No capítulo anterior . . .
— É, o médico disse que a área afetada pela queda é justamente a área responsável pela memória, a gravidade da recuperação é medida de acordo com o caso... O que minha mãe teve foi um dos mais graves por causa da carga de estresse. — eu expliquei e ele suspirou enquanto mantinha as sobrancelhas erguidas.
Agora . . .
— O médico disse o que ele pretende atingir com o tratamento? — ele perguntou dando um gole no seu café.
— Ele disse que o ponto mais alto do tratamento é ela conseguir manter uma lembrança por mais de dois dias, já que o máximo que ela consegue lembrar é quarenta minutos. — eu respondi dando de ombros e comecei tirar a luva, parecia mais fácil esquentar as mãos no calor da bebida.
— Eu posso fazer uma coisa? — ele perguntou e eu, mesmo sem entender, confirmei deixando as luvas sobre a mesa.
Jay me virou de costas para ele, em seguida me puxou para perto, me fazendo enconstar minhas costas em seu abdômen e a cabeça em seu ombro. Naquela hora, eu estava completamente perdida e sem entender o que ele queria fazer ali, mas esperei por qualquer outra atitude dele, e nada veio. Somente minutos depois, ele passou a mão na minha cabeça, fazendo um leve carinho e o senti sorrir.
— Quem não te conhece nunca imaginaria o quão forte e determinada você é. — ele comentou baixo e meu corpo tremeu surpreso em resposta.
Aquele havia sido o momento em que Jay fora mais carinhoso desde que nos conhecemos e não me pareceu forçado... Nem um pouco.
— Já que você contou algo sobre você que com certeza é algo pessoal, eu preciso contar algo a você. — ele comentou e eu ia me levantar, mas ele me segurou me interrompendo. — você nunca conheceu minha mãe ou viu fotos dela em algum lugar, já se perguntou o porquê disso?
— Já, mas eu achei que seria curiosa demais se perguntasse. — eu respondi e ele riu.
— Ela tinha uma carreira, aqui em Londres, antes do meu nascimento, durante a gravidez e os meus cinco anos, ela ficou na China com meu pai, mas quando meu pai percebeu que ela estava claramente sentindo falta do trabalho ele sugeriu uma mudança para cá... Ela recusou de prontidão, disse que queria que eu fosse criado no país em que nasci, mas ela voltaria para cá. — ele começou e parou.
Enquanto Jay deu um pequeno tempo na história, apenas para respirar e tomar um pouco do seu café, eu observei o braço dele apoiado no encosto do banco, na altura da minha cabeça... Eu ainda pensava na história quando ele continuou.
— Nós revezávamos entre as visitas no meu aniversário, se em um ano ela foi até Xangai, no ano seguinte eu viria para Londres. — ele respondeu calmo e logo continuou na mesma calma. — Mas não durou muito, quando eu fiz dez anos, era para que eu viesse para cá, mas meu pai disse que ela parou de atender o telefone, parou de responder mensagens e se mudou. Perdemos contato e as fotos também. — ele completou e eu me sentei me virando de frente para ele. — um dos motivos da minha vontade de ir para Canterbury é que a chance de nos encontramos com ela lá é menor. — ele complementou.
— Você nunca contou isso para ninguém? — eu perguntei e ele negou. — Jay, você está bem com isso? — eu perguntei ainda o olhando, mas ele sorriu e abaixou o olhar para o copo.
— Estou, depois de um tempo eu me acostumei. — ele respondeu sem me olhar e eu, calmamente, voltei para a posição que estava antes.
— Agora que eu sei um pouco mais sobre você, não sinto vontade de te bater. — eu comentei e ele riu surpreso.
— Você já quis me bater?! — ele questionou e eu levantei para olhá-lo.
— Qual é Jay?! Você não me suportava e deixou claro na primeira vez que me viu. — eu respondi bebendo mais um pouco do capuccino.
— Não que eu não te suportava, eu ainda não suporto. — ele comentou brincando e eu o olhei com as sobrancelhas arqueadas.
- Bom saber, fico muito feliz em saber disso, Jay Park. - eu respondi fingindo estar nervosa e ele riu.
— Não vai ficar nervosa na nossa lua de mel, vai? É o começo do nosso casamento, não temos tempo para brigar. — ele comentou colocando as mãos em meu braço, me mantendo de frente para ele.
— É... — confirmei para mim. — além do que só ficaremos juntos por mais três anos, não é? — eu o olhei e o vi suspirar enquanto qualquer tipo de expressão desaparecia de seu rosto e ele me soltava.
— Beba logo e vamos embora. — ele disse sério se virando para a mesa.
Parabéns Huang Li, novamente havia se esquecido que não sabe lidar com Jay e que qualquer coisa é motivo para que ele mude de humor completamente. Jay havia terminado o café dele primeiro e esperou que eu terminasse o capuccino, no último gole, quase não tive tempo de colocar o copo vazio de volta na mesa, porque Jay apenas se levantou, levando a bandeija e o copo dele, descartando um no lixo e o outro na bancada, ele começou descer as escadas sem me esperar.
Me levantei rápido, e joguei o copo no lixo quando passei por ele. Mantive os passos na mesma velocidade e consegui alcançar Jay enquanto ele passava pela porta da frente da cafeteria. Só então lembrei que havia esquecido as luvas na mesa.
— Jay — o chamei fazendo o parar e me olhar. — me espera aqui, esqueci a luva na mesa. — eu pedi e me virei para subir tudo de novo, mas Jay me interrompeu me segurando pela mão.
— Deixa que eu vou. — ele respondeu simples e passou por mim.
O vi subir a primeira escada e então me virei de volta para a rua, assim que firmei os dois pés, um homem passou correndo por mim e me empurrou, me fazendo cair e, para não bater o rosto, apoiar as mãos no chão, o que resultou em arranhões na palma da mão. Levantei rápido olhando em volta e notei que ele havia acabado de roubar a bolsa de uma moça poucos metros de mim.
— Police! — foi a primeira palavra que lembrei de gritar, só por ter visto em um filme. Um guarda perto de nós me olhou e eu apontei o homem que não estava muito longe. A moça que foi roubada se apressou e explicou o que havia acontecido e logo o policial saiu correndo atrás do delinquente.
— Aqui a... — Jay começou falar mas parou assim que viu a minha mão. — o que foi isso? — ele perguntou com as sobrancelhas franzidas.
— Um ladrão passou correndo e me empurrou. — eu respondi rápido e estiquei a mão para pegar a luva, mas ele as colocou no bolso e me levou de volta para dentro da cafeteria.
— Lave as mãos com água e sabão, eu te espero aqui. — ele disse na porta do banheiro feminino e concordei antes de entrar.
Tenho medo de me acostumar aos cuidados de Jay e sentir falta depois que o contrato acabar, sei que nunca mais vou esquecê-lo, afinal, ele foi o primeiro cara que me fez ver que eu não estava ocupada demais para o primeiro beijo... Espero que ele não marque a minha vida mais do que isso.
"还有什么比爱情更具革命性的吗?特别是第一个。"
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Contract :: Jay Park
FanficO senhor Park precisava de alguém que se casasse com seu filho para que ele assumisse a empresa da família. Huang Li precisava de ajuda financeira para a saúde de sua mãe. Aí estava o início da descoberta de grandes problemas e o seu verdadeiro eu. ...