seguida. — a nova contratada é estranha.

— Como assim? — perguntei me ajeitando de modo que pudesse virar meu tronco um pouco mais para ela.

— Ensinei tudo o que aprendi e ainda mostrei como fazia, mas sempre que tinha uma nova tarefa para fazer, ela parecia procurar algo. 

— Você sabe o que ela procurava?

— Eu perguntei e ela disse que não procurava nada, ou dizia que tinha perdido um brinco.— respondeu desentendida e eu franzi as sobrancelhas.

[...]

Naquele dia, Jay voltou meia hora antes do expediente de Tong acabar e, calado se sentou ao meu lado, calado ficou. Pensei que ele precisava pensar, mas ver Park inquieto e com jeito de quem precisava dizer algo, tomei iniciativa.

— Jay? — chamei e ele me olhou como se eu tivesse pedido socorro. — Pode deitar aqui comigo? — pedi e ele concordou.

Como se andasse sobre uma ponte de madeira velha, Jay caminhou calma e cuidadosamente até mim, se deitou com mais cuidado ainda e, ao contrário do que estou acostumada, Jay não me puxou para ele, mas escondeu seu rosto na curva de meu pescoço. Sinal claro que, dessa vez, era ele quem precisava de apoio.

— Aconteceu algo? — perguntei depois de um tempo acariciando os cabelos do mais velho.

— Tivemos uma reunião muito importante hoje. — sua voz saiu abafada por seu rosto estar contra a gola de minha blusa de frio, mas era completamente entendível. — me sinto desgastado.

— O que houve?

— Fui afastado da empresa por tempo indeterminado e meu pai perdeu qualquer poder de tomar decisão.

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OII alguém lembra de mim?

O trabalho e a faculdade tomou toda conta de mim (scr Deus), mas pretendo continuar escrevendo e com mais frequência, isso se minhas atividades complementares e o trabalho permitirem. Também estou trabalhando em uma nova história com o Hyunjin então stays, se preparem hihi

Contract :: Jay ParkOnde histórias criam vida. Descubra agora